22 de abr. de 2009

Licença paternidade já!


Uma reflexão sobre licença maternidade



Uma vez eu estava no escritório há uns dois anos e nos corredores o papo era sobre a mudança da lei dos 4 meses de licença maternidade para 6 meses. Eu me meti e disse: sou contra. Todas as mulheres me olharam com aquela cara de repressão. Mas calma, não que eu seja contra porque não acho justo. Acho justo ate demais. Mas so acho quando o pai também puder tirar os 4 ou 6 meses de licença maternidade. Porquê? Porquê enquanto só nós mulheres nos afastarmos do cargo haverá discriminação. Se já não querem contratar por nos afastarmos por 4 meses, que dirá por 6? Me lembro bem que meu pai era empresário há alguns anos e quando estava procurando uma vaga para um certo cargo comentou: “não vamos contratar mulheres, pois quando ficam grávidas têm que se afastar e é aquele pepino”. No ponto de vista empresarial ele têm razão. Até eu pensei assim quando tive minha empresa. Você treina a pessoa, deixa ela apta para o cargo e quando ela está indo bem, puft! Uma gravidez no meio. Não estou sendo preconceituosa, mas sim pragmática e realista. Já fiquei grávida duas vezes e me afastei. Mas pensa bem, é mais prático contratar os homens, não? Quando as mulheres deles ficam grávidas, só elas têm a incumbência de cuidar do baby em casa. Mesmo quando trabalham fora. Isso é justo? A única maneira para se fazer justiça é que ambos se afastem. Assim, na hora de uma empresa contratar qualquer pessoa ela terá direito ao afastamento. Os empresários não terão mais esse argumento como desculpa. Se isso acontecesse, as empresas saberiam que é um direito assegurado por lei dos pais cuidar do bebê e não só da mãe. Quero ver ainda um empresário (a) dizer que homem “é mais prático”.

E por falar em licença maternidade, pelo amor de Deus, que complô foi aquele contra a Claudia Leitte? Maria Paula (aquela la do Casseta e Planeta) andou dizendo por aí que era “desnecessário” o afastamento dela do filho, se referindo ao episódio do carnaval onde a cantora continuou trabalhando após o primeiro mês de vida do seu filho Davi. Segundo a atriz, "foi feio". Quem é ela para achar isso ou aquilo da vida dos outros? Quem é ela para saber o que a cantora ou filho dela precisa? Que mania que as pessoas têm de julgar os outros! O que Claudia Leitte faz ou deixa de fazer não é da conta de ninguém. Cada mulher é de um jeito. Quem se sente segura para trabalhar com um bebê recém nascido trabalha, quem não se sente não trabalha. Simples assim. Ela tem contas para pagar e tem a empresa dela a zelar. O filho dela não sofreu nenhuma maldade, pelo contrário! A cantora se virou para cuidar da criança e não se afastar da profissão. As pessoas da equipe dela tem famílias também e muitos dependem dela. Na minha opinião, ela foi muito responsável e trabalhadora. Uma tal jornalistazinha que falou mal também mereceu a resposta bem dada pela própria Claudia Leitte no blog dela. Eu nem tinha visto essa postagem, e estava comentando exatamente isso com uma amiga (que achava ridículo esse julgamento) e ela mandou o link no qual eu vi a própria artista se defendendo.

Quando tive meu bebê voltei para faculdade após um mês. Podia ficar em casa por lei, mas eu queria assistir aula e eu tinha minha mãe que me ajudou nessa decisão ficando com o bebê. Como não sou famosa, ninguém falou nada. Se falaram não chegou nos meus ouvidos. Mesmo que chegasse eu fteria ficado indignada, assim como a Claudia ficou. Fui porque era uma aula que eu queria. Era uma cadeira de antropologia e eu adorava. Ah vc acha q fiz mal? Quem é vc para me julgar!!! Meu bebê não teve nenhum problema. Aliás sequer sentiu minha falta pois não dava tempo dele sentir. Logo que eu voltava pegava ele nos braços, amamentava e dava muito amor e carinho.

Enquanto escrevo esse post , um amigo entrou no MSN com o seguinte Nick “Campanha pela vida, cada um cuida da sua”. Nessa eu já sou engajada, tô dentro! E, Claudia se um dia você ler meu blog, quero parabenizá-la pela guerreira que és e pela resposta inteligente que deste a jornalistazinha. Não pense que todas as profissionais do meu ramo são assim, hein? Eu não sou. Ah se eu fosse amiga dela... só para ligar e dizer: é isso aí, mulher! Extravasa saúde e competência!

Para quem quiser ler a resposta dela para a jornalista, aqui está o link: http://blogdaclaudinha.claudialeitte.uol.com.br/blog_claudinha/