26 de fev. de 2010

Flor do deserto


A modelo Waris Dirie foi personagem principal do filme "Flor do deserto" na ficção e na vida real. O filme é uma autobiografia. A atriz estava aqui no Brasil e esteve no camarote da Brahma no carnaval de São Paulo. Bial, ela sim é heroína! Há um equívoco quando voce chama os confinados em seu reality show de "heróis."

 Que orgulho saber que uma mulher que foi mutilada é uma batalhadora contra essa cultura bizarra  e conseguiu transformar sua história em filme. Que felicidade saber que ela veio ao Brasil. Como é bom imaginar um mundo mais justo e saber que o cinema e a arte podem ajudar nossas culturas. Mais gente vai ver esse filme e quem sabe muita gente do mundo tenha tanta repugnância que se engaje mais na luta espalhando para todos os ventos do mundo que esse crime tem que parar.
  
“O Brasil não tem ideia do que é a mutilação feminina”, diz a ex modelo.

Há mais de dez anos, mais precisamente em 1996, a ex-modelo somali Waris Dirie tornou-se símbolo de uma cruel tradição até então pouco divulgada: a mutilação genital de meninas e mulheres na África. Hoje, após revelar sua história ao mundo – na época ela falou com exclusividade à Marie Claire - e transformar sua cicatriz em causa, ela lança sua autobiografia, "Flor do deserto", no cinema. E veio divulgar a história no Brasil (onde o filme estréia dia 28 de maio) a convite de uma cervejaria.

“Vim também para mostrar algo que os brasileiros não sabem. Ontem, quando falei sobre a prática da mutilação numa entrevista coletiva, as pessoas ficaram horrorizadas.” Ela doará os 10 mil euros de cachê pagos pela Brahma para sua fundação, Waris Dirie Foundation, que trabalha para erradicar a prática.

Waris, quem fica horrorizada sou em em saber que tem gente que sabe decorado o que vai acontecer na novela, mas não sabe dessa prática ainda ativa em alguns países. Isso me deixa bege!!!!



Mesmo com sua luta, que já conquistou alguns avanços, Waris disse que a circuncisão feminina continua sendo praticada na África, em alguns países árabes e em comunidades de imigrantes da Europa e nos Estados Unidos. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que três milhões de meninas passem por isso a cada ano. “As coisas estão melhorando, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado à vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com garotas pequenas que não podem se defender”, argumentou.

Nota mil!!!! Não é só questão de cultura!!! É questão de mutilação não so do órgão mas de uma parte psicilogica da mulher. É crime!!! Pare o mundo que eu quero descer, ja dizia meu guru Raul. Eu também queria descer em outro, um que não fosse repleto de machismo, guerra, gente que diz acrditar em Deus mas não tá nem aí pro próximo. De que adianta você ser católico? Para a religião ajudar vc? Já ouvi gente dizer "só não morri porquê Deus me ajudou". Peraí, e quem morre, Deus não quis ajudar? Não seria egoísmo? Não to pedindo para você católico mudar de religião, longe disso, sou budista mas respeito as demais. Tô pedindo para você amar mais as pessoas e fazer mais pelos outros antes de pensar no próprio umbigo.





Tô louca pra assisitir esse filme. As vezes até me sinto culpada de ta aqui fazendo outras coisas e não estar engajada em uma luta contra esse crime cruel que é a circuncisão de clitóris em meninas. Mas só em ter um blog feminista e em tentar persuadir pessoas do meu convívio contra cultura machista já é alguma coisa. Ainda acredito que um dia vou poder me dedicar mais às causas humanitárias. Mas imagina quem passou por um dos problemas mais graves causados pelo machismo como a Waris? Nenhuma mulher merece. Na verdade nenhum homem deveria merecer também. Endeusar, admirar e acreditar que uma mulher incapaz de sentir prazer por ter tido o clitóris extorquido é desumano.