26 de jan. de 2010

"As predadoras".



Depois de dar uma escapadinha no tema feminismo nos últimos dois posts, trouxe uma bomba polêmica! Achei esse vídeo de uma campanha publicitária da companhia aérea Air New Zealand, dirigida a mulheres maiores de 35 anos. Vejam la e depois leiam o que andaram dizendo e minha opinião.

A jornalista catarinense Trissia Sartore disse: "Está provocando a maior polêmica junto a grupos feministas da Nova Zelândia. Nela, uma mulher (bem caricata) ataca um jovem, que tenta se defender, mas é arrastado para um apartamento.



Em parte da narração, aparece a seguinte frase : morre de fome por falta de vegetação durante o dia (em alusão à dieta) e logo sai a caçar grandes pedaços de carne durante a noite.

Achei brega, mas não depreciativo. A publicidade retrata um tipo, estereotipado, que podia ser de qualquer sexo."

Trouxe do blog "Donna" da RBS. Concordo 100% com a opinião da jornalista. E olha que geralmente ver esse tipo de assunto por aí é sempre tratado de maneira machista ate por mulheres. Foi muito bacana o que a Trissia falou e eu ate deixei comentario la no blog dela. Também achei super brega, mas realmente é fato que tem gente que avança em cima (óbvio que no video é uma maneira caricata para ficar super característico. Mas quem nao se lembrou de alguma amiga assim? ou amigo? Sabe aquelas pessoas sem noção? Nossa, eu ja passei por isso.

 Uma vez o irmão da minha amiga (tinha uns 47) me viu no orkut e ela queria que eu o conhecesse de todo jeito, porque ele pediu. Detalhe: o cara tinha namorada. Ela ainda insistiu e é claro que arrumei uma desculpa. Não pelo fato dele ser mais velho, mas detesto homem atirado, galinha. De cara já não faz meu tipo. Nisso sou igual aquele carinha desse BBB 10 que dispensou a Anamara dizendo que ela era "atirada". sei que tem muita gente comentando por aí: "ai, o cara é gay". Ainda garanto que boa parcela que diz isso seja mulher. Elas são as mais machistas. Sinceramente,  acho que ambos os sexos têm que saber se valorizar. (Ter atitude é uma coisa, mas saber tecer o jogo da conquista e saber distinguir qdo ele ou ela está afim, mesmo que seja para ficar só por uma noite, é outra!)

Copiei 3 comentarios para discutir o assunto, os textos vermelhos são os que falaram os pretos, da blogueira que vos fala.


1 "Aqui no Brasil não é diferente. Vejam só as velharias como: Monique,Vera, Ana Maria, Suzana Vieira, Marília gabriela. Quando saem com seus garotões, parece que estão levando os netos à passear.
Beto de Novo hamburgo RS

Que absurdo, hein! Gente, a Helena da novela faz o papel de esposa sendo mais de 30 anos mais nova que o Meyer. Será que esse Beto falaria a mesma coisa? Ou será que o preconceito existe só com as mulheres?
Aqui fica meu recadinho pra Susana, Marilia e Monique: minha tia sempre disse que faz mais sentido o cara ser mais novo, pois depois dos 60 ela so precisa abrir as pernas e ele tem que fazer mais esforço. kkk brincadeiras a parte, sejam felizes e se estão com homens mais novos é porquê tão podendo!
Para Beto eu só desejo que ele se apaixone por uma mulher mais velha um dia. A vida dá muitas voltas...


2 "Na boa, hipocrisia demais destas feministas, se tu fores em festas do Brasil e do mundo inteiro, tu verás mulheres de 30 ou mais se envolvendo com caras mais novos. Os homens velhos elas querem pela "$egurança", os mais jovens pela "disposição". Lucas POA

Generalizando? sei, entendo que muita mulher acaba com nossa raça, queima toda a luta das feministas e realmente é uma verdade que muitas querem a $egurança e a disposição. Mas nem todas são assim, ta, Lucas? Eu namoro um cara 13 anos mais novo e ele tem bem mais disposição que $$$. kkk No entanto para mim basta! Ate pq com disposição em todos os sentidos, dá para lutar pelos seus objetivos, né? Tb quero deixar claro que disposição independe da idade muitas vezes.


3 "Bom, não me parece que elas tenham 30 ou 35, e sim parecem 45 no minimo. As pessoas que eu conheço na faixa dos 30 principalmente mulheres passariam por 20 e poucos fácil..Preconceito com idade nada ver, as pessoas são mais do que números. R. POA


BRAVOO!!! No coments!

E vocês? o que acham?

Pais ecológicos


Todo mundo sabe que sou feminista "doente". hehe Mas peço licença para vir falar de outra bandeira que levanto: a bandeira verde. Venho aqui trazer reflexões para quem vai ter um filho.  São dicas de sustentabilidade que podem durar desde os primeiros meses de vida até a vida toda. Acho que tem muitos pais por aí que ainda não acordaram pra realidade. O texto é da revista Vida Simples, que eu amo.

Texto Mariana Lacerda.

Berço verde

 
Em 1995 um dos maiores historiadores da atualidade publicou um tratado assustador sobre o século 20. Em seu livro Era dos Extremos, o britânico Eric Hobsbawm analisa toda a história dos últimos 100 anos. As guerras, os entraves raciais e religiosos, o crescimento das metrópoles e da economia mundial, tudo isso em detrimento da vida humana. “O velho século não acabou bem”, escreve. Pois logo no início do século seguinte o mundo passou a assistir a uma de suas maiores crises econômicas. O modelo capitalista, que em resumo diz que, quanto mais se acumular dinheiro, melhor, não funciona mais. A menina Isadora nasceu no dia 11 de fevereiro de 2009 no meio dessa confusão. E o que ela tem a ver com isso?
Tudo. Ela é a herdeirazinha deste mundo que construímos. E, apesar da pouca idade, é Isadora quem definitivamente abriu os olhos da mãe, que assina este texto, para desejar cuidar do que constitui o mundo dela: seu pai, suas bisavós e avós, primos, a sua casa, o seu bairro, a cidade em que vive. Foi assustada pela leitura de Hobsbawm e observando o mundo de Isadora que comecei a elaborar a pauta que deu origem a esta matéria. A troca de fraldas, apesar de ser um ato mais do que trivial na vida de uma mãe, também foi um fator imprescindível para pensar no assunto que vem a seguir.

Este é o Ted, o ursinho da prima Irene, que está passando férias na casa de Isadora

Lindas estas pantufinhas, não é? Presente de Pedro, o irmãozinho paulista

A cadeirinha veio do priminho carioca Chico. Grandão, Chico usou pouco o presente que ganhou do pai, Felipe

O macacãozinho também veio do primo Chico. Depois do dia em que foi feita esta foto, já não cabia mais em Isadora. Novo dono: Vicente, que acabou de nascer no Recife

Fralda é lixo Sim, fralda descartável é uma invenção bem prática, mas um horror para o planeta. Uma criança, em seus dois primeiros anos, utiliza em média 5,5 mil fraldas descartáveis – que custam à natureza cerca de cinco árvores. Uma fralda demora 450 anos nos lixões para se decompor. Para ter uma ideia, a cidade de São Paulo recolhe cerca de 13 mil toneladas de lixo todos os dias. Cerca de 230 toneladas são constituídas de fraldas descartáveis (2% do lixo é constituído de fralda descartável). Os números foram coletados pela engenheira química Bettina Lauterbach, do Rio Grande do Sul. Mãe de duas filhas, é uma das maiores ativistas do Brasil pelo retorno das fraldas de pano.

Graças ao trabalho de gente como Bettina, as fraldas de pano evoluíram. Elas se tornaram práticas, ajustáveis ao corpo do nenê. Bettina, que pesquisa tecnologias para a fabricação das fraldinhas e também as comercializa, conta que as maiores inimigas em seu negócio são as avós, que sempre tentam convencer as mães que entram em sua loja a sair dali imediatamente. Ela explica que aquelas que criaram bebês até meados da década de 1970 ainda têm na memória a pilha acumulada de panos no fim do dia. “Mas deve-se levar em consideração que as fraldas estão diferentes e o acesso às máquinas de lavar também melhorou”, diz.

Você pode até achar que também não é lá muito econômico para a natureza gastar água com a lavagem de panos. Mas hoje o problema do lixo nas metrópoles é muito mais alarmante do que a escassez de água. Tanto que países como Bélgica e Inglaterra incentivam – inclusive com dinheiro – os pais a optar pelo uso de fraldas de pano.

Faça um teste: pergunte a sua avó ou mãe se no tempo dela as crianças deixavam a de usar fraldas mais cedo do que aquelas de hoje, o que acontece por volta dos 3 anos de idade. É provável que, puxando pela memória, ela responda que sim. É que, naquela época, os pequenos se sentiam incomodados por estarem sempre molhados, coisa que não acontece com a fralda descartável, pois a tecnologia usada para absorver o xixi o deixa longe da pele do bebê até a troca. É verdade que não é fácil para pessoas como eu, que se acostumaram a usar fralda descartável na Isadora, se adaptar à de pano. Mas vale o teste. O trabalho cresce um pouquinho, sem dúvida, mas as vantagens ambientais são recompensadoras.
Consumo no berço Em seu livro Por uma Outra Globalização, Milton Santos, um dos mais importantes sociólogos brasileiros, conta como antes a economia se baseava na geração de bens que atendiam às necessidades de consumidores. “Atualmente, as empresas produzem o consumidor antes mesmo de produzir os produtos”, escreve.
Ou seja, somos bombardeados por ofertas de coisas de que não precisamos, mas tentam nos convencer de que nossa vida será melhor com elas. O mundo da maternidade é um exemplo disso. “Porque atinge o consumidor num momento em que, fragilizado pela chegada de um filho ou neto, tudo o que ele deseja é encontrar e oferecerlhe o melhor”, diz a advogada pernambucana Rebeca Duarte, que trabalha na organização não-governamental Observatório Negro e ministra palestras com mães de baixa renda a respeito da maternidade e do consumo.

As fraldinhas de pano substituem as descartáveis. Com estampas modernas, o xixi fica retido no refil de pano lavável

Arte feita pelos primos para a chegada da mais nova integrante

A antiga cômoda da mãe foi adaptada para servir de trocador para a filha

Este é o único móvel novo no quarto de Isadora. O motivo: os os berços da família estão ocupados

Nessa fase em que pais e mães estão suscetíveis, são ofertadas coisas não raro desnecessárias para o cuidado do bebê, a exemplo de carrinhos modernos. Enquanto uma faixa de pano envolvendo mãe e bebê (conhecidos como slings), como fazem os índios brasileiros, pode ser suficiente para sustentar com segurança o filhote no colo da mãe. Esse é, inclusive, o lugar onde o bebê pode sentir o mesmo calor e bater do coração de quando ainda estava na barriga, ganhando assim segurança para conhecer a vida que lhe espera. Motivo pelo qual, vale dizer, os autores do livro O Bebê – O Primeiro Ano da Vida do Seu Filho, uma espécie de bíblia sobre o desenvolvimento infantil, sejam categóricos em afirmar que as crianças mantidas no colo se desenvolvem com mais rapidez.

Rebeca Duarte, mãe de uma filha, se lembra ainda da doutrina das roupas azuis para meninos e rosa para as meninas: uma convenção puramente comercial. “Por que existe isso?”, pergunta. A despeito do rosa e do azul, nada mais simpático do que herdar roupinhas que foram usadas por primos e primas mais velhos: os macacões de Chico, o primo carioca, hoje são usados por Isadora e logo serão enviados para Vicente, o recifense recémchegado. Ou ainda as roupinhas de Irene, que, de São Paulo, foram enviadas para Olinda para que a prima Érica pudesse usufruir delas. E que meses depois voltaram para que então Isadora fosse brincar com Irene, hoje com 4 anos. Construindo-se no ato da troca, as relações de amizade e solidariedade, de estímulo à lembrança do outro e ainda o cuidado com as coisas usadas ao máximo antes do descarte. Às vezes, até passando gerações, levando consigo tantos significados, como é o caso do vestido que um dia Isadora usará em seu batizado e que vestiu a sua avó Sônia quando ela saiu nos braços da mãe dela (a bisa Anna) da maternidade.

Estar em rede Se no meio da correria que é cuidar de um nenê está difícil pensar nos aspectos que envolvem a sustentabilidade, tudo bem, nada mais do que compreensível. Mas uma dica importante: junte-se a quem, como você, está experimentando a maternidade – o que acaba acontecendo naturalmente. Isso significa estar em rede. Pode ser uma rede de amigas mães ou mesmo aquelas mantidas por organizações não-governamentais, como o Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, em São Paulo, ou o Grupo Boa Hora, no Recife. Em comum, esses grupos existem para a discussão das experiências de parto. Mas seus participantes terminam por trocar experiências sobre o primeiro ano do bebê. Entram no rol de discussões uso de medicamentos, aleitamento materno, alimentação orgânica e também o troca-troca de roupinhas.

O dia a dia A escolha do que vestir, alimentação, opções ecológicas na hora da compra de brinquedo ou mesmo na organização das festinhas de aniversário. Tudo isso faz parte da tentativa de criar de forma mais sustentável um bebê. “Acho importante ser seletivo e procurar ‘influenciar’ nossos filhos com esse tipo de postura porque, além de fazer bem, existe uma filosofia por trás com a qual simpatizo. Mas que seja sem radicalismo”, diz a publicitária Ilka Porto, mãe de Antônio, amigo de Isadora.

É isso mesmo. Porque criar um bebê é construir o cotidiano. Que, por sua vez, “é uma história a meio caminho de nós mesmos. É o mundo que amamos profundamente, memória olfativa, memória dos lugares da infância, memória do corpo, dos gestos da infância, dos prazeres”, escreveu o filósofo francês Michel de Certau, em seu livro A Invenção do Cotidiano. Daí a importância de ajudar nossos filhos a construírem modos de vida saudáveis desde a mais tenra idade. Para que no futuro eles possam escolher a sua postura de vida face ao mundo.