26 de fev. de 2010

Flor do deserto


A modelo Waris Dirie foi personagem principal do filme "Flor do deserto" na ficção e na vida real. O filme é uma autobiografia. A atriz estava aqui no Brasil e esteve no camarote da Brahma no carnaval de São Paulo. Bial, ela sim é heroína! Há um equívoco quando voce chama os confinados em seu reality show de "heróis."

 Que orgulho saber que uma mulher que foi mutilada é uma batalhadora contra essa cultura bizarra  e conseguiu transformar sua história em filme. Que felicidade saber que ela veio ao Brasil. Como é bom imaginar um mundo mais justo e saber que o cinema e a arte podem ajudar nossas culturas. Mais gente vai ver esse filme e quem sabe muita gente do mundo tenha tanta repugnância que se engaje mais na luta espalhando para todos os ventos do mundo que esse crime tem que parar.
  
“O Brasil não tem ideia do que é a mutilação feminina”, diz a ex modelo.

Há mais de dez anos, mais precisamente em 1996, a ex-modelo somali Waris Dirie tornou-se símbolo de uma cruel tradição até então pouco divulgada: a mutilação genital de meninas e mulheres na África. Hoje, após revelar sua história ao mundo – na época ela falou com exclusividade à Marie Claire - e transformar sua cicatriz em causa, ela lança sua autobiografia, "Flor do deserto", no cinema. E veio divulgar a história no Brasil (onde o filme estréia dia 28 de maio) a convite de uma cervejaria.

“Vim também para mostrar algo que os brasileiros não sabem. Ontem, quando falei sobre a prática da mutilação numa entrevista coletiva, as pessoas ficaram horrorizadas.” Ela doará os 10 mil euros de cachê pagos pela Brahma para sua fundação, Waris Dirie Foundation, que trabalha para erradicar a prática.

Waris, quem fica horrorizada sou em em saber que tem gente que sabe decorado o que vai acontecer na novela, mas não sabe dessa prática ainda ativa em alguns países. Isso me deixa bege!!!!



Mesmo com sua luta, que já conquistou alguns avanços, Waris disse que a circuncisão feminina continua sendo praticada na África, em alguns países árabes e em comunidades de imigrantes da Europa e nos Estados Unidos. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que três milhões de meninas passem por isso a cada ano. “As coisas estão melhorando, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado à vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com garotas pequenas que não podem se defender”, argumentou.

Nota mil!!!! Não é só questão de cultura!!! É questão de mutilação não so do órgão mas de uma parte psicilogica da mulher. É crime!!! Pare o mundo que eu quero descer, ja dizia meu guru Raul. Eu também queria descer em outro, um que não fosse repleto de machismo, guerra, gente que diz acrditar em Deus mas não tá nem aí pro próximo. De que adianta você ser católico? Para a religião ajudar vc? Já ouvi gente dizer "só não morri porquê Deus me ajudou". Peraí, e quem morre, Deus não quis ajudar? Não seria egoísmo? Não to pedindo para você católico mudar de religião, longe disso, sou budista mas respeito as demais. Tô pedindo para você amar mais as pessoas e fazer mais pelos outros antes de pensar no próprio umbigo.





Tô louca pra assisitir esse filme. As vezes até me sinto culpada de ta aqui fazendo outras coisas e não estar engajada em uma luta contra esse crime cruel que é a circuncisão de clitóris em meninas. Mas só em ter um blog feminista e em tentar persuadir pessoas do meu convívio contra cultura machista já é alguma coisa. Ainda acredito que um dia vou poder me dedicar mais às causas humanitárias. Mas imagina quem passou por um dos problemas mais graves causados pelo machismo como a Waris? Nenhuma mulher merece. Na verdade nenhum homem deveria merecer também. Endeusar, admirar e acreditar que uma mulher incapaz de sentir prazer por ter tido o clitóris extorquido é desumano.

25 de fev. de 2010

Posso errar? Por Leila Ferreira.

(Essa charge é real, as pessoas estão sempre querendo ser iguaizinhas umas as outras!)


Posso errar?
"Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos soltos e brilhantes – tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi ai que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa – e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou certa por quê?

O homem certo, por exemplo, existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada – e feliz – com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez, você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão – da traição ou do cigarro -, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando poe cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.


O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios – tem um punhado de coisas que eu não faço.” Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, a agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso."




(Revista Marie Claire nº227 - Fevereiro 2010 - Coluna Final Feliz)

Eu sou suspeita pra falar, né? não conheço ninguém que mais tenta quebrar regras de comportamento na sociedade do que eu! Não que eu ache que devemos mandar tudo pra pqp e sair arrotando pra todo lado. Óbvio que não! Sou uma pessoa que preza por educação, mas certas regras acho a maior idiotice. Uma vez li um texto da Fernanda Young onde ela disse que odiava essa frescura de vinhos e quem cheira rolha. Concordo. Tem muita gente aí que nem deve apreciar tanto a bebida, mas para ser "chic" aprende as regrinhas do que é um bom vinho, de como pedir e como degustar a bebida. Eu não suporto vinho seco, e sou corajosa em admitir. Não sinto vergonha em não entender por simplesmente não me interessar pelo assunto. Se alguém rir de mim, não me importo. Faço uma pergunta parecida com a do título desse texto: posso não gostar?

Usufruto


Lúcia Veríssimo traz em cartaz a primeira peça teatral que escreveu, intitulada Usufruto. Nele, a atriz aparece de roupa, no maior amasso com um rapaz bem mais jovem que ela e... nu.


Além de escrever, Lúcia também estrela o espetáculo ao lado do jovem ator Raphael Viana, que teve estreia no dia 20 de dezembro de 2009, no FITA (Festival Internacional de Teatro de Angra dos Reis, no Rio). O conceituado José Possi Neto assina a direção.


“Quais caminhos a mente humana é capaz de percorrer, para alcançar seus propósitos? Até onde esses caminhos são sadios ou ultrapassam as fronteiras da moralidade? Baseada nessas questões, escrevi Usufruto. O inusitado encontro entre uma mulher de quase 50 anos e um homem de seus trinta e poucos, em um apartamento vazio de frente para o mar. Dois desconhecidos com um único objetivo, onde o vale tudo é pouco para alcançar seus desejos”, contou a atriz.

Eu adorei a ideia, pois é óbvio que sou a favor de mulheres que se permitem. Se os cinquentões podem ter mulheres bem mais novas e usufruir disso, porquê as mulheres não? Poder todo mundo pode, né? Estou falando de poder sem ser apontada ou tachada de ridícula isso ou aquilo.












Nova campanha: mais homens objetos no carnaval!

O carnaval e a cultura do nu feminino


Lindos carros alegóricos,  sua beleza no entanto é formada também pelo nu feminino. Já vi muita mulher machista e homem machista comentar que o corpo masculino é feio ou que quem cultua os músculos masculinos são os gays. 
Por isso lanço a campanha: queremos mais corpos masculinos feitos de objetos decorativos no carnaval. Exatamente como o que nossa sociedade faz com os corpos femininos. Esse negócio de que o corpo masculino não é tão bonito quanto o feminino é conversa de gente conservadora. Não sou contra a exposição exacerbada do corpo da mulher no carnaval pois para algumas isso pode ser o ganha pão. Sou contra  nós mulheres sermos os objetos decorativos na sociedade. Sou contra a mulher não ter os mesmos direitos. Se for para existir pessoas objetos, que existam para ambos os sexos. Alguém concorda?

12 de fev. de 2010

Homens, mulheres x relacionamentos


"Esses dias, vendo uma capa de revista masculina, notei uma coisa curiosa. A chamada na capa: Sete dicas poderosas para adiar seu casamento. Uau! É esse tipo de mensagem que passam para os homens em revistas masculinas? Não apenas: vejam peitos, bundas e úteros escancarados, mas também “adie seu casamento”. Curioso. A mensagem que nossa sociedade machista passa o tempo todo é: ter uma mulher só é ruim. Ter várias peladas é bom. Logo, pra que se comprometer? Adie o sofrimento!
É cada vez menos provável que homens e mulheres dêem certo juntos. O que se vê nas revistas femininas (tão machistas quanto as revistas masculinas) é: não sei quantas dicas infalíveis para manter seu casamento, não sei quantas dicas infalíveis para apimentar sua relação, não sei quantas dicas infalíveis para seduzir seu marido. Tem até mulher dando “curso de sedução” pras outras mulheres pra elas esquentarem seus casamentos e evitar que seus maridos procurem alguma coisa fora de casa. Enquanto as revistas masculinas e o resto da sociedade diz: veja fulana pelada, veja o útero da beltrana em nova posição, dicas para pegar todas na balada. E agora mais essa: dicas para adiar seu casamento.

Como se nós, mulheres, estivéssemos implorando aos homens: casem-se com a gente, por favor! Até concordo que isso exista ainda, sim. Em cidades do interior com menos de cem habitantes onde não chegou luz e televisão ainda, e em vilarejos pouco povoados no pólo norte, onde o clima extremamente frio atrapalha o desenvolvimento mental e intelectual. Fora isso, acredito que homem algum precise de dica pra adiar seu casamento. É bem mais simples, basta não se casar. Tem homem que se casa como se estivesse fazendo um grande favor pra mulher. Gente, como casamento ou qualquer relação pode dar certo assim? Um lado é educado pra pegar todas, nunca ser fiel, pagar por sexo sem compromisso e não querer casar. O outro lado é educado pra casar, ser uma boa esposa, seduzir o marido na cama por 50 anos pro casamento não acabar e, se acabar, a culpa é da mulher que não foi boa o suficiente pra segurar o cara. Ah, me poupem!


Nunca ouvi falar em curso pra homem aprender a ser mais paciente, mais tolerante, mais fiel ou ouvir melhor. Por que não tem na capa das revistas: Sete dicas poderosas para compreender melhor o que sua mulher está dizendo e como manter um diálogo coerente? Ou quem sabe: Sete dicas infalíveis de como se atrair por sua mulher ao invés de precisar comprar revistas de mulher pelada aos 30 anos de idade. Ou ainda: Saiba qual a idade ideal pra se casar, pra assumir responsabilidades e para crescer (crescer como ser humano e não a barriga de chope).
Dá pra perceber que há uma distância enorme entre o que a sociedade ensina pras mulheres e o que ensina pros homens?! A mulher mais velha que não se casou é encalhada. O homem mais velho que não se casou é um bon vivant (que provavelmente soube usar muito bem as sete dicas poderosas das revistas masculinas de como adiar seu casamento). Enquanto a gente viver numa sociedade machista (voltada única e exclusivamente pro pinto do homem), vamos viver dando cabeçadas por aí, e homens e mulheres nunca vão se entender. Acredito que o futuro da humanidade tem um só destino: os homens trancados no banheiro com revistas de mulher pelada e as mulheres fazendo curso de como seduzir marido dançando em volta do poste. Cada um no seu canto. "
 
Autor desconhecido. Peguei em um post da comunidade "feminismo e feministas" do orkut. Achei bem interesante. Sobre essa questao do casamento concordo  cem% . Dia desses vi um bolo de casamento onde os bonequinhos q decoravam o topo eram diferentes. O noivo implorava p casar e a noiva era quem estava no chão se arrastando como se tivesse fugindo. Achei engraçaada a brincadeira... seria legal ver mais bolos cada um contando sua historia, mas nao todos contando historias iguais. Me da um enjoo toda festa de casamento aqueles bonqeuinhos onde a mulher dá um nocaute no cara q esta fugindo. É como o texto falou, qse sempre o casamento é encarado como se o cara fizesse um favor pra mulher.

10 de fev. de 2010

Menstruar ou não menstruar, eis a questão...

Não querer mais menstruar é uma opção da mulher moderna. Depois que eu soube que é tudo mito esse negócio de que não menstruar faz mal para saúde, fui pesquisar melhor o assunto. Esses dias vi na TV um médico falando inclusive que não menstruar é bom para saúde. Previne câncer, endometriose, TPM e etc... Menstruação não combina com civilização, pois antigamente a mulher era feita para procriar. Com minha vó, foi asssim, praticamente um filho por ano, totalizando 16. Pobres mulheres naquela época, hein?

Ok, Dr, eu também não quero mais menstruar por um bom tempo, mas o que devo fazer? Vale emendar o anticoncepcional comum? existe um específico para tal fim? Tinha mil dúvidas. Quando achei esse site, adorei.Esclareceu várias coisas para mim, por isso copiei do portal Pfizer e trouxe aqui para você que também tem interesse no assunto.




Entrevista: Dr. Carlos Alberto Petta
Fonte: Medcenter



"As mulheres da geração atual têm uma vantagem sobre as gerações anteriores: poder escolher se querem menstruar ou não. Algumas mulheres não têm o menor problema com o ciclo menstrual, pelo contrário, sentem-se mais femininas. Já muitas outras mulheres sofrem com o desconforto menstrual. A mulher de hoje, diferente de antigamente, pode tomar essa decisão sobre seu corpo, mas muitas ainda têm algum receio sobre a suspensão da menstruação. Para desmistificar o assunto, conversamos com o médico ginecologista Dr. Carlos Alberto Petta, que gentilmente nos cedeu a entrevista a seguir:


Site - O que é menstruação?


Dr. Petta - A menstruação é o endométrio (camada de glândulas que fica dentro do útero) sendo eliminado.


Site - Por que a mulher menstrua?



Dr. Petta - Porque o endométrio cresce e se forma todo mês para esperar uma possível gravidez que não acontece, o organismo elimina o endométrio ”não usado” para fazer um novo.


Site - Parar de menstruar hoje em dia é uma opção da mulher?



Dr. Petta - É uma opção através do uso de anticoncepcionais hormonais.



Site - Quais são os métodos de suspender a menstruação? Qual é o melhor método?



Dr. Petta - Todos os métodos hormonais podem suspender a menstruação, os mais usados são os que contêm derivado da progesterona. Não existe melhor método, a mulher pode escolher entre as opções que existem no mercado. Nenhum método hormonal é garantia que a mulher não vai menstruar. Ainda o principal efeito colateral de todos eles é sangramento irregular nos primeiros meses de uso.

Site - Quais as vantagens de menstruar? E as de NÃO menstruar?


Dr. Petta - Muitas mulheres gostam de menstruar e se sentem bem com isso. Outras preferem não menstruar para evitar o incomodo, ou para diminuir cólicas por exemplo.



Site - É verdade que suspender a menstruação faz mal?

Dr. Petta - Não, é simplesmente um efeito do método anticoncepcional.


Site - Por que alguns médicos são contra a suspensão da menstruação?


Dr. Petta - A maioria dos médicos é a favor de que a própria mulher decida se quer ou não menstruar e esteja ciente dos benefícios e riscos do uso dos anticoncepcionais hormonais.



Site - É verdade que anticoncepcionais que suspendem a menstruação provocam câncer?


Dr. Petta - Não, os anticoncepcionais que contêm o derivado da progesterona protegem contra câncer do endométrio.

Site - Ao suspender a menstruação a mulher não corre o risco de ter dificuldades para engravidar? E se ela fizer esse "tratamento" durante muito tempo?


Dr. Petta - Os métodos hormonais não prejudicam a fertilidade de forma definitiva, mas podem causar demora um pouco maior no retorno da fertilidade e isto deve ser avisado para quem quer usá-las.



Site - Existe um tempo mínimo ou um tempo máximo que a mulher pode suspender a menstruação?


Dr. Petta - Nem mínimo nem máximo, o uso dos métodos anticoncepcionais deve sempre ser monitorado pelo profissional de saúde para detectar o aparecimento de fatores de risco.


Site - Existe idade mínima e/ou idade máxima? Adolescentes podem suspender sua menstruação?


Dr. Petta - Não é aconselhável que mulheres abaixo dos 16 anos e que estejam menstruando há menos de dois anos.


Site - A mulher pode alternar gravidez com tratamento de suspensão de menstruação? Depois de quanto tempo a partir do parto a mulher pode começar a suspender a menstruação
Dr. Petta - Se a mulher for usar anticoncepcionais contendo apenas derivado da progesterona pode iniciar o uso depois de seis semanas do parto. Se usar métodos que contenham o estrógeno deve iniciar depois de parar a amamentação ou depois de seis meses do parto.



Site - Em que estado de saúde a mulher deve se encontrar para poder suspender a menstruação?

Dr. Petta - Não pode ter contra-indicações ao uso de métodos anticoncepcionais hormonais.

Site - É verdade que a mulher que suspende a menstruação também suspende os sintomas de TPM?
Dr. Petta - Algumas mulheres têm melhora da TPM quando ficam sem menstruar, mas isto não é uma regra.
Site - Suspender a menstruação pode comprometer a saúde da mulher de alguma maneira?


Dr. Petta - Em geral não.

Site - Anticoncepcionais que suspendem a menstruação provocam acne ou algum tipo de irritação dermatológica?

Dr. Petta - Podem provocar oleosidade na pele e acne, apesar de não ser um sintoma comum.



Site - A mulher que suspende a menstruação deve ter acompanhamento médico?


Dr. Petta - Toda mulher que usa anticoncepcional hormonal deve fazer exames periódicos de controle médico.


Site - A mulher que deseja suspender a menstruação pode fazer isso por conta própria?


Dr. Petta - Não, deve ter avaliação prévia de um profissional médico.


Site - A mulher que deseja suspender a menstruação pode fazer isso usando anticoncepcionais comuns? (anticoncepcionais comuns podem ser tomados em dias consecutivos e emendando-se cartelas com o objetivo de suspender a menstruação?

Dr. Petta - Podem, mas em geral se aconselha o uso por três meses, pausa de uma semana e reiniciar por mais três meses.


Site - Se a mulher suspende a menstruação, para onde vai o sangue? É verdade que fica acumulado?


Dr. Petta - O sangue não se acumula, simplesmente o endométrio não se forma.

Site - Mulheres que suspendem a menstruação sofrem alterações corporais (engordam?)

Dr. Petta - Algumas mulheres que usam métodos hormonais queixam-se de peso, o aumento médio é de 1,5-2 kg no primeiro ano de uso de alguns métodos.


Site - A mulher que suspende a menstruação tem uma vida sexual normal? A libido diminui?
Dr. Petta - Algumas mulheres se queixam de diminuição da libido durante o uso de anticoncepcionais hormonais.


Dr. Carlos Alberto Petta, professor livre docente de Ginecologia na FCM UNICAMP, tem um longo currículo profissional e acadêmico. Mestre (1992) e doutor (1996) pela Unicamp, é também Diretor do Centro de Reprodução Humana de Campinas, Fellow no Family Health International, tem 43 trabalhos internacionais publicados em revistas de língua inglesa, é coordenador na Sub-Comissão de Pós-graduação em Tocoginecologia Unicamp e vice-presidente da Comissão Nacional de Anticoncepção – FEBRASGO. Desenvolveu ainda as Linhas de Pesquisa “Epidemiologia e tratamento da endometriose” e “Mecanismo de ação de métodos anticoncepcionais hormonais”.




PS: Vale lembrar mais uma coisa que vi na TV e não está nesse site. Se a mulher podia emendar, porque a indústria farmacêutica não disse isso na bula? Resposta: Porque assim que foi lançado o anticoncepcional elas não estavam acostumadas com a ideia, então para que não ficassem "encucadas" psicologicamente se estariam grávidas ou não todo mês, os remédios as faziam menstruar. Ah se eu soubesse disso antes! kkk

Meu comentário foi publicado na revista Época dessa semana!

Fiquei muito feliz quando vi que publicaram meu comentário onde eu analisei o quadro riscos, benefícios e soluções da matéria "Mulheres & dinheiro", que inclusive eu trouxe aqui no blog há uns dias atrás pra meus leitores refletirem comigo.

Sabe, ficou feliz porque sou fã da revista Época, os colunistas, a qualidade das matérias. Acho que cumpri com meu papel de formadora de opinião (do bem) e se foi publicado é porquê faz sentido. É o feminismo mostrando que veio para crescer ainda mais e mostrando que está do lado da justiça!!! Viva os direitos iguais, vivaaaaa!

Adorei!!! Até tirei uma foto do comentário para colocar aqui:

"sou machista com orgulho" disse o projeto de mulher.

Senti vergonha de trazer aqui essa coluna, mas o jeito foi trazer! Não vou copiar e colar o que li dessa vez porquê as palavras dessa jornalista não são dignas de entrar no meu blog. Então vou trazer só o link para discutirmos. Leiam e em seguida voltem ao meu texto.

http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt§ion=Blogs&tipo=1&coldir=1&uf=2&local=18&blog=475&post=256288&siteId=1561

Gente, fico tão desapontada em ver a qualidade dos nossos jornalistas... é uma pena ver textos como esses. Vejo tanto colunista competente. Não dá para listar todos, mas vou citar uns bem massa: a Carla Brum e o zIvan Martins da revista Época, a Leila Ferreira da Marie Claire, a Patrycia Travassos que escreve crônicas sobre mulheres divertídissimas e moderninhas... e aquele texto de pedro Bial sobre o novo pai? Perfeito! Bom, são tantas emoções que me delicio quando me deparo com textos como os deles.

Tem tanta gente fera que traz textos reflexivos e que só nos acrescentam, né verdade?Mas o fato é que alguns textos me fazem vomitar... pior que isso, não deu para digerir a ideia.


Não entendo como uma mulher dessa tem uma coluna. Quando é  sobrinha, esposa, amante, ou sei la o que do dono do jornal, até da para entender porquê a gente sabe que tem muito profissional ruim por aí por conta das "peixadas". Ela escreveu um texto egoísta. Sim, pois o parâmetro dela para afirmar "eu sou machista", foi baseado na vida dela.  Um marido provedor de seus devaneios consumistas, empregada... desse jeito é muito cômodo ser machista e não querer importunar o marido pedindo ajuda para brincar com o filhou ou criá-lo.

Sabe, mesmo assim, fico indignada com a opção e afirmação "sou machista". Porque demonstra a total ignorância em relação ao termo. Será que ela sabe o que é machismo? Uma mulher ser machista é acreditar que a mulher é ser inferior, é ser submissa, é se expor à posse do marido, é ser conivente com a discriminação nas empresas, é achar que mulher merece apanhar, é achar natural a traição masculina por o homem ser um ser desprovido de racionalidade.

Esse negócio de abrir a porta do carro, não tem nada a ver, tem homem que gosta e mulher que se sente bem com  isso... eu sinceramente ( e particularmente) não curto essas frescuras. kkkk Gosto de gentilezas, mas frescura não é comigo. Sobre pagar a  conta, eu racharia na boa no primeiro encontro também, mas nao insistiria caso ele fizesse questão pq sei como é complicado para o macho acostumado com a sociedade machista. Nem me importo com essas bobagenzinhas, nem vem ao caso pra mim quem abre a porta ou deixa de abrir, quem liga primeiro ou segundo. Cada caso é um caso, né? Sou super na minha, nao gosto de homem atirado e acho que não sou atirada também. No meu caso eu já liguei primeiro, mas nem por isso me considero "atirada". Digamos que sou mais falante e se percebesse que ele era mais tímido,  tomaria uma atitude. Não existem regras, pode dar certo ligar antes ou esperar, tanto para o homem quanto para mulher.

Meu povo, fico muito admirada com mulheres que dão força ao movimento machista. Porque optar por ficar em casa e não trabalhar eu acho normal. O que não acho normal é estimular e ficar levantando abandeira de que toda mulher deveria ser assim. Isso desfaz toda uma luta para a gente ter o direito de votar de dirigir empresas e etc. Acho um desrespeito e total falta de informação em relação ao movimento feminista que não prega nada além da justiça e igualdade. É questão de direitos humanos e não de querer ser superior. As feministas não metem o pau nas mulheres que ficam em casa... a gente so incentiva as que querem seguir carreira profissional! Sabe, acho fogo ver que ninguém tá nem aí. Minhas amigas já fizeram até cara de reprovação em relação ao meu blog. Sei que não são elas que mudarão o machismo, mas acredito que com as filhas ou netas delas pode ser diferente. Para isso, é preciso menos jornalistas como essazinha escrevendo um texto bizarro desse em pleno século XXI e deixando as cabecinhas alienadas mais alienadas ainda.

Para a jornalista, que só senta a bunda na cadeira e escreve baboseira, é facil dizer que o marido tem direito de ficar pouco com o filho. Mas e para aquelas que não tem empregada, não tem babá, passam o dia suando no fogão, lavando fralda, passando pano, lavando banheiro... ufa, nao da pra dizer tudo, né? é coisa pra caçamba! Os afazeres domésticos tomam muito tempo de uma mulher. Não é moleza! Acho que tem muito marido que deve sofrer menos no escritorio com o ar condicionado ligado. Stress, óbvio que tem. Mas quer stress maior do que deixar queimar as mamadeiras que você foi esterilizar, esqueceu na panela e queimou? Putz, tem tanto detalhezinho quando voce tem um bebê, principalmente novinho em casa.... é maravilhoso, mas é tão trabalhoso! Vida de dona de casa não é fácil! Aí chega uma idiota dessa e diz "eu sou machista e meu marido deve compartilhar menos da educação do meu filho porque ele tem direito de se cansar, eu não... pior é aquela velha frasesinha: "mãe é mãe e pai é pai, né?" Podreee isso, como diria a menina la da novela: Jesus me abana!

Ser machista é ser de acordo com a ideologia machista, mulheres submissas usando burca no Afeganistão, mutilação do clitoris das meninas para elas não sentirem mais prazer... será que essa mulher sabe a complexidade do termo machista para afirmar "sou machista"?

Vamos parar com esse sexismo descabido e preconceituoso. Filho é responsabilidade do casal. A tal jornalistazinha de quinta categoria continuou com seu egoísmo quando além de não pensar nessa mães e domésticas do lar, não citou as mães que trabalham fora. Ela escreveu o texto baseado no seu próprio umbigo, como se desse conselho para todas as mães agirem assim.

Sabe, se eu pudesse dar conselho, mas sem arrogância e sem afirmar que isso é o certo, eu diria para as mulheres trabalharem fora. Sei que muitas não gostam e preferem ficar em casa. Mas acho saudável para o casamento e para o relacionamento com o filho. A criança nessas escolas que têm berçários se socializa mais, tem um acompanhamento profissional, tem tudo que teria em casa com a diferença que ele desde cedo já começa a ver o mundo. Também acredito que a saudadezinha que a gente sente o dia todo quando ta longe é melhor do que escutar o choro cem % do dia até chegar à exaustão e descontar tudo no pai da criança que nao passou o dia escutando. Eu não me imagino só cuidando de criança. Acho que eu ia pirar! Acredito piamente que mulher tem que ter vida própria pós parto. Amo meu filho e pegar ele na escola pra voltarmos a ficar juntos não tem preço. Porém ficar o dia inteiro enfurnada dentro de casa e fazendo só isso da vida,  traria prejuízos à minha saúde. Sou mãe, mas quero malhar, trabalhar, dar um pulo na hora do almoço para comprar aquela lingerie nova pra noite estar sensual pro maridão. Mas gente, essa opinião não é uma imposição, é só meu modo de ver a vida.

 Conheço um casal que são super conscientes que papel de pais faz diferença e nao so de mãe. Hoje eles moram na China, mas quando moravam aqui, os dois trabalhavam em escritórios, e a mãe já deixava seu filho com menos de 6 meses na escolinha. O menino hoje tem 2 anos, é uma criança super feliz. As mulheres as vezes carregam um medo de ser apontada como má ou insensível... tudo bobagem inventada pela sociedade machista. Os dois saiam do trabalho no mesmo horario, pegavam a criança e iam para casa. Nao, querida jornalista medíocre,  o marido nao estava cansado e a tarefa de dar banho, janta e etc também não era so dela. Os papeis eram divididos. O bebê criou vínculos tanto com a mãe quanto com o pai. Hoje eles tem dois filhos, a mãe esta sem trabalhar enquanto o marido se adapta já que eles foram por uma proposta de trabalho para ele.

É óbvio que eu não sou radical de dizer, ahhh ela ja tem q trabalhar ja! Não é assim... podia ser ao contrario, ela podia ir com uma proposta pronta e ele poderia ficar com as crianças enquanto se adaptava e aguardava o momento para começar a trabalhar.  O plano deles é que ela volte a trabalhar. Cada casal pensa de um jeito e eu não jogo pedras nos casais que um dos dois optam por ficar em casa cuidando dos filhos (90%  dos casos ela, né? kkk ah, essa sociedade patriarcal...só longos anos mudarão esse patamar!)

 Não jogo pedra mas não faço apologia ao machismo. Acredito que dá para ser feminista mesmo optando por ficar em casa. Agora se vc tem baba , empregada e o marido rala a bunda p colocar dinheiro em casa, aí realmente ta na hora de rever seus conceitos... porque quem ta sendo egoísta é vc mamãe que quer que seu filho crie vínculos só com você. Sim, é um direito do pai passar direto pro quarto depois de só dar uma acariciada na cabecinha do bebê. É isso que você quer para sua vida e para seu filho? reflita! Ser mãe não é uma profissão, genteeemmm! O ministério da saúde deveria adverter: ser somente mãe e esquecer de ser um ser humano pode ser prejudicial à sua saúde.

Acho que me transformei feminista por não esquecer da minha infância quando minha mãe (ótima pessoa, mas machista na época) convocava as mulheres para lavar pratos e os filhos homens não. Fui uma criança tímida, falava pouco e sempre fui feminista. Houve um tempo que minha mãe achava que eu tinha problemas. Eu estava sempre falando dessa injustiça sobre os sexos. E ela, coitada, mais um produto inpensante da sociedade, chegou a desconfiar até que eu era lésbica por causa do meu comportamento feminista. Os estereotipos naquela época eram ainda mais fortes. Hoje as pessoas inteligentes sabem que é importante desfazer essa ideia de rótulos e generalizações. Agora, aos 35 anos de idade, meu relacionamento com minha mãe melhorou 100%  por eu conversar bastante com ela. Ela mudou muito. Se sou mulher macho, espero ser um macho de caráter, íntegro e  que participa efetivamente em casa e com os filhos. kkkk Independente da minha opção sexual que é gostar de homem, porquê se sou macho, sou gay, espero poder trazer sempre novas formas de reflexão para as pessoas e instigar o questionamento nelas quando se depararem com textos baseados no senso comum como o da jornalistazinha de araque. Como é mesmo o nome da mulherzinha que escrevu na coluna la? ixe, nem vale a pena lembrar.

9 de fev. de 2010

Brasil deve assinar convenção para estimular homens a dividir tarefas domésticas

Trouxe essa notícia quentinha aqui para minhas leitoras feministas. Adorei! Por isso que eu adoro a Nilcea Freire e há alguns meses até fiz comunidade pra ela no orkut.




Brasil deve assinar convenção para estimular homens a dividir tarefas domésticas

A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Nilcéa Freire, cobrou nesta quinta-feira a ratificação, pelo Brasil, da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como forma de estimular a maior participação dos homens nas tarefas domésticas, reduzindo a carga para as mulheres.


O documento recomenda que os países criem mecanismos para ajudar os trabalhadores no cuidado com filhos e parentes.

– Estamos de pleno acordo. A convenção já foi ratificada por vários países, e o Brasil está em débito com isso – disse Nilcéa, em entrevista a emissoras de rádio. – As mulheres hoje representam 50% da força de trabalho no Brasil e não podem ser as únicas responsáveis pela manutenção da vida.

Na semana passada, movimentos feministas que participaram do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, cobraram o apoio brasileiro à convenção. Segundo a ministra, o setor empresarial tem resistência a apoiar os termos do documento, que poderia abrir caminho para a concessão de licença-paternidade.

De acordo com a ministra, a convenção está sendo discutida por uma comissão formada por representantes da SPM, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e depende da aprovação do Congresso Nacional.

Na entrevista, Nilcéa reiterou a importância de o Parlamento aprovar também a medida provisória que amplia de quatro para seis meses a licença-maternidade para as contribuintes da Previdência Social, assim como o projeto de lei que trata da igualdade de tratamento para homens e mulheres no mercado de trabalho.

Por Elza Fiuza, Agencia Brasil


Na minha opinião, os homens se acham no direito de acharem que a mulher nao é boa esposa se tb nao for boa dona de casa... eles nao acham q é papel deles ajudar... mesmo os casais q tem empregada, se é folga da empregada quem vai pra pia no fim de semana é a mulher... Tem muita mulher que fica direto em casa limpando tudo e enqto tá la suando na pia, o marido ta na praia bebendo com os amigos... ou enqto ele assiste TV tá la a mulher dando banho nas crianças, fazendo mamadeira, trocando fralda, limpando as privadas... se as mulheres nao fazem isso, eles reclamam ainda hj... dizem q a mulher nao é boa esposa. As referencia deles sao as mães... essa questão da colaboração e divisao de tarefas tem q ser mto mais disseminada. As pessoas tem q dissociar a ideia de q isso é papel da mulher... a realidade é q ainda sao puquissimos casais q dividem tudo em casa, mesmo os jovens.

6 de fev. de 2010

Dependentes químicos

Essa noite eu não dormi direito. Rolei de um lado pro outro sentindo falta dele. Homens, mulheres, gays. Todo mundo está sujeito.Conviver com a abstinência não é fácil.

Resolvi mudar minha vida. Sempre tive hábitos saudáveis: se não estava em academia, ia andar, nadar. Muita salada. Açúcar mascavo substituído por açúcar comum. Refrigerante, nunca. Mas para quê tudo isso se existia uma dependência complicava minha vida? Era mas forte que eu! Esses dias tentei compensar. Arrumei meu guarda roupa, gavetas, fiz bastante alongamento, trabalhei respiração, malhei mais que o usual. Arrumei coisas para fazer o tempo inteiro. Trabalhei feito uma louca. Foi uma semana difícil. Não é fácil se livrar do vício.  Estou há uma semana sem tocar nele. Sinto-me uma vitoriosa. Hoje eu estou curada. Se você sofre do mesmo problema que eu, participe dessa luta.

Leite condensado, nem pensar!


3 de fev. de 2010

Mulheres e dinheiro (revista Época)

Trouxe aqui a matéria capa da última Época. Muito interessante. Até grifei o que achei de mais real dentro do texto. No final do texto tem comentário meu. REFLITAM!




Elas chegaram lá com alguma violência, por um caminho nada cor-de-rosa. As mulheres começaram a escalar os degraus do poder no mundo ocidental ainda no século XIX, em campanhas pelo direito ao voto que chocavam seus contemporâneos. Precisaram de duas guerras mundiais para que o século XX reconhecesse o valor de sua força de trabalho. Continuaram a escalada com o feminismo estridente dos anos 60 e uma dedicação inabalável aos estudos. Havia homens barrando o caminho, mas elas começaram a atingir o topo das carreiras na política e nas empresas. Pelo caminho, deixaram um mundo transformado. Há mais educação. Mais produtividade. Menos filhos por casal, mais bem cuidados. Não houve mudança social maior nos últimos 100 anos – e ela mal começou. Agora, um número crescente de mulheres pode ou precisa decidir por si só o próprio futuro financeiro, e delas dependem mais e mais famílias e empresas. A mudança seria notável de qualquer forma, pelo rearranjo de poder, mas ela traz um componente mais instigante: e se as mulheres usarem o dinheiro de um jeito diferente do que se considerou “normal”, enquanto os homens detiveram todo o poder econômico? Surpresa: é isso que elas fazem. Economistas, sociólogos e psicólogos vêm tentando há anos entender melhor nossas decisões e escolhas a respeito de dinheiro. No processo, surge uma montanha de evidências de que emoções e impulsos primários desempenham um papel muito maior do que esperávamos em nossos atos relacionados a ganhar, gastar e investir. Isso revela que existem um modo mais masculino e um mais feminino de lidar com o tema. O jeito feminino traz benefícios para a sociedade, mas ele passará por dores do parto antes de se tornar dominante. “Além de as mulheres, neste momento, ainda terem menos educação financeira, elas mostram emoções mais facilmente – pode ser tanto o medo de fazer uma dívida quanto o encantamento por um objeto de consumo”, afirma a economista Roberta Muramatsu, professora da Universidade Mackenzie e Ph.D. em finanças comportamentais.


As diferenças ganharam também a atenção de Suze Orman, a mais famosa guru de finanças pessoais dos Estados Unidos. Seu livro As mulheres e o dinheiro foi lançado em dezembro no Brasil. Ela conta que sempre pensou em orientação financeira indistinta para homens e mulheres, até que não pôde mais ignorar as necessidades específicas que via em suas amigas e conhecidas. Sem precisar se preocupar com o rigor científico dos pesquisadores, Suze dispara: está cansada de ver mulheres “inteligentes, competentes e realizadas” convivendo com um permanente caos financeiro. “Seu instinto maternal reina absoluto; você faz tudo para todos antes de fazer para si mesma”, afirma, num recado às leitoras do livro.

O espírito desse tempo, de escancarar as diferenças, encontra boas definições em dois trocadilhos em inglês. Um deles é “womenomics”, ou economia das mulheres, termo criado pelas jornalistas americanas Katty Kay e Claire Shipman no livro de mesmo nome. Elas defendem uma nova investida feminina contra os abalados alicerces do mercado de trabalho, a fim de mudá-lo de vez. Conseguir jornadas mais flexíveis e incentivar o trabalho a distância estariam entre as prioridades. O outro termo que ganhou popularidade foi “mancession”, a recessão do homem. A palavra lembra que a crise global teria sido provocada pelo excesso de agressividade, ousadia e testosterona nos grandes bancos. O resultado dessa crise provocada por homens foi especialmente devastador para os homens. Nos Estados Unidos, a diferença no nível de desemprego entre os sexos, a favor delas, chegou ao maior nível em 60 anos. Embora o Brasil não tenha sofrido tanto com desemprego, tem sua versão da “mancession”: a maior parte dos cortes de postos de trabalho por aqui ocorre entre homens, que são os trabalhadores com menor grau de instrução. A maior parte dos postos de trabalho criados vai para as mulheres, que são maioria entre os que têm nível superior.

A fim de entender melhor o suposto jeito das mulheres de lidar com dinheiro, ÉPOCA consultou os livros e as pesquisas mais recentes a respeito do tema e pediu um estudo à recém-criada Sophia Mind, empresa especializada em comportamento e tendências no universo feminino. A pesquisa foi feita no segundo semestre de 2009 com mais de 2 mil mulheres com acesso à internet banda larga nas seis maiores capitais brasileiras. Seu resultado está apresentado nestas páginas. Ele faz constatações importantes: a realização de investimentos por parte das mulheres cresce principalmente com o nível de educação, e não tanto com o nível de renda; elas dividem as responsabilidades financeiras domésticas de maneira bem igualitária com os companheiros (ou, pelo menos, afirmam dividir); aplicam dinheiro de maneira errática, sem rotina definida (com as fluminenses mostrando mais disciplina que as paulistas); demoram demais para começar a pensar em aposentadoria e organizar um bom plano com esse objetivo; e gastam mais em moda do que com saídas.

A partir do estudo, Andiara Peterle, executiva-chefe da Sophia Mind, chama a atenção para o que considera comportamentos financeiros a corrigir. Em parte, essas atitudes ruins se parecem com as encontradas no universo masculino brasileiro. “Elas tendem a se preocupar mais que o necessário com possuir um imóvel e menos que o desejável com planejamento de aposentadoria”, diz Andiara. Outras atitudes preocupantes parecem bem específicas das mulheres. “Elas investem pouco, e isso melhora menos do que esperávamos com o avanço da idade e da renda. Entre aquelas de 40 anos, muitas ainda contam muito com a presença e a ajuda futura de marido e filhos.” Esse tipo de avaliação tem importância crescente devido à ascensão da importância econômica feminina, parte mais evidente dessa história.



Mulheres representam 41% da força de trabalho no Brasil. Nos Estados Unidos, acabam de se tornar mais da metade. Nos dois países, a participação delas cresce, e com velocidade ainda maior entre os postos de trabalho que exigem nível superior. Por aqui, elas chefiam 35% dos lares, respondem por 46% das transações com cartões de crédito e estão à frente de 52% das pequenas e microempresas, informa Sueli Daffre, sócia-diretora da empresa de pesquisa SD&W.



Todos esses indicadores continuam subindo, e a mudança poderá se acelerar no futuro, se depender do empenho delas em melhorar a própria formação. No Brasil, há muito mais mulheres que terminaram a universidade (3,6 milhões, em relação aos 2,5 milhões de homens). Na faixa dos adultos até 32 anos, elas já investem 50% a mais que os homens em educação, segundo a empresa de pesquisas Bridge. “E elas dizem que vão aumentar esse investimento, no futuro, em escala maior do que a planejada pelos homens da mesma idade”, diz Renato Trindade, diretor da Bridge. O mercado financeiro apelidou o fenômeno global de “O poder da bolsa” (Power of the purse), por causa do título de um relatório publicado em agosto de 2009 pelo banco americano Goldman Sachs. O estudo afirmava que o “poder da bolsa” seria especialmente sentido em China, Rússia, Vietnã, México, Coreia do Sul e Brasil, que combinam fortalecimento da mulher com crescimento da classe média.



A segunda parte da história é compreender as tais diferenças, que vão determinar como elas usarão esse poder recém-adquirido. Confira algumas delas – sempre lembrando que se tratam de generalizações, limitadas por natureza:


- Conservadorismo: as mulheres mostram maior aversão ao risco. Isso as torna menos inclinadas que os homens a confiar em suas habilidades e fazer grandes apostas;


- Expectativa de relações duradouras: elas tendem a organizar a vida financeira como se o parceiro fosse estar a seu lado para sempre;



- Prioridades flexíveis: mulheres empregam o melhor de seus esforços no bem- -estar dos outros, incluindo filhos, companheiro, pais idosos e subordinados;



- Equilíbrio: elas mostram interesses mais diversificados, divididos entre carreira, família e projetos pessoais;



- Apego aos detalhes: as mulheres facilmente assumem as pequenas contas domésticas e se afastam das grandes decisões financeiras familiares;



- Tendência gregária: elas gostam mais que os homens de atuar e tomar decisões em grupo;



- Consistência temporal: mulheres tendem a se apegar mais a suas estratégias financeiras ao longo do tempo.



Como em outros aspectos da vida – relacionamentos amorosos, por exemplo –, o jeito feminino de fazer as coisas pode trazer vantagens e desvantagens para elas.

(Infelizmente, mesmo com todo avanço as pesquisas ainda indicam muitos pontos para sua real inserção no universo dos negócios e na igualdade cultural. Achei legal a revista trazer benefícios, riscos e soluções. Vou copiar aqui os que achei mais interessantes).

Elas são mais avessas ao risco. BENEFÍCIOS: Elas arriscam menos, o que resguarda o patrimônio familiar para fins nobres como educação Arriscar pouco demais significa abrir mão de lucros possíveis no longo prazo em investimentos como ações
SOLUÇÃO:Aventurar-se, sem deixar de ser moderadas. Na Bolsa, mulheres costumam obter lucro médio maior que homens

Elas contam com casamento duradouro Planos de longo prazo beneficiam a família.
BENEFÍCIOS:Pessoas casadas tendem a acumular mais riqueza que as solteiras Cresce o número de divórcios e mulheres vivem mais que homens. Elas precisam saber cuidar do dinheiro sozinhas
SOLUÇÃO: casal deve compartilhar decisões e conhecimento, além de manter metas financeiras individuais.


Elas dão prioridade à família. BENEFÍCIOS:Uma mãe que acompanhe o crescimento e o desempenho escolar dos filhos vai prepará-los melhor Laços de dependência: mulheres tendem a se colocar em risco financeiro para ajudar filhos já adultos. SOLUÇÃO: Educação financeira desde cedo é um belo legado aos filhos. estabeleça limites claros e prévios para a ajuda

É claro que eu deixei comentário no blog da revista nesa matéria. Vejam o que eu disse:

Perfeita a materia, porém ali no quadro de riscos, beneficios e soluções, quando falam no benefício "uma mãe que acompanha os filhos na escola vai prepara-los melhor", eu mudaria a solução de apenas educação financeira para um maior compartilhamento do pai na vida do filho. Acompanhando-o na escola e desfazendo essa ideia de que as mães são as responsáveis maiores por seus filhos. Independente do casal estar ou não junto, não basta as mães mudarem nisso e preparar seus filhos para uma vida finaceira melhor. A solução é o pai mudar também.

Acredito que a mulher só terá sua verdadeira ascenção quando além de seguir os conselhos das soluções sugeridas pela Época, elas se desvincilharem de velhos conceitos culturais que carregam nas costas. O feminismo não quer que sejamos uma " mulher maravilha", trabalhar fora, cuidar dos filhos. O que precisamos é de pais mais presentes e que possamos dividir todas essas responsabilidades de forma mais equilibrada sem aquele conceito de "mãe é mãe, né?"

1 de fev. de 2010

"O último tango em Paris" por Ivan Martins


"Vi no domingo, pela terceira ou quarta vez, O Último Tango em Paris, filme de Bernardo Bertolucci que ficou famoso no início dos anos 70 pelas cenas de sexo entre Marlon Brando e Maria Schneider.


Todo mundo já ouviu falar do momento em que o personagem de Brando lubrifica a amante com manteiga e a força a fazer sexo anal no chão do apartamento. Tornou-se um clássico do cinema.

Maria Schneider contou mais tarde que a cena não estava no roteiro original, que foi uma ideia de última hora de Brando – não de Bertolucci – e que ele a convenceu a participar da encenação alegando que “era apenas um filme”.

Ela tinha 20 anos, fazia seu primeiro trabalho no cinema e sua imagem nunca mais deixou de estar associada à cena da manteiga.

Para Brando, que já era um astro aos 48 anos, o custo do escândalo foi zero. Apenas confirmou sua fama de rebelde.

Para Schneider o custo foi alto. Antes que a década de 1970 terminasse, ela seria internada em clínicas psiquiátricas, teria problemas com drogas e tentaria se matar. Era famosa, parecia ter talento, mas sua carreira artística não avançou.

É possível ler essa história de várias formas, mas uma delas é simples: diante da mesma ousadia, homens e mulheres são julgados de formas totalmente diferentes. As mulheres, com mais severidade.

Feito esse comentário lateral, eu gostaria de falar do próprio filme. O Último Tango é talvez um dos filmes mais masculinos que já foram feitos. Seu personagem principal é um herói romântico às antigas: solitário, viril, autodestrutivo e furiosamente independente.

Mesmo perdido, mesmo destroçado pelo suicídio de sua mulher, ele ainda é capaz de seduzir a jovem de quem se aproxima – e a quem oferece pouco mais do que a sua força, seu sarcasmo e o seu desespero na forma de desejo.

É improvável que nos tempos atuais qualquer cineasta tivesse coragem de colocar na tela um homem tão confiante em si mesmo, um sujeito tão ostensivamente desdenhoso da boa conduta, um macho agressivo e misógino capaz de generalizar sobre as mulheres: “Elas fingem saber quem eu sou e querem que eu finja que não sei quem elas são”. Ninguém mais diz essas coisas no cinema, exceto os sociopatas.

Mas Paul não é o bandido do filme, ele é o herói. Um ex-revolucionário, ex-lutador de boxe, ex-músico, ao final rufião e vagabundo para quem a jovem amante é apenas um objeto de poder, uma gostosinha infantilizada sobre a qual pode exercer sem limites sua dor e sua raiva.


Ao mesmo tempo, paradoxalmente, é o homem sensível que chora em silêncio, o viúvo que conversa placidamente com o amante da mulher morta, o violador que exige que a sua vítima também o viole, com os dedos.

O Paul criado por Marlon Brando (ou melhor, extraído dele a fórceps por um Bertolucci manipulativo e cruel, segundo contam) é um homem complexo, mas inteiro. Ele conhece o seu papel no mundo. Ele exige o seu lugar aos berros, ele procura o seu desejo na marra, certo ou errado, até o triste fim. É um macho às antigas.

Seu contraponto é o jovem namorado da heroína, Tom, traído durante todo o filme: um rapaz feliz, impetuoso, cheio de sonhos artísticos. Ele não enxerga a complexidade da mulher que tem ao lado, não percebe as suas profundidades e as suas sombras, suas inconfessáveis necessidades. Percebe apenas um personagem que ela representa, enquanto Paul descobre nela outra mulher. Tom representa o homem moderno, burguês e convencional, na sua visão idealizada e respeitosa das mulheres.

Ao final, esse homem domesticado e doce prevalece. O macho antigo – embora sedutor, embora majestoso na sua integridade – é incapaz de viver na normalidade contemporânea. Ele não cabe fora da alcova. É autodestrutivo e perigoso. É um marginal. A violência dele, que de início incendeia a paixão, ao final assusta a jovem amante de maneira mortal.

Será que Bertolucci nos dizia, já em 1972, que não havia mais lugar no mundo para esse tipo de macho não domesticado?

Eu não sei. Sei que O Último Tango em Paris é um filme perturbador. A primeira vez que o vi eu tinha 13 anos e só percebi a nudez cheia de pelos de Scheneider e a intensidade das cenas de sexo. O resto do filme era virtualmente incompreensível. E irrelevante.

Hoje, passados quase 40 anos, o sexo do filme nem ensina e nem escandaliza. O que me comove é ver Brando interpretando um homem sem amarras, um tipo visceral dançando cheio de empáfia e melancolia à beira de um abismo.

Acho que há um pouco desse homem em cada um de nós. E que há também um pouco de nostalgia dele. Modernos, civilizados, racionais que somos, uma parte de nós reclama o direito de ser a besta poderosa que não teme as mulheres e nem se preocupa com as mulheres. Embora, contraditoriamente, sofra e morra por elas."


Ivan Martins é editor executivo da revista Época.

História de amor no Haiti. Por Eliane Brum

Trouxe esse texto escrito por Eliane Brum, colunista da revista Época. Só uma repórter de muita sensibilidade e inteligência escreve. Confesso que fico triste em saber que tem gente que se sensibiliza em dia de paredão do BBB quando o participante encontra a família. Tem gente que chora. E eu também fico com vontade de chorar, mas de desânimo de ver tanta futilidade nos sentimentos. Como falei no post que escrevi sobre fama e afins, não sou daquelas pseudos-intelectuais que não assistem BBB e que acha tudo que é cultura insuper inútil demais. Seria radicalismo e hipocrisia dizer que nao dou uma espiadinha quando Bial me instiga a continuar ali na TV. Mas o que acho realmente indigno é uma pessoa não se sensibilizar com tragédias como a do Haiti. E, mais que isso, nem precisa ser a tragédia da vez. Não se sensibilizar com os pais que espancam filhos, com pedófilos e outros humanos podres. Não sou a favor do chororô e depressão porque o mundo é uma droga. Mas por favor, vamos criar nossos filhos ensinando os verdadeiros valores e o que realmente pode nos sensibilizar, afinal o futuro do mundo pertence as próximas gerações. Quem sabe construiremos um mundo melhor, eu ainda tenho esperança. Que tal mostrar pro seu filho (a) rebelde "pré-aborrecente" que reclama de tudo,  esse texto?



História de amor no Haiti

"Seis dias depois do terremoto, Roger continuava diante das ruínas do prédio onde estava sua mulher, Jeanette, em Porto Príncipe. Não é possível alcançar, só podemos tentar vestir a pele do homem diante do monte de pedras. Debaixo delas, está a mulher que ama. Para todos, morta. Para ele, viva. Roger grita o nome de Jeanette. Diante de tantas dezenas de milhares de mortes, seu drama era apenas mais um. Mas não existe mais um. Existe o mundo inteiro em cada um. A vida só faz sentido se o homem com os olhos vermelhos fixos nas pedras for ele e todos nós.
De repente, alguém ouve um barulho. Uma voz entre os escombros. “Ela está viva!”, grita Roger. Agora, há um pequeno buraco. O repórter da TV americana enfia por ele um microfone para falar com Jeanette. Ela não come há seis dias, não bebe água há seis dias, não se move há seis dias. Enterrada viva, há seis dias Jeanette respira com dificuldade na escuridão. Tem os dedos da mão quebrados, sente dor. Jeanette tem algo a dizer. O que ela diz? Ela manda um recado para Roger: “Eu te amo muito. Nunca se esqueça disso!”.

Roger pega o que parece ser um pedaço de ferro da estrutura do prédio e começa a cavar.

Fiquei tentando abarcar o que é cavar pedras com um pedaço de ferro, com as mãos, para retirar dali um amor. Acho que não cheguei nem perto.

O que faz meu coração falhar uma batida, para além da tragédia, é o que Jeanette escolhe dizer a um minuto da morte. O que importa a ela registrar depois de seis dias soterrada, 144 horas, 8.640 minutos, cada um deles eterno. Tudo o que importa para Jeanette, que não sabe se vai sobreviver, é afirmar seu amor ao homem que ama. Diante da morte, esta era a frase de uma vida.

Este pequeno drama, um entre dezenas de milhares, explica por que, contra todas as catástrofes, a escravidão e os sucessivos abusos cometidos pelas potências de cada época, a exploração e a violência, as bolachas de lama, as tantas misérias, a falta de tudo, o Haiti vai sobreviver. Mesmo sem quase nada, Jeanette e seu povo ainda tem o que perder.
O que você diria se fosse Jeanette?

A história de Roger e Jeanette nos remete ao que dá sentido à vida. Ao que realmente importa para cada um de nós. Soterrada pelas ruínas do seu país, a haitiana Jeanette ensina o mundo inteiro. Não porque quer nos dar alguma lição, mas porque Jeanette é. Inteira, ainda que aos pedaços em meio aos cacos simbólicos e reais de um povo, de uma nação.

Como repórter, já escutei sobreviventes das mais diversas tragédias, ou apenas diante da catástrofe inescapável que é o fim da nossa história quando a vida chega ao fim. Ninguém sente saudades do momento em que teve seus 15 minutos de fama ou brilhou em algum palco ou ganhou um aumento de salário ou foi chefe de alguma coisa ou botou um peito turbinado ou emagreceu seis quilos ou comprou uma casa ou um carro zero ou uma TV de tela plana. Diante do momento-limite, somos levados não aos grandes bens ou aos grandes planos, mas aos detalhes cotidianos que em geral passam despercebidos, quase esquecidos em nossa pressa rumo às grandes aspirações. O que nos falta é aquilo que nos preenche a cada dia sem que nos demos conta. Aquilo para o qual, em geral, não temos tempo.

Será que é preciso quase morrer para lembrar de viver?

Nem sempre há uma segunda chance. Sem saber se teria uma, Jeanette nos lembra, com seu recado muito particular, daquilo que é universal. Seja você uma moradora do país mais pobre das Américas nos escombros de um terremoto, seja você um bombeiro de Los Angeles, como aqueles que tentavam resgatá-la, seja você uma brasileira que escreve sobre ela, como eu, ou um brasileiro que lê este texto, como você. Jeanette nos lembra que o que nos iguala em nossa condição humana é o que, de fato, faz diferença. Pelo buraco, ela nos lembra que a vida é sempre urgente. A vida é para hoje, a vida é para já.

Depois de três horas, Jeanette foi arrancada dos escombros. Viva. Saiu de lá cantando uma música cuja letra dizia: “não tenha medo da morte”. Assim que emerge das ruínas, logo depois de receber os primeiros-socorros, Jeanette entra no carro de Roger e parte. Bem empoeirada, sem nenhum drama. Como se tivesse resvalado na calçada e machucado a mão num dia qualquer. E o marido lhe desse uma carona para casa. Como boa sobrevivente, Jeanette reinventa a normalidade.

De novo, Jeanette tem algo a nos ensinar. Ela sacode a poeira e parte rumo ao cotidiano porque a vida tem de continuar, a vida deve se impor. É possível seguir quando, mesmo nos sentindo aos pedaços, sabemos o que é essencial, o que realmente importa, o que faz nosso coração bater mais rápido. No caso de Jeanette, o seu amor por Roger. E, mesmo se Roger faltasse, acredito que Jeanette ainda assim deixaria as pedras para trás e partiria rumo a muitos recomeços, porque só ama o outro com esta inteireza quem ama muito a vida que é.

Jeanette nos ensina que mais triste que a morte é uma vida desperdiçada com aquilo que não importa."

Carla Brum é repórter da revista Época

Parto natural, e, em casa? Tomara que essa moda pegue!



Uma prima minha optou pelo parto humanizado e deixou muita gente escandalizada. "Ohhh! Parto em casa? isso é coisa de doido! Em tempos de hospitais? porquê isso, pra quê isso?" Patrícia Arouca, dentista, pessoa informada e determinada, preferiu contar so depois de ter sua filha na casa do seu irmão, pois sabia que seria alvo de críticas e preconceito. Acompanhada pelo marido, cunhada e as parteiras preparadas, deu a luz à Nina. Uma linda menina que hoje tem 4 meses. O que  Patrícia e a top Gisele Bundchen tem em comum? as duas tiveram seus filhos em casa.

O parto humanizado é uma alternativa saudável quando a gravidez é assistida e tem indicação para tal, ou seja é uma gestação de baixo risco. Não é uma atitude enlouquecida e hiponga como muita gente pensa.  É um ato de amor e que tem inúmeras vantagens, dentre elas a interação mamãe e bebê imediata.

Isso não significa que o parto cesárea ou com intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe para salvar vidas, mas não deveria ser a grande maioria dos partos como acontece hoje e sim como em último caso. O problema é a consciência das mulheres em relação a isso. Com medo da dor, elas optam pela cesárea.

 Eu particularmente acho que a mulher que tem tudo para ter um parto natural e faz uma cesárea tem uma atitude covarde. Sim, me desculpe se você que está lendo agora se doeu e acha que eu estou julgando. Mas não tem como não julgar. Sinto muita pena do sexo feminino interferir e enfraquecer diante de um ato que faz parte da nossa natureza. Se algumas têm medo de ter um parto normal, ressalto novamente, com tudo ok para tê-lo, imagina a capacidade dessas mulheres de enfrentar a vida.

Me surpreendi com Bundchen. Ela sempre foi simpática, mas tinha aquele jeito meio "crianção". Quando vi a chamada no Fantástico dei nota mil e vi que ela faz jus ao título "mulherão. Comemorei, deixei recado no orkut da minha prima que também comemorou. "O movimento pelo parto humanizado está em festa por causa da entrevista dela", foi a resposta que recebi  no orkut. Até me arrepiei porquê eu sou uma grande defensora do parto normal, sempre quis ter filhos assim. Me identifiquei muito quando a Gisele falou: "eu queria sentir tudo e foquei o tempo todo nele que estava saindo."

 Eu também gostaria de ter sentido e de não ter a cicatriz que tenho hoje. É pequena e discreta. Mas não gosto dela.

 Meu filho nasceu de um parto cesárea, vítima da minha ignorância há 11 anos quando a médica me informou que teria que ser cesárea por ele estar "laçado". Na hora eu fiz o que ela mandou. Depois senti muita dor, MUITA! Eu nao conseguia colocar minhas pernas sozinha na cama. Eu sentia coceira por todo corpo. Eu passei muito tempo com aquele corte formigando, meses. Senti enjoo. Tive gases em excesso que me constragiam e me faziam sentir uma sensação de inchaço como se eu fosse um balão gigante. Ui, que triste! Fazer curativo no corte para mim era momento doloroso. Tomava injeção anti-inflamatória mesmo depois de 20 dias. Sentia fisgadas dentro de mim que me deixavam louca de dor. Odiava fazer o curativo. Até hj sinto agonia pra depilar em cima do corte. Nao conseguia me abaixar e calçar meu sapato sozinha por semanas. Eu andava devagar. Bundchen estava felicissima, se abaixava normalmente e fazia panqueca um dia depois de ter seu filho.

Segundo meu tio que também é obstetra, não ter filho por ele estar laçado é uma boa desculpa para os médicos que não tem tempo para fazer um parto normal. É muito comum o bebê se laçar no cordão e isso não interfere na maioria dos casos. Pesquisei depois melhor sobre minha médica e soube que no currículo dela não constava partos normais. Ela era conhecida na cidade e tinha dia que ela fazia mais de 3 partos por dia. Era cômodo e mais lucrativo partos cesareanos.

Fica aqui o meu registro como mulher que teve um parto cesárea e que tinha tudo para ter um parto normal. Eu fui pra maternidade com 6 cm de dilatação, meu filho estava completamente encaixado e chegou a nascer com um "v" na testa da marca do encaixe.


Depois engravidei em seguida, e para mulheres com parto cesárea há pouco tempo, não há indicação para parto normal, por ser recente há risco de ruptura. Por isso, nao pude novamente. Hoje, meu filho mais novo está com 9 anos e já planejo com meu namorado um filho mais pra frente. Não tenho mais indicação para parto humanizado por já ter tido cesárea, mas a notícia boa é que se tudo correr bem agora, com esse intervalo grande, tempo suficiente para o útero estar "zero bala", posso ter um parto normal.
Então quem sabe mais pra frente, volto aqui no meu blog dirigido ao universo mulherio, para contar como foi?

Quanto à Giseli, nota mil patra ela. Tomara que pessoas famosas continuem trazendo contribuições sociais para divulgar assuntos relevantes como esse. A top mostrou que está na moda ser informada e não ter preconceito. Fora que ela ja voltou a trabalhar com o filho com 6 semanas e mostrou que quem quer mesmo e tem ajuda da família, ou assistentes, consegue ser mãe e continuar trabalhando. Esse negócio de "ah, não da para ser mãe e trabalhar" é outro papo furado.

 Agora quando alguém optar pelo parto normal e humanizado, beeem menos gente irá dizer "ohhh!, porquê???"

Bjos!!!
Liah