19 de dez. de 2013

Do suicídio ao renascimento

Somos todos potenciais assassinos de nós mesmos. Por isso reajo todos os dias contra as armas que estão ao meu alcance. Mesmo quando a fraqueza chega, eu luto, levanto. O risco do coração falhar é iminente. 

Não adianta dizer que está sempre tudo bem, que a vida é linda, como os comerciais de margarina e do Boticário. Em alguma fase de nossas vidas, as coisas não estão fáceis. Hoje não quero um bilhete da mega sena, quero só paz, mente tranquila e coragem. Quero vencer a batalha dentro da minha fortaleza. Eu suo, me canso, mas uma vez ou outra, seguro uma pedra que ameaça cair. No caminho vou polindo meu escudo.

Por que no final da contas, para se manter vivo de verdade, (sem estar morto, se é que você me entende) somos nós que nos ressuscitamos. Não é um grande amor, não é um filho, não é a compreensão da mãe, do pai, do irmão... não são os outros. Muito menos é o açúcar, o álcool, uma roupa de grife, o Rivotril ou qualquer droga paliativa. Não há nada externo que possa nos salvar. Nem mesmo Deus. Só nós somos donos de nossa imponência, significância e de nossa felicidade. 

Não somos somente vistos por aquilo que gostaríamos que nos vissem. Nem sempre alguém enxerga quando gritamos com o semblante inalterado. Uma hora dessas, eu pergunto o que os outros tem a ver mesmo? O mundo é cruel. Sua dor é sua. Sua alegria também.

Não inventemos desculpas para afundar de vez. Até quando há uma necessidade exorbitante de pertencer a outro mundo, é preciso respirar, nadar até a praia. Assim como podemos nos destruir, podemos nos recriar. Viver tem que valer a pena.