21 de abr. de 2013

A "culpa" de trabalhar fora e deixar nossos filhos



"Toda mãe quando passa por isso, sente culpa". Grazi Massafera no programa de Fátima Bernardes dizendo sobre a volta ao trabalho, depois de ter sua filha. O discurso de Grazi é só o externo do discurso do senso comum, quando o assunto é:" Mães e conciliação de suas vidas profissionais".


Quando digo que temos direitos por lei, mas culturalmente estamos nos tempos de nossa vó, é por isso. Ainda somos pressionadas a sentir tal culpa. Na verdade, duvido que quem sinta culpa de verdade, consiga trabalhar. Quem sente culpa, não trabalha fora ( como muitas mães que optam por ficar em tempo integral com seus filhos).


Vamos a reflexão do post:


1- Será mesmo que essa culpa existe ou existe a "ditadura da culpa"? Traduzindo: aprendemos que Para ser uma boa mãe, decente, é necessário sentir culpa, mesmo que vc ache correto trabalhar, mesmo que vc tenha tido uma mãe que trabalhou fora a vida toda. Quem sente culpa de verdade, para de trabalhar, essa é a cruel realidade. Isso tudo, parece ser uma doença social, a FAMNEPS " Frescurite Aguda de Mães que Necessitam Entrar em um Padrão social."


2- As que realmente deixam de trabalhar por culpa, é uma "culpa verdadeira", ou estão satisfazendo anseios e cobranças sociais? Essa culpa é consciente até que ponto, dentro de uma sociedade patriarcal e predominantemente machista?


Acho que muitas de nós feministas, gostaríamos de entender por que essas mulheres falam tanto sobre culpa ao sair pra trabalhar e deixar o filho até com o próprio pai do bebê ( como no caso de Grazi, vide vídeo).


Será que existe pai que sente culpa por deixar o filho com a mãe? Por que associal essa função ao papel feminino? Por que amamentam, pariram? O fato é que existe outras coisas que os pais podem fazer que não seja parir e amamentar. 


Essa tal da " culpa" é ainda mais estranha quando uma mulher tão bem resolvida, que teve uma mãe que sempre trabalhou fora, como ela mesma diz. 

A naturalização dessa "culpa" que a mulher sente, tem origem no MACHISMO. E agora, sair brigando para que parem de falar esses clichês? Não é a solução. O inconsciente coletivo, leva as mulheres a dizerem isso, sem maiores questionamentos.

É moda dizer que sente culpa. Parece que faz a mulher se sentir mais valorizada. Estava observando no Facebook, a quantidade de mães que dizem sofrer 
 no primeiro dia de aula. É um comportamento meio padronizado socialmente. Hoje em dia existe até período de adaptação. Nunca vi um pai participar desse tal período. Seria mesmo necessário? Será que não estamos retrocedendo a cada cobrança materna que fazemos??





Capa super recente, de uma revista brasileira, que comprova a teoria feminista da naturalização do machismo: Por que as mulheres sempre são alvo quando o assunto é conciliar carreira e filhos e os pais não? 

Vamos imaginar o contrário:


 "CAUÃ CONTA COMO CONCILIA TRABALHO E PATERNIDADE"

"Cauã Reymond: Nova rotina de pai de Sofia. De volta à TV, ator conta como concilia trabalho e paternidade. "

E aí, conseguem imaginar???

Que fique claro: nada contra Grazi,pelo contrário, ela é super fofa! ( O BBB dela foi o melhor de todos os tempos, sorte nossa, foi uma produção que apresentou ao Brasil gente muito humana, como ela e Jean) A questão é que muitas mulheres dizem a mesma coisa, sem perceber. O casal é muito simpático. A proposta aqui não é desmerecer uma mulher, mas analisar tudo que está por trás dessa famosa culpa.

Só assim, quem sabe no futuro, veremos uma mãe famosa ir à TV dizer que não sente culpa e se sente muito bem indo trabalhar, sem conflitos internos por isso, angústia e com a liberdade de realmente poder se sentir no mesmo patamar já conquistado pelo homem há séculos.


Lindo e paizão. Quem aqui não admira um pai que fica com os filhos pra mãe trabalhar ou coisa parecida? Super admiro, confesso.