17 de nov. de 2017

Pessoas complicadas

Fulano (a) é complicado (a). Cheguei à conclusão que somos uns tolos quando dizemos isso. Todos nós somos complicados e diferentes. Não existe ninguém fácil de conviver. Lembrem-se que até o maior revolucionário de todos os tempos, Jesus, ( não sou cristã mas o vejo assim) foi atacado. Quando transferimos o problema para outra pessoa, mesmo que em um grupo todos concordem que uma só pessoa é complicada, raiz de todos os nossos problemas, estamos nos vitimizando. 

É duro de assumir, mas é isso. Se tal pessoa não age como você acha certo, pegue seu rumo e não insista para que essa pessoa te siga, te escute, te acompanhe. Tenho encontrado dificuldade em ser assim, mas tenho convicção que é assim que tenho que ser. "Ah, mas essa pessoa está errada!" Problema dela. Se sua meta naquele dia era nada estragar teu dia, ou tua fase de vida, pq permitiu que alguém estragasse? Por quê fazer questão da presença de quem não quer estar do teu lado naquele momento, naqueles dias, naquelas horas? Pq precisar da aprovação daquela pessoa? Pq não ter autonomia suficiente pra se sentir feliz sem depender de mais nada? Pq esperar que os outros te proporcionem felicidade? Pura ilusão. 

Um dia a pessoa complicada pode ser você. Que seja respeitado o nosso luto que surgiu do nada naquele amanhecer, ou naquela fase de nossa vida. Ando refletindo sobre o que é ter paz. É isso. É ter direito de estar sozinho (a) quando se quer estar sozinho (a), é simplesmente se afastar de quem não quer naquele momento/fase nossa companhia, nossos conselhos, nossas experiências. É não cobrar, é não exigir nada e seguir. E continuar lutando pra permanecer positivo (a), apesar de toda dificuldade. Negativismo não afeta os outros, só a nós mesmos. E se tua meta era um caminho florido, que você tem certeza que era um bom caminho para outras pessoas, siga nesse passeio, continue enxergando o florescer, sem exigir da pessoa que não quer enxergar, sem exigir que um cego possa ver.

Temos que exercitar a paz interior todo dia.

16 de nov. de 2017

Radical, eu?

Me chamam de radical, mas olho no dicionário e não me identifico com a denominação.
Radicalismo é não ver as coisas por vários ângulos, com imparcialidade, acreditando só naquilo que se quer. Abrir a mente é um exercício. Não somos detentores da verdade. Precisamos nos conscientizar que é completamente possível uma pessoa ter uma crença totalmente diferente da nossa. Um ateu não é um ingrato com Deus. Pare com isso. É uma pessoa que não tem a mesma relação que você com seu Deus. Se religião é muito polêmica, vamos falar sobre ciência?
São vários estudos, várias pesquisas sobre tudo. Cada um crê naquilo que mais acha lógico. Não vejo lógica na ideia de mulheres serem biologicamente mais sensíveis (e todo aquele bla bla bla sobre a questão dos gêneros) e busco estudos científicos que comprovam o que penso. Só que não quero enfiar goela abaixo, dos outros, como o "certo". Já quem crê piamente em todos os ensinamentos culturais, sem sair da bolha, jamais vai aceitar que pode existir outros estudos científicos, que não os propagados pela sociedade conservadora há milanos.
Sou defensora da legalização da maconha. Mas penso que um usuário de maconha deve entender que, do mesmo jeito que o evangélico convence que só os dogmas de sua religião salvam, existe a tribo que convence que maconha é massa ( não falo no sentido literal Rsrs) e resolve todos os problemas. Usemos o que quisermos, sejamos o que quisermos, mas tenhamos discernimento, por favor. Defensores radicais (seja do que for) são engraçados. Sejamos mais conscientes. O extremismo é tão nocivo quanto a alienação e a bitolação.
Quer ter suas crenças? Ok, mas sinta menos ódio daqueles que pensam diferente de você. Tenhamos o hábito saudável de mudar o prisma e pesquisar muitas fontes, não só aquela que, tendenciosamente, a gente quer.
Falta imparcialidade na hora de interpretar a ciência, a filosofia e a vida. Falta muito pra gente evoluir.

15 de nov. de 2017

Se o conceito de meritocracia não fosse tão enraizado, se fossemos criados para sermos mais colaborativos, termos mais empatia e compaixão, teríamos outro país e menos problemas de relacionamento com as pessoas. A questão é que a cultura do brasileiro ainda é atrasada. A desigualdade social é ignorada e só é bom quem "se esforça". O capitalismo tem uma forte ligação com os preconceitos: machismo, homofobia, transfobia e racismo. Esse esforço muitas vezes é bem menor pro homem hétero, branco do que para negros e mulheres. As oportunidades para eles são mais amplas. A moral nas empresas (as vezes ganhando mais q uma mulher exercendo a mesma função, segundo pesquisas), a postura de provedor, a maneira como se comporta quando uma mulher se cala e ele toma sua voz. Mas ele continua esbravejando que "basta querer", que mulheres são vitimistas quando tentam se equiparar. Mesmo sabendo que são milhões que deixam de trabalhar quando não encontram creche para os filhos, não recebem regularmente pensão, ou não recebem nada. A disparidade está em qualquer esfera social, até mesmo dentro da família. A mulher aceita a submissão e nem sempre é só de marido, mas de irmão, pai, tio, parente que sempre falam em posição superior a ela, sem que seja um sentimento perceptível. É tudo sublime e naturalizado. O empoderamento assusta. Quando um negro ou uma mulher fala de igual pra igual, os preconceituosos não aguentam e logo se munem de armas e artifícios para o combate. Perder (ou rever) a posição privilegiada, nunca é a meta de uma pessoa que não tem parâmetros sobre a realidade cruel para as minorias. E com isso, a sociedade perpetua cada vez mais uma padronagem comum: homens egocêntricos e infantilizados.