5 de fev. de 2013

Ameixas ou chocolates?


"Mais ciências humanas, menos biologicismo. Mais filosofia, menos genética."  

Extraí essa frase acima de um texto que compartilhei, no Facebook, pós polêmica da entrevista de Malafaia e Gaby. Achei fantástica. Isso define minha filosofia de vida.

Se enquadrar em um padrão: mulheres são assim, homens assado, gays, sei lá como... pra quê? Se Todo mundo tem seu lado feminino, masculino, trans, ou sei lá que lado. Independente de qualquer pré-disposição genética, ou escolha, o lado humano deve prevalecer.


Todo mundo pode ser o que quiser. Eu sou eu. E não sou como dizem que são as mulheres. Em termos de comportamento social, estou mais pro que dizem que é o comportamento masculino, do que pra mulher. ( sei lá, acho que sim, sou chefe do meu lar, trabalho pra garantir o futuro dos meus filhos, não sou possessiva, não limito a liberdade de namorado, não sou louca por sapatos, não suportaria ser apenas dona de casa ou ter a profissão apenas de esposa... Enfim, essas coisas que definem pra cada gênero).

Nesse caso sou obrigatoriamente lésbica? Ou será que sou um transexual que nasceu no corpo certo, o que me torna hétero? Pq a necessidade de me enquadrar em um papel pré-estabelecido? De ter orgulho de minha sexualidade ou vergonha?

Cada um é o que é. Mais uma vez eu dou o exemplo do gosto. Desde criança não como camarão. Conheço poucos que não gostam. Chocolate a mesma coisa, não sou fã. Minha sobremesa preferida são meia dúzia de ameixas sem caroço. Não é pq dizem que tal comida é melhor que eu vou achar melhor. Eu tenho minha personalidade, desenvolvo meus desejos, vontades e necessidades. Não tem hormônio que explique a minha vontade de comer ameixa a chocolate.

Morro de vergonha quando lembro que europeus foram às ruas, pedindo que pessoas tenham gostos héteros.

Será que é tão difícil de entender que cada um manda na sua xereca, no seu pinto e é dono do seu corpo? Cada um determina os cheiros, vozes, palavras e cores que lhe dão prazer, conforto, sociabilização.

Pra mim, é a mesma coisa de ver um grupo de manifestantes na rua dizendo que chocolate é mais gostoso que ameixa, escolher ameixa é burrice.


Não quero que estudem meu cérebro. Cada ser é único. É como impressão digital, cada um tem a sua. Quero somente que me concedam direitos iguais!