29 de mai. de 2013

Amor à vida, dando show de machismo!

Acaba uma novela ruim, entra uma pior. Depois de uma cena desnecessária (mais um desserviço social!) para mostrar como o aborto é " monstruoso" (cena esta que não representa nem um pingo a realidade das mulheres que precisam abortar), o galã (de 150 anos que ainda é galã, pq né, homem pode ser com qq idade, a mulher só com menos de 40 e olhe lá) elogia uma mulher por ela ser bonita e ainda cozinhar bem.

OMG! Isso sem falar na cena que citei ontem do personagem de Caio Castro falar um "vadia", do nada, por nada, só pra desmerecer uma mulher livre e independente que resolveu praticar encontros casuais.

Ahhh, e os " pobres coitados" que " caem nas garras das piriguetes". Ai, ai, essas mulheres estão atacando hj em dia, né assim que dizem? Pobrezinhos, morro de pena!!!!

Quando eu digo que vivemos um retrocesso é por isso. Na década de 70, a novela Gabriela tentava mostrar claramente uma crítica social ao machismo. Na década atual, uma novela mostra o quanto ainda vivemos no passado.

Tinha tudo pra ser uma história boa, do cara que enfrenta preconceitos e cria uma filha sozinho e tal, mas o autor precisa cagar tudo?

Walcyr Carrasco é bem carrasco mesmo. Com as mulheres!


A atriz ainda disse que tentou " humanizar" a personagem. Claro, piriguete não é humana, né? Tipinho mais sem coração, viu? 

"Sou babaca e tenho orgulho disso"

Aí um babaca sai no meio da Marcha que luta pelos direitos das mulheres com uma placa: "Sou machista e não sou estuprador". Alguém pode fazer chegar até ele uma cartinha que escrevi?

Prezado machista,

70% das mulheres não sentem orgasmos. Isso mesmo, sem ter nenhum problema biológico, apenas por serem treinadas a acreditarem que esse direito não pertence a elas e por acreditarem que eles " tem mais facilidade" e não precisarem de envolvimento emocional. Culpa de quem?

100% das mulheres são abusadas diariamente nas ruas, se não forem fisicamente, são verbalmente, com palavras baixas ( basta ser mulher e andar sozinha na rua) vindas de homens de todos os tipos, de várias idades (frases mais ou menos como: te chupo toda) e elas precisam fingir que não ouviram nada e seguirem adiante. Muitas que ouvem esses abusos e falta de respeito, sequer saíram da adolescência. Culpa de quem mesmo?

70% das mulheres no Brasil, trabalham mais que os homens ( trabalham fora e dentro de casa muito mais), pois na nossa cultura, acredita-se que as mulheres nascem com funções natas com o lar e as crianças.  Culpa de quem mesmo?

Muitas mulheres casadas, sofrem caladas, não denunciam seus agressores pois não não tem para onde ir. É, elas investiram a vida delas em um fogão, vassouras, baldes Bombril e na "profissão mãe" e não em uma carreira profissional, muito menos em suas independências. Culpa de quem?

Muitas mulheres sentem suas autoestimas abaladas, pois as revistas e a mídia estão sempre mostrando que elas não são lindas o suficiente.

Muitos companheiros acreditam que são donos de suas namoradas/esposas e acham que precisam consentir ou não a roupa que ela deve usar. Mas não é só isso! Acham que devem permitir ou não o estilo de vida que ela deve ou não ter, a viagem que ela deve ou não fazer, o hobby que ela deve ou não seguir, a oferta de emprego que ela deve ou não aceitar. ( Não, não estou falando de dar opinião, estou falando de posse mesmo, aquela velha posse que muitos juram que tem por direito).

Muitos homens acham que uma mulher " de verdade" deve se preocupar em manter sempre a gaveta com cuecas limpas e que a casa deve estar impecável. Tudo isso, caro machista, para que a mulher seja eleita a esposa/mãe/administradora de lar do ano. A elas cabe apenas o direito de agradecer o título, dar uma risadinha e dizer "eles não sabem fazer com tanto capricho como nós!"  Culpa de quem, mesmo?

Nas delegacias das mulheres, os relatos das vítimas são sempre parecidos: POSSE. (Volte todos os parágrafos acima, caso ainda não tenha entendido o que é posse e leia mais 10 x se não tiver entendido ainda a relação com a cultura machista).

Vivemos uma época que ainda é necessário existir delegacia só para mulheres. Culpa de quem? E não é só isso. Em pleno séc. XXI, uma mulher é considerada menos mulher se ousar ter a mesma liberdade sexual que os homens. Vadias, safadas, nojentas. "Só servem para ser usadas mesmo!", dizem por aí. A culpa é de quem?

Os homens quando têm filhos, estão livres para seguir suas carreiras profissionais. As mulheres, não. Precisam optar. Raramente se discute quem pode ficar com as crianças, caso a mulher precise fazer uma viagem de negócios. Então, é melhor nem trabalhar, mas elas dizem que é pq precisam ficar integralmente com as crianças, senão ainda dizem por aí que elas não estão " curtindo" os filhos e nem educando-os "da melhor maneira". A culpa é de quem??

Nem todo machista é estuprador/agressor, mas todo estuprador/agressor é machista. Esse tipo de crime é cometido por estímulo de quem mesmo?????

Pois é caro machista, entendeu agora que a culpa é toda sua, sim????

Se recolha a sua insignificância e ignorância, pegue essa placa, com todo respeito, e soque no cu... Mas não esqueça de antes, chupá-la todinha.

24 de mai. de 2013

Na prática, o que é ser feminista? Homem pode?


"Moça, você é machista". Essa é a página no Facebook que agora virou alvo de crítica por parte de algumas feministas. Alegam que não podemos oprimir ainda mais, a mulher que já é oprimida. Concordo em partes. Ficar apontando o dedo, não resolve. Porém, por outro lado, não conheço um jeito mais " meigo" e sutil, de mostrar a uma mulher/homem sobre seu machismo, sem dizer claramente.

Será mesmo que há algum outro jeito de lutar contra a cultura do patriarcado, sem avisar as pessoas,"ei, você está sendo machista, já pensou nisso?!" Já é difícil dizendo com todas as letras, imagine sem dizer.

Bom, desconheço, mas deve haver. Não acho totalmente sem sentido essa "nova onda do feminismo" em criticar as mulheres que criticam as machistas. ( Ex. se acha ruim que critiquemos o machismo, vá lavar louça e coisarada assim!)  Acho válido pensar sobre. Mas em compensação, por que motivos apontar o dedo para os homens dizendo,"ei, você é machista", se ele também vem da mesma cultura? O argumento me parece meio pasteurizado e padronizado, quase um consenso dentro do feminismo: "Simples, por quê eles é que são opressores".

O opressor tem consciência até que ponto? Que diferença faz ser mulher ou homem que produz o machismo, se nenhum dos dois têm consciência?

Exemplo na prática: A família é unida e feliz. Janta todos os domingos. Acabaram de comer. Elas lavam louça, eles tomam cerveja no sofá. Elas reclamam, eles se fazem de desentendido. Elas desistem e sempre acabam com um: " Ah, não adianta, eles não fazem mesmo!". As vezes, até com sorriso no rosto. Como já falei outras vezes, pode ser até que fique feliz, por sentir-se valorizada quando ele diz que tem uma esposa maravilhosa e a recompensa com presentes.

Ele é machista, ela é mais vítima, mas é no mínimo conivente e submissa por aceitar o machismo no seu lar. Ok, vamos mudar a estratégia, mas qual? Como fazer essas pessoas pararem de acreditar em " naturezas biológicas?".

Imagem divulgada na página "Moça você é machista"

Bom, como falei em outro post, minha mãe é machista e é feliz. Não aponto mais o dedo pra ela. Cansei Uso a lógica de que ela não tem culpa de seu machismo. Ontem, conversando com ela, discordando sobre ela dizer que todo filho sente falta de pai, ela me disse: " Homem é homem, mulher é mulher, pai é pai, mãe é mãe e acabou-se!", em tom de irritação. Não foi a primeira vez. Eu só disse que não discutiria mais aquilo, pois as pessoas eram diferentes e ela não entendia.

Para meu pai também não aponto meu dedo. Se não mais aponto para minha mãe, não vejo sentido continuar no ringue agora só contra ele. Foi aqui que eu quis chegar.

Certo, dizem que essa nova onda contra a repressão das mulheres machistas, aceitam homens como "aliados", mas não como "protagonistas". Até agora, baseada nesse novo pensamento, não vi nada que fosse apoiado para com os homens feministas. Sempre, qualquer texto, qualquer coisa que um homem tenha escrito, em qualquer lugar, aparece uma feminista pró esse novo movimento, para dizer: " O duro é que é um homem branco e hétero, não deveria estar aí!". Não ficou claro para mim, onde exatamente elas querem que eles estejam e o que é protagonizar e o que é " ser aliado". Segundo essa nova ordem que vem da "liga feminista oficial".

 Para mim, ser aliado é estar junto onde quer que esteja, em espaços públicos. Para elas não. Como controlar no meio da rua? Nos grupos, é totalmente possível, visto quê, cada grupo tem um perfil, para atender as demandas de pessoas feministas. ( só para homens, só para mulheres, só para trans, gays e etc). Mas o negócio complica dizer onde eles devem estar. Se somos contra a ditadura de se apossarem de nossas identidades e dizerem o que devemos fazer e onde nós devemos estar, por que vamos dizer o que eles devem fazer? Essa é a complicação número 1, vamos em frente.

E reclamar da página que é feita por mulheres, dizendo que elas não podem apontar o machismo de outras, porém, pensando bem, atacam essas mulheres que fizeram a página? As machistas, não pode, as feministas que mostram onde tem machismo, pode? Complicação número 2.
Imagem divulgada na página Feminismo na rede

Então outro argumento entre as feministas defensoras dessa nova onda é: "Homens não podem ganhar mais visibilidade que a mulher!"

Ok, não soa meio Feliciano ( o medo dele "liberar" os gays, é que a raça humana toda vire gay e o mundo pare, pois as mulheres não iriam mais procriar) achar que meia dúzia de homens feministas ou mulher trans, para cada cem ( acho que a proporção é mais ou menos essa) cause pânico geral e dê medo que um dia todos virem feministas, donos da história, menos as mulheres?? Pouco provável, não?

Enfim, não estou aqui jamais para dizer que eles tem direito de protagonizar nada. Não, somos nós, mulheres, principalmente, que temos que nos dar as mãos. Isso é indiscutível  Mas como manter nossos laços? Como conviver em paz e harmonia com os homens? Supondo que a gente os delete dos movimentos e pelas mulheres machistas, que perpetuam o machismo sem querer, continuemos a luta, resolve? Complicação número 4.

E supondo que todas entendam e virem feministas, como, agora como convencê-los, já que não participaram dos movimentos e não foram devidamente conscientizados? Complicação número 5.

Expus 5 problemas e nenhuma solução. Ah se na vida fosse fácil como a proposta da Elseve...


Enfim, o que proponho é apenas uma reflexão. Não sou dona da razão.Faço perguntas, por que eu também, não sei responder e busco ajuda dos universitários.










Na boa, mudando de assunto, só eu acho que o photoshop em excesso, praticamente, descaracterizou a Grazi, ou vocês também acham? Eu fico pensando que não é só do machismo que a gente vai rir no futuro... essas propagandas super artificiais tb! :P

23 de mai. de 2013

Crise existencial feminista





A vida está me ensinando que a busca da lógica da minha existência, está dentro de mim e não nos grupos nos quais me sociabilizo. Tenho dúvidas do que sinto e meu feminismo e espírito de solidariedade, está abalado. Descobri que não era bem o que eu pensava. O cisne virou patinho feio de novo.


Muitas amigas que fiz aqui, nunca viram meu rosto. Nunca me julgaram pela minha aparência. Poderiam nem saber se eu sou homem ou mulher, pois não tem fotos minhas. Mas sabem todo meu passado, se digo que sou mulher. E sabem mesmo, pois todas nós, mulheres conscientes da cultura do patriarcado, sofremos com o machismo. Por mais que eu saia o mínimo possível de casa, que é o que de fato acontece comigo, de um simples marceneiro a um eletricista, raras são as vezes que não me olham estranho quando entram na minha casa solitária, afim de fazer algum reparo. Não importa se sou bonita, não importa minha roupa. Sou mulher. Não sou casada.



Para quê o feminismo, então? Liberta-te ou seria melhor viver e morrer na ilusão? Minha mãe é machista. Mesmo com uma filha que foi agredida, ela continuou sendo machista e culpando a vítima, no caso eu. Ela vai morrer sem entender que a culpa nunca foi minha. Talvez ela que seja feliz. E eu estou mais feliz desde que parei de tentar convertê-la ao feminismo. Me dou melhor e a amo mais agora.

Que felicidade me traz lutar? E se eu sentisse meu ego inflar quando o pedreiro da construção me olha, em vez de vir todo esse filme feminista na minha cabeça?

Escolho sempre os caminhos mais difíceis para minha vida, é impressionante. Maldita tendência que tenho para o sofrimento.

Sempre com ideias malucas, desde criança. Aí vc comete a insensatez de ver lógica em Simone Beauvoir ( aquela mesma que minhas costureiras nunca ouviram falar) e acha que mente não tem sexo. 


Não segue o padrão do senso comum, sente-se sozinha. Na tentativa de amenizar a solidão, vc acha sua tribo e lá dentro encontra, praticamente um novo mini senso comum, sente-se sozinha novamente.

Cada dia mais sozinha... dias, meses, anos. Esse é o preço da intelectualidade feminista?

Estou começando a achar que a ignorância feliz vale a pena. É como ir a um culto da igreja universal. Emoção pura e produção de endorfinas. Eles realmente amam Jesus e acreditam que a ponte está ali. Há quem fature com isso. Mas o amor a uma entidade invisível, é legítimo, existe. Quem sou eu para dizer que não?

Mesmo que novamente minha mãe me culpe em outra oportunidade, mesmo que eu seja estuprada e assassinada por um companheiro em breve, será que minha vida seria melhor sem me preocupar tanto com as outras ( que nem se preocupam tanto com a minha)? Como dizia Cazuza: Vida, louca, vida, vida breve.

O que vale a pena realmente?



20 de mai. de 2013

Saúde mental, como anda a sua, cara amiga?


E por falar em saúde mental, ( vide post abaixo), eu quero fazer um desabafo. Tem gente que suga as energias da gente. Eu costumo ser realista demais, ser cruel comigo, pois acredito que resultados a gente só consegue, indo a luta, mesmo quando a gente é vítima ou sofreu algum tipo de injustiça, trauma, depressão, qualquer coisa. E luta pra mim é uma palavra muito forte, é dedicação de verdade.

Sou um (a) "soldado" ( qual o feminino disso, hein?) e acabo querendo que todos sejam exigentes tb (o que é um grande defeito meu). Fico indignada com as pessoas que não olham ao seu redor e veem que o mundo precisa de mais gente lutadora.
Mas meu desabafo hj é outro. Posso dizer, que nesse meio que convivo, entre ativistas e pessoas engajadas, tem uma minoria (ainda bem que não me representa) que não faz da luta um motivo para ser feliz e promover a felicidade.

Tem gente que age e fala como se a luta fosse sempre um fardo, mais difícil ainda do que parece. Isso é irritante. Não vou dizer que minha filosofia é "usar a vida com leveza", não eu já tentei, isso não é pra mim. Eu uso a vida com minhas armas e com meus objetivos e dou vazão aos meus sentimentos. Sou muito densa, intensa. Jamais deixaria as injustiças contra as mulheres ocorrerem debaixo do meu nariz, (é meu jeito de ser minha essência e meu karma) e fingiria que isso não existe. A crítica, é claro, é importante demais. Mas não me considero uma pessoa enjoada. Que por isso, nunca sabe sorrir. Que só observa o lado ruim de tudo; paranoica, radical, como dizem por aí sobre pessoas da minha tribo. Não, eu e muitas outras não somos assim!

Há algum tempo, ando me incomodando com alguns pensamentos, neste meio, e pensei o seguinte: Vale a pena lutar se for pra estar sempre com a sensação de estar competindo, de ser dona da verdade? Há divergência dentro dos movimentos sociais. É normal, ninguém precisa ser igual. Mas impor pensamentos, tentar diminuir outros, por isso, não acho legal. Onde está a democracia tão sonhada? Acho contraditório, pois lutamos justamente contra as verdades impostas, queremos ser livres pra sermos quem queremos, sem regras, sem manual social do que é família e sobre os papeis culturais pré-estabelecidos para os gêneros ( que a pobreza intelectual do senso comum jura que é biologia e ciência).

Então, para todos que lutam por alguma causa social, eu só queria aconselhar (espero que não pareça pretensiosa por isso, mas é que acho que, nós pessoas envolvidas nessas causas, acabamos tendo mais tendência a sofrer pq nos envolvemos demais com os problemas dos outros):
Que a gente até perca tal ternura, sim ( no dia da mulher, vi Sandra Annenberg dizendo que muitas mulheres estão se inserindo no mercado de trabalho que era tipicamente masculino, mas que não podemos perder a ternura nunca, por isso... Blargh!), mas não a firmeza e nossa personalidade, em nome de um pensamento "tendencioso tribal"*. 



Que a gente perca a mania de entrar na guerra para atacar, mas tenha a mania de usar as armas certas para passar o conhecimento adquirido, informar. Que a gente perca o medo, mas não o escudo. Que a gente cuide da gente, pq acho que acabamos pensando tanto em mudar o mundo, que acabamos esquecendo de melhorar o nosso mundo. Vamos regar amor de dentro pra fora. Mas de fora pra dentro também!


Boa semana! Paz e amor! (E sororidade, claro!)

* pensamento que se difunde com facilidade e vira lugar comum dentro de algum grupo sociológico. (acabei de inventar! :P)

Será mesmo que sua tristeza é doença?



Estava lendo o texto de Eliane Brum, " Acordei doente mental hoje" e parei pra escrever um pouco sobre isso aqui.

Acho o trabalho da psicologia e psiquiatria muito importante dentro da medicina. Está provada a relação do cérebro com o bem estar, bem como da fé com a melhora de doenças. ( sou ateia, minha fé é diferente, baseia-se na filosofia budista, mas enfim, acredito no poder da mente). Todavia, pra mim, é último caso, depois de tentar auto-terapia ( ser mais auto-crítica), me policiar mais; fazer mais coisas que gosto, meditar, mudar meus hábitos negativos e coisas assim, que exigem uma força muito grande de pessoas que estão em momentos de profundo desânimo e tristeza. Como nada funcionava, as vezes, busquei ajuda e foram experiências positivas. Porém, a última vez saí do consultório de psiquiatria, saí com vários diagnósticos ( TAG, bipolaridade) gastei horrores em remédios e comecei a tomar e me sentir muito pior. Alguns remédios me davam enjoo e diarreia  era terrível. Parei tudo. 

Depois descobri que tenho hipertireodismo, então a relação do nervosismo, stress e desânimo que oscilava com euforia, com a doença, era muito forte, segundo artigos que li. Acho que os psiquiatras as vezes esquecem de passar um hemograma ou check up e ver se não há doenças que já existem nas pessoas que alterem seu humor/comportamento. No meu caso, apenas psicoterapia e uma receita médica com os remédios do endocrinologista, já era um tratamento. A psicoterapia, eu gosto, mas não faria mais do que uma vez por mês. É meu estilo. Acho que cada um tem que desenvolver suas necessidades de acordo com o que sente, mas todo vício é perigoso, inclusive esse de psicólogo. Tem gente que além das seções, liga com frequência pro piscólogo e pauta sua vida nisso. Já conheci gente viciada demais que tomava remédio demais e acaba vivendo de menos.

Hoje, como Eliane Brum, procuro não ver minha alteração frequente e humor, como uma patologia que precisa ser curada, mas como uma característica de minha personalidade. Meu pai também é assim. Não sei se é herança genética ou se há uma relação na educação que enquanto criança, absorvi e levei para vida adulta. 

Sempre digo que o planeta tudo azul da rede social, não costuma nos mostrar o lado triste das pessoas. Isso ajuda muita gente pensar que vive muito mal, pois todos os outros estão sempre felizes.

A felicidade é uma conquista e não é uma constante. 


Abraços e uma ótima semana!


16 de mai. de 2013

Mas é só uma brincadeira...

Quem nunca ouviu o clássico: "Mas é só uma piada", ou "é só uma brincadeira?" Pois é, mas por que é engraçado? Porque dá vontade de rir expor uma mulher a algum tipo de humilhação? Por que crescemos achando a misoginia natural e normal. O ódio a mulher é proporcional ao desejo de objetificá-la. Muita gente não sabe ainda, mas odeia sim, as que não têm um " comportamento adequado" ou que não seguem os padrões e regras sociais impostas a elas. As desculpas são variadas, até ciência e biologia entra no meio. A crença que mulheres nasceram para ser assim e homens assado, é tão grande que poucos percebem que é a sociedade é quem molda e não nosso DNA.

Há algo de errado na nossa cultura. Os homens aprendem a cultuar e desejar, mas também aprendem que a mulher que se comporta ou se veste de tal forma, de modo que na cabeça deles " facilite" a ideia de que ela quer " dar" ou gosta de sexo, como no caso de panicats que trabalham mostrando seus corpos, são vadias e todo castigo é pouco para elas. Vamos rir, vamos meter a mão na saia delas. Elas não se dão o respeito. Um dia vi um comentário em uma foto de uma dessas moças, no Facebook: "para se divertir serve, para casar não rsrs". Não, eu não me confundi, não foi direto do caderno das moças dos anos 50, foi em pleno século XXI, em plena era da internet, 2013.

 É uma ideia que tem origem nas religiões ( a mulher nasceu para procriar e ser responsável pelo lar) e que aprendemos na mídia o tempo todo. Os comerciais de produtos de limpeza, eletrodomésticos, cervejas, carros e e vários outros, reforçam onde é nosso papel na sociedade. Hoje em dia a coisa está mais "moderna", puta na cama, se for com o marido vale, afinal é uma forma de servi-los. Ah, mas tem que se guardar e esperar a hora certa de " dar", senão, minha amiga, eles " fogem". Esse seu fogo no começo, pode ser perigoso. Pode demonstrar que você não foi uma moça programada para casar.

Os humoristas como Rafinha Bastos, dizem que mulher feia tem que agradecer por ser estuprada e nós, temos que achar graça disso tudo. Se não achamos, somos chatas, mal-comidas, da patrulha insuportável do politicamente incorreto ( Jô Soares uma vez disse que é uma praga, esse tal desse politicamente correto). Vários rótulos padronizados já existem para quem não consegue rir das piadas mais quentes do mercado humorístico.

Será mesmo que as pessoas que percebem todas essas convenções são as mal-resolvidas? As " mal-comidas"? Ou será que uma mulher livre que usa a roupa que quer, que não é submissa, que não vê graça nos Rafinhas Bastos da vida, são as que mais se amam, as mais felizes, as que mais riem com bobagens e as que mais gozam? Fico com a segunda opção e recomendo, cara amiga.

Desculpa, masculinistas, se minha felicidade, minha roupa curtinha, minha vontade de dançar como eu quiser, de ter tantos parceiros quanto eu quiser e meu gozo os incomodam.

12 de mai. de 2013

Pastores x empreendedorismo



Acabei de assistir" O infiltrado na igreja evangélica" no History. Estou muito impressionada, realmente os pastores que adquiriram sucesso tratam seus negócios com um empreendedorismo que deixa até Eike Batista de queixo caído. 

O infiltrado é na vida real, um ateu, mas quer muito ser convertido para pregar a palavra de Deus tb e abrir sua própria igreja. Contratou um personal teólogo que lhe deu algumas dicas de como se vestir, como falar com autoridade. Ele perguntou ao pastor se algum cliente, ops, fiel, questionava o dízimo e a resposta foi rápida: "Não! Pq na bíblia está escrito que dependendo de sua fé, vc pode receber de volta até cem vezes mais do que doou".

O infiltrado acha que o custo benefício pode ser positivo, para quem frequenta, eu tb acho. Se a pessoa sai de lá se sentindo bem e mais leve, em nome de Jesus Cristo, quem mais pode ser contra??? Crianças já estão no caminho, como a famosa pastora Adrianinha. Uma espécie de talento raro, praticamente uma Neymar da igreja evangélica. Seu futuro está garantido. Bem como o do pastor que inventou a igreja da lipoaspiração e já tem 1500 filiais ( a pessoa sai mais magra do culto, diz os pregadores). Para ter uma franquia, basta pagar 10% do faturamento para o fundador.

Depois de ver tudo isso, eu penso que o melhor caminho para o brasileiro que quer vencer na vida, realmente é Deus. Eu estava enganada esse tempo todo. Ele é a salvação na medida que nosso espírito e nosso bolso se conforta. Não importa se nosso cérebro produz essa verdade ou se Deus existe. Isso é o de menos. Talvez eu tb contrate um personal teólogo e desenvolva meu potencial autoritário para pregar e ficar rica as custas de quem tem fé e acredita que sua vida pode mudar. O que há de ilegal em fazer pessoas felizes??? Deus é dinheiro, aceitação, sociabilização, língua da maioria, crença inabalável ( há sempre uma justificativa, seja para um acontecimento do bem ou do mal, a vontade dele é uma ordem). Quem sabe disso, é quem mais se dá bem. A indústria cristã, com seus pastores milionários, deveria gerar uma capa da PEGN. Não tenho dúvida que é o setor que mais cresce no Brasil

11 de mai. de 2013

Vão embora as crianças, surgem novos adultos

Você cria seus filhos, acha que eles são uma extensão sua. Quando são crianças manipuladas por você, uma super heroína (super herói), a coisa é diferente. O olhar da criança é puro, ingênuo. Acredita em tudo que você fala. Mesmo que você não queira impor algum pensamento seu, você acaba persuadindo sem querer. Fala o que acha sobre a vida, sobre religião. Instiga o questionamento. Ou não. Dá ordens, mas também dá amor, carinho. Ou não. Afinal qual nosso papel como pais/responsáveis ou como filhos?

A vida é dura conosco. A gente cresce e continua criança. A gente idealiza e quebra a cara. Nossos filhos crescem e tudo que ensinamos, entra por um ouvido e sai pelo outro. Ou ele escolhe o partido dele. Se esses pais se divorciaram, ou até se são casados, mas são muito diferentes, há uma grande chance desse filho ter que escolher que educação julga mais adequada. Não existe imparcialidade e a briga pelo " eu sei o que é melhor para meu filho", é uma constante, mesmo quando esses pais fingem se dar bem.

Hoje é dia das mães. Eu acho que é uma data comercial sobre todos os outros sentidos que querem dar a data. Mas acho que para a criança distinguir isso, é difícil, então desde cedo, condicionamos o simbolismo no nosso cérebro, que acaba virando uma data importante até o fim de nossas vidas. Sempre fui nas festinhas da escola. A apresentação era demorada e chata, mas quando meus filhos estavam em cena, eu chorava, me emocionava.

Dificilmente eu não ligo para minha mãe no dia das mães. E dificilmente não me sinto deprimida, depois que perdi minhas crianças. Sim, elas se foram. Hoje vejo rapazes de cabelos nas pernas, vozes grossas, gostos diferentes, menos amor por mim. Pessoas que implicam comigo. Motivo? Eu os criei sozinha a vida toda. E isso enjoa. Isso faz muitos adolescentes perderem a admiração, ficarem de saco cheio. As mães dos outros quase sempre são mais legais. Ainda mais quando a mãe dos outros, se comportam dentro do padrão: servir, priorizar os filhos e se anular. Esse não é meu conceito de amor. Mas como explicar isso aos filhos quando existe um mundo contra você?

 Especialmente hoje, me sinto ainda mais triste.

Um de meus filhos admira o pai e não a mim. Meu filho seguiu a religião do pai e não as minhas ideias de estado laico, liberdade religiosa e a não obrigatoriedade de crenças para ser feliz. Falo pouco com ele, ele mora longe. Falamos por mensagens e raras vezes por telefone. A última vez, soube de algumas coisas. Meu filho reza e se sente bem com isso. Eu falei para ele que todo fanático religioso um dia começou com uma simples reza e por isso sou contra os professores que entram na sala e iniciam a aula com uma reza. Mas meu filho não vê nada demais em uma reza. " Mal não faz", diz ele, minha mãe, minha irmã e a torcida toda do Flamengo. As pessoas nunca vão entender. Não queria zombar de suas crenças, mas sempre fazê-lo questionar. Não adiantou. Ele diz gostar da bíblia. Eu tenho pavor a bíblia. Pavor a compartilhamentos machistas. Ele compartilha. Não para me afrontar, mas porque se identifica. E agora, eu que também me sinto criança, assim como ele, perdi um pouco da admiração por ele. Ele é mais um. Só mais um do senso comum. Saiu do meu ventre, foi criado 12 anos, para ser diferente. Mas o tsunami chamado cultura, foi mais forte, venceu. Foi morar com o pai no ano passado apenas, a vida toda a criação foi minha. Hoje está com 13 anos, mas com muito mais afinidade com o pai. Ele é bonito de chamar atenção. Já namora. Provavelmente deve falar coisas machistas para a namorada. Ele me considera "paranoica" com esses assuntos, então não conversamos sobre isso.

Meu outro filho tem mistérios. Não sei bem quem ele é. Até onde sei, um rapaz que eu amo, inteligente, mas que as vezes me dá medo. Tem facilidade para mentir. Não se abre, é reservado, não demonstra me amar. Demonstra que me respeita. Mas não me ama como eu pensei que um filho me amaria. Está fazendo terapia, precisa resolver questões internas. Me decepcionou com algumas coisas que eu me envergonho muito. Entendo que ele tem 14 anos e é uma criança, mas me decepcionei. As vezes vejo- o como um criminoso, as vezes como meu bebê lindo que sempre foi. Espero poder ajudá-lo.

Nenhum dos meus dois filhos me amam incondicionalmente. Agora entendo quando minha mãe dizia que o amor " de cima para baixo" é muito maior. E entendo que é uma decepção perceber que filhos não são nossa continuação. Me identifico mais com meu pai. Mas isso está longe de ser suficiente para ele ver em mim alguém que eu gostaria que ele me visse. Ele me vê como uma pessoa difícil, chata e dá a entender com seu machismo subliminar, entre palavras educadas, que eu devo agradecer por ter um homem que me quer. Meu namorado é legal, mas não é o centro de minha vida. Eu não vivo feliz por ter um macho. Eu não quero ser dona de ninguém e gosto de ser livre também. As vezes tenho dificuldade de estar em um relacionamento. Meu pai não entenderia jamais. Ele diz que eu não ouço ninguém, que eu não deixo ele falar. Mas eu só escuto a voz dele quando ele fala comigo. Se eu falo é ultrapassando sua voz, é pedindo passagem. Mesmo assim, sinto que ele me corta, ou mal me ouve. Ele quer que meu estigma continue. Ele já tem formatado em seu cérebro, meu estereótipo.

Nós, como pais, as vezes, queremos impor nossas impressões sobre a vida. Nem sempre fazemos isso por maldade.

A impressão que tive essa noite, quando deitei, foi que caí do 15º andar e continuo viva. Lembranças do passado se mesclaram com o presente e a ideia dos novos filhos que surgiram no lugar das crianças, me deixaram inconsolável. Chorar virou rotina em minhas noites frias. Me afogar e não encontrar ar, também. É madrugada. Preferi levantar e escrever o que sinto do que me afogar ainda mais em minhas lágrimas.

Não quero morrer, a vida ainda é linda. Tento ver as vantagens: agora não preciso mais de babá pra deixá-los quando quero sair para beber, ou uma simples tarefa que era quase impossível, como sair com eles para comprar roupas. Antes eles corriam pelas cabines e eu desistia de levá-los comigo para as lojas. Fazer feira no supermercado era uma função. Dormir nos fins de semana, impossível. Crianças correndo para todo lado. Duas se transformavam em 10 rapidinho.

Que mãe sou eu? O que será que acontece que só estou vendo as desvantagens? Fiquei amarga, antissocial e não aceito o mundo. As risadas vazias, as pessoas idiotas padronizadas, presas em conceitos pré-fabricados, não me atraem. Meus filhos têm razão, se era isso que queriam, estou longe de ser aquela mãe sorridente, que nasceu para servir, do comercial.

Sinto falta do olhar de admiração, de amor. Das cartinhas apaixonadas. O que entrou no lugar foi frieza. Ingratidão. Eles têm vida própria. Mãe é só um detalhe. Como é difícil lidar com isso! Até para mim, que nunca me culpei por ter ido a balada, por sair para trabalhar normalmente, é difícil. Até para mim, que sou feminista.

Crise existencial. Depressão pós parto que nada, depressão pós infância dos filhos. Meus filhos cresceram, não precisam mais de mim. O que eu falo é inútil. O que eu sou, não importa para eles. Colocando limites, mandando fazer a tarefa, já está bom. Não preciso ser diferente. As crianças vão ser o que quiserem quando crescerem, independente do que preguei a vida inteira. As crianças estão crescendo e nada demais está acontecendo. Estão se agregando a multidão.

Esse dia das mães, prometo um presente especial: vou cuidar de mim, da minha depressão. Quero ser feliz de novo.


10 de mai. de 2013

Gordofobia no programa Pé na Cova




Esqueci de mudar de canal depois de "A grande Família" ( esse eu consigo rir de vez em quando, por isso vejo!) para minha infelicidade e escutei mais uma vez os preconceitos explícitos, disfarçados de humor no programa Pé na cova. É, aquilo que o povo chama de humor, que só tem graça se for politicamente incorreto.

Duas cenas deprimentes de Miguel Falabella dizendo: " Sua gorda, safada!!" Motivo? A mulher era gorda. A piada era essa, esculhambar a mulher por ela ser gorda.Fora a marcação com travestis. De outras vezes, já vi o programa Pé na Cova fazendo humor só pq a pessoa é travesti. Não, nem era a gordinha estereotipada "engraçada". Nem um travesti engraçado. Era pq era uma gorda e uma travesti. E não é só isso, preconceitos contra nordestinos, nunca saem de moda, se depender de Miguel Falabella. Os personagens cômicos dele sempre são nordestinos.

Fico chocada com esse tal humor e essa moda do "só é legal quem não é da patrulha do politicamente correto". Na boa, nem sou politicamente correta (já pensei ser um dia, mas com o tempo descobri q não sou!) é mais feliz pq vê esse tipo de coisa? Quem acha que a vida fica mais leve por causa desse tipo de humor?

Olha que eu curto um besteirol, mas certas mensagens/piadas são totalmente desnecessárias. Por isso que fico com os meus preferidos de terça feira, adoro Louco por elas e Tapas e Beijos. (Detalhe apenas para esclarecimento: Nem sou dessas que odeia a Globo e o BBB). 
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Oi, kirido, quando vc vai escrever coisas engraçadas? 

Menos amor por favor?



Estava no caixa do mercadinho perto de minha casa e tinha uma senhora corcunda, daquelas que adoram conversar. Sempre imagino que essas pessoas são sozinhas e carentes, por isso ficam ali puxando papo... Sei que é complicado pq as pessoas precisam trabalhar, então tem que cortar com educação. Só que depois de muito falar e o rapaz do caixa e o empacotador fazerem aquela cara de: "tá e daí?" enquanto ela falava, a senhorinha disse: não precisa me dar o troco... devia ser um real, sei lá. 

O rapaz insistiu e ela pegou. Quando ela saiu chegou minha vez e os dois ficaram rindo ironicamente da cara dela e dizendo: "a rainha do mundo, não quer troco, dinheiro pra ela, não é problema!" 


Me lembrei de quando eu fazia faculdade e, ainda na época do orkut, deixei uma postagem na comunidade do meu curso, oferecendo carona pra quem morasse pras minhas bandas. Choveu gente dizendo: " A rainha do mundo, tem carro e precisa esnobar e passar na cara de todo mundo isso" 

Me lembrei tb de outro dia, eu pedir pra minha tia abrir o jogo sobre o que meus parentes falam de mim, pois sei que sou muito comentada, por ser feminista. Sabem o que ouvi? Que muita gente acha que exagero e que sou hipócrita ( não com essas palavras, ela tomou cuidado, mas não sou burra e entendi perfeitamente). 


Moral da história: As vezes a nossa intenção é a melhor. A senhora quem sabe queria dar uma gorjeta, os rapazes se ofenderam, eu com minha postagem do orkut, queria só conhecer gente e ajudar, mas não entenderam assim. Minhas postagens Mas sempre vamos sr mal-interpretados. 

Por isso meu conselho hoje é: Seja mais fria (o), mais cruel, pense mais em vc.

4 de mai. de 2013

Dia das mães está chegando e com ele...

.. os comerciais de eletrodomésticos que induzem ao pensamento: Mãe feliz e realizada é mãe que cuida da casa e do lar!!!

Conselhos da tia Li, a titia "chata" ( mal amada também, né? :P) feminista: 
Adicionar legenda

- Recuse compartilhar imagens que naturalizam a nossa escravidão ( por exemplo, onde vc tem tentáculos e não mãos, e dá conta de tudo: criança, comida, casa, trabalho e etc.)... Não, isso não é felicidade, isso é exploração feminina.

- Recuse imagens que dizem que a felicidade e realização de uma mulher é ser mãe. (essa questão é pessoal, não podemos generalizar e nem contribuir com esse pensamento machista que diz que TODA mulher precisa querer ser mãe pra poder se sentir mais mulher, realizada, sensível e blá blá blá).

- Recuse comerciais de eletrodomésticos que acham que a realização da mulher é ganhar um jogo de panelas, fogão, ferro de passar, liquidificador, geladeira e tudo mais relacionado a casa... muita gente gosta de casa renovada e equipada ( não só as mães, esse tipo de presente é para usufruto e felicidade de todos da casa, o mundo moderno pede donos de casas tb). 

- Caso seu marido seja folgado, recuse ganhar medalha dele, que passa o ano inteiro fazendo menos da metade do que vc faz (em casa e com os filhos), mas no dia das mães e datas especiais ele chega com um buquê de flores ou um belo presente. Não aceite gratidão como "presente", mas colaboração e igualdade de direitos. ( se ele fizer biquinho, cara feia e afins, ignore, uma hora ele vai ver como está sendo antiquado).

- Se puder arrume um emprego e recuse ser sustentada. Faz bem pra sua saúde mental e independência emocional.


Não, não sou radical, juro que estou pensando no seu bem, no nosso bem. 

Abraços!

EPR - Estatuto dos Pais e Responsáveis




Bater não pode, dialogar não funciona, punir, muito menos... Nós mães de adolescentes rebeldes, estamos tão cansadas de filhos mimados, que se acham vítimas do mundo... Estão sempre culpando as mães ( principalmente, afinal são as que mais criam os filhos) por tudo e por todos os seus erros... olha, padecer no paraíso é ir para as piscinas naturais de Maragogi, não é ser mãe, viu.

Acho muito válido o Estatuto da Criança e do Adolescente, afinal eles têm direitos. Tem responsáveis que não respeitam seus filhos, os obrigam a trabalhar e os exploram. Mas na boa, pq ainda não inventaram o EPR - Estatuto dos Pais/ e Responsáveis? 

Muitos pré e adolescentes estão sempre se achando vítimas. Colaborar em casa deveria ser obrigação! Precisamos de leis para nos amparar quando adolescentes de mais de 11 anos são respondões, mimados, não organizam seu próprio quarto, acham que podem sair de casa na hora que bem entender e ainda se consideram explorados quando a gente manda ajudar a secar uma simples louça. Não podemos bater e eu acho certo não educar na base da violência. Mas nem sempre punições caseiras funcionam. 


Uma criança de 11 anos as vezes já é maior do que a mãe, já tem mais força. Deveria sim, ser obrigação participar pelo menos com o básico. Eu sugiro algumas regras para o estatuto dos pais de pré e adolescentes:

- Urinou fora do vaso, limpe
- Levou copos e pratos para o quarto, leve-os de volta
- Roupa suja deve ser colocada no cesto de roupa suja
- Roupas não devem estar no chão em nenhuma hipótese, muito menos pacotes de biscoitos e etc
- Abriu, feche
- Derrubou, apanhe
- Quer comer e não tem empegada (o)? contribua com a execução da comida
- Falta algo na geladeira? Ajude a fazer lista de supermercado, em vez de culpar sua mãe.
- Apesar dos comerciais induzirem ao pensamento que mães são empregadas domésticas, elas não são.
- Passe o próprio uniforme escolar, caso não esteja passado
- Nunca diga que não tem nada para comer, se esforce, se ofereça para ir até a padaria ou mercado próximo (se sua cidade permitir tal segurança).
- Entenda que tudo que vc quer, tem um preço. Se quer um livro novo, um jogo novo, um tênis novo, precisa pagar por isso, sendo no mínimo um bom filho, que respeita os pais e sabe o que é gratidão.
- Não confunda colaboração com exploração. Trabalho infantil é uma coisa bem distante de vc lavar o próprio prato que come e ajudar sua mãe com a louça depois do almoço.
- Tenha direito a mesada, presentes, jogos e etc, somente se cumprir as leis estabelecidas pelos responsáveis. Entenda que quem recebe também tem que dar em troca, SEMPRE.

Caso a criança ou adolescente não respeite as regras, deveríamos ter direito a visita de um assistente social que o multa com serviços comunitários obrigatórios, como por exemplo, visitar abrigo de menores para colaborar com os serviços pelo menos por umas 2 horas. Acho que o adolescente que passa por isso sairia fortalecido e muito mais maduro.

O que vcs acham???

Ajudar é suficiente?




Estava aqui pensando sobre os papeis sociais femininos e masculinos. A mulher culturalmente tende a centralizar tudo e consequentemente se sobrecarrega. Ontem mesmo no Globo Repórter uma psicóloga falou isso.

É comum acharem que os homens não são capazes e que a função da casa é delas. São papeis pré-estabelecidos convencionados há décadas e que ainda fazem parte de nossa cultura. Se eles fizerem algo, estão " ajudando". Me lembrei de uma tirinha de Mafalda onde um vendedor bate numa porta e pergunta: "o chefe da casa está? E ela responde: aqui so
mos uma cooperativa, não existe chefe de família"

Na verdade, acho que as duas partes precisam ceder: eles precisam reconhecer que foram criados em uma sociedade ainda machista e patriarcal ( que só vai mudar se nossos filhos/netos não forem criados assim também) e elas precisam ter paciência e ensinar. É claro que como crescemos acreditando que somos " multi-tarefas" conseguimos desenvolver nosso cérebro para executar muitas funções e mais rápido que eles. Acabamos nos satisfazendo com pouco: se somos gratificadas com o reconhecimento do resto da família ( fulana é uma ótima mãe, ótima esposa, excelente filha... pode ter certeza que essas qualidades são sempre relacionadas a maneira que elas agem perante a casa e os filhos), já é suficiente e seguimos nossas vidas, continuando atoladas em serviços, muito mais que eles.

Já no caso deles, eles acabam acreditando que "ajudá-las" é muito e que elas são umas chatas que pegam no pé deles.

O verbo " ajudar" precisa ser analisado. Pensem bem:

Eles para serem bons pais, só precisam " ajudar". Nós não, precisamos assumir uma fatia muito maior, quase nos anular em nome dos filhos.  Eles para serem bons maridos, só precisam " ajudar" em casa. Nós, não, temos que assumir a casa. ( Afinal o termo dono de casa nem é usual).

Outro dia, estava na costureira ( independente e divorciada por sinal) e ela estava assistindo um programa religioso sobre dicas no casamento. A apresentadora aconselhou que elogiássemos os maridos quando eles lavassem a louça, em vez de achar que é pouco. Na minha humilde concepção, isso deve ser feito com crianças, para incentivá-las, não com os homens da casa. Os homens precisam entrar no século XXI de uma vez e entender que essa função é de todos da casa.

Como resolver esse impasse: dizendo:

a) Ah, eles não sabem fazer mesmo, ir lá fazer e depois ficar estressada?
b) Evitando casamentos?
c) Ensinando com paciência e conscientizando sobre o sistema defasado do patriarcado que ainda é vigente na nossa sociedade?

Fico com a letra C, apesar de toda dificuldade que é conviver com pessoas que foram estimuladas a viver em planetas diferentes. Casais e famílias só podem ser felizes, quando morarem no mesmo planeta. Não, eles não são de Marte. Elas não são de Vênus. Todos são do planeta Terra, todos são capazes. Inclusive, estudos dizem que homens que partilham as tarefas domésticas, são mais felizes no casamento. Meio óbvio que dividir as tarefas faz bem, não? :)