17 de set. de 2014

Você tem medo de quê?

Você pensa diferente, tem uma lógica diferente sobre a vida em sociedade e sobre vários assuntos, por isso, aparece milhões para dizer que vc não respeita os outros, que vc é louca, que vc quer impor sua opinião... mas as opiniões já consolidadas no senso comum, pode, né?  Vc não é uma pessoa louca, vc é gente boa demais, vc é ótima, super simpática! Nossa não tem quem não goste de fulano(a)! Claro, fulano (a) tem medo de opinar, quando opina, fala coisas que todos estão acostumados, não se revolta com nada, diz que o mundo é assim e pronto. A sociedade sabe para quem dá o título de "revoltado (a)" e "infeliz". É impossível ver as coisas erradas do mundo e ser feliz. Pra ser feliz, só sendo mais um a aceitar tudo. Qualquer sinal de protesto, significa amargura profunda, ou coisa de adolescente. A receita da felicidade, é reproduzir exato aquilo que agrada a maioria? Existe receita então? Que medo as pessoas tem de serem vistas como infelizes! Pânico! Mas garanto que muitas dessas engasgadas, "agradadoras" e puxas sacos, são as verdadeiramente infelizes.

Então continuemos fingindo que somos os mais felizes, os mais amados, os mais queridos? E sobre o que precisa mudar no mundo, não mudamos? Esperamos que Jesus volte e faça milagres??

Frase que jamais direi aos meus filhos: Aceite o mundo como ele é, meu filho (a). Enquadre-se. Não tenha opiniões diferentes pq sempre serão vistas como opinião de gente radical, chata, alucinada, que fuma maconha, imatura. Frase que direi a vida toda: Dá pra ser feliz, sendo você, contribuindo por um mundo mais justo, revendo seus privilégios, seus conceitos. Incomode, não se renda, não ouça aqueles que estão na zona de conforto. Seja mais um a apertar o botão: evoluir.  

  #cansada #sociedadehipocrita #somostodosprogramados

13 de set. de 2014

"Hoje em dia já temos igualdade..." Será mesmo?

Aos 6, 7 anos, eu estudava em um dos melhores colégios particulares de minha cidade. Minha melhor amiga era negra. Eu era criança e não tinha ainda conhecimento do que era racismo, portanto, pra mim, ela era sinônimo de elegância e beleza, até por que, desde que me entendi por gente, eu achava que meu sotaque (nordestino) era feio. Pelo menos, nas novelas e na TV ninguém falava como eu. Chique mesmo, era chiar no ti e di. (tchi e dhi, como quando eu brincava de novelinha). Logo, eu achava que ela era superior.

Um belo dia, outras colegas minhas me disseram que ela devia ser a filha de empregada. Fiquei sem entender, mas aos poucos fui percebendo que a maioria das empregadas eram negras e por isso, o comentário. Logo, fiquei confusa, mas entendi: mesmo ela falando "chique", ter aquela cor de pele, não era legal. Sou morena, mas comecei a achar que devia tomar menos sol. Assim foi até a adolescência, quanto menos sol melhor, pois a referência que eu tinha de beleza, era que quanto mais brancura melhor. As vezes as bochechas bronzeadas de vermelho, no máximo, mas as pernas e joelhos, eu achava feio se ficassem escuras.

Com o tempo, fui reforçando a ideia que mulher tinha menos capacidade, pois era o que via na TV e em todo canto. Meu pai dava a entender que minha mãe era burra e menos capaz em muitas coisas. Mas dizia que, quando ela era nova, era linda e que isso bastava, pois uma mulher não precisava ser inteligente, a prioridade era ser bonita. Já adolescente, meu irmão mais velho, contou para todos, que um dia pegou minha mãe e meu pai transando, ( nessa época minha mãe não era mais tão jovem assim), então ele riu, disse que minha mãe era uma " trepeça" e que não entendia como meu pai ainda a comia.

Cada vez mais eu parecia com minha mãe e diziam que eu estava ficando muito bonita. Meu pai tinha certeza que eu era a cópia dela, me tratava com carinho, sempre foi um cara ótimo comigo, mas nunca acreditou que eu fosse inteligente e deixava isso claro. Minha irmã e meu irmão mais velho, tinham os olhos verdes dele e ele dizia que os dois tinham puxado a ele ( ele é um homem de sucesso, formou-se na Universidade Federal e conquistou muitas coisas). Minha irmã casou aos 19, com o namorado que tirou sua virgindade, era mocinha, eu era de festa e queria experimentar coisas. Muitas confusões por isso. Eu não era só burra, mas também "banda voou" ( gíria no interior que quer dizer " vagabunda").

Voltando à minha infância, outro dia, no pátio da escola, eu e minha amiga negra, trocávamos papel de carta (eu era a única amiga dela, até hoje não sei porque) e conversava e ela disse que o pai era jogador de futebol de um time conhecido. Foi aí que comecei a perceber que tinham poucos negros na sala e quando tinham eram filhos de ricos.

Mas somos loucos, racismo e machismo não existem mais. Pelo que lembro, nem 30% da minha turma era de negros. Dizem que racismo não tem nada a ver com isso. Assim como quando eu era criança, vem a confusão mental: então quem tem a ver??? Apenas coincidência?

Mulheres são maioria pilotando fogões e lares, mesmo depois de formadas, ainda buscam a felicidade no casamento. Umas dizem que a mulher pode trabalhar, ser delegada, piloto, mas não pode deixar jamais de ser linda, magra, cuidar da casa, filhos e marido. Hoje passeando no shopping, vi uma mulher linda, de corpo escultural, com um marido gordo. Vejo bastante isso e penso que a cobrança para eles é bem menor. Eles podem ser gordos, nós não.

Se não acreditar que preconceitos existem, faça uma pesquisa ao seu redor e me diga onde está essa tal igualdade, oriunda da modernidade.

Vou fazer 40 anos de idade. Da minha infância até hoje, muito fala-se da tal equidade, mas quero saber se um dia existirá mudança de verdade.

1 de mai. de 2014

Enfrentando a guerra



Eu não perdi a guerra, mas me abalei. 

Eu saí ontem e como sempre, sinto medo de me sociabilizar. As pessoas falam com frequência, coisas parecidas, escancaram seus machismos, racismos, homofobias transfobias e vem com discurso de " vc tem que respeitar minha opinião". 

Tudo começou ontem a noite. Saí ( depois de séculos sem sair) com meu namorado e meu irmão, para jantar, na tentativa de fortalecer laços de amizade, pois tenho um bom relacionamento (embora, ele tenha pontos de vistas mais parecidos com os da maioria das pessoas) e me dou bem com ele. Mas em seguida, encontramos um rapaz que, há muito tempo evito, pois não curto gente antiquada. Pensei q podia sair por cima, superior, mas não posso, não estou preparada. Era pra eu ter ido embora, mas não fiz isso, permaneci e esperei aquilo q inevitavelmente acontece: papos sobre gênero, sexualidade, comportamento e etc...

Eu só queria dizer que me fiz de forte, dei respostas inteligentes, fui firme, não alterei o tom de voz, mas no final, quando o rapaz, depois de dizer inúmeros absurdos ( mulher e homem já são iguais, a mulher de hj em dia perdeu os valores, bla bla bla, trabalhador é tudo burro, tem q ser tratado na base da porrada, pq é tudo um bando de safado, bla bla bla) fechou com chave de ouro: "Não sou racista, adoro uma neguinha... ahh como adoro uma neguinha!" Ouvi aquilo como uma bomba. O tom de voz transbordava racismo. O rapaz branco, alto, gaúcho, ganha bem, tem na faixa de 40 anos. É surfista, jura que é um cara da paz, respeitador, pois diz que acha bichinhas insuportáveis, mas jamais as agrediriam.

Esse tipo de episódio, nesse estilo, acontece 100% das x q saio e tenho que lidar com pessoas. Minha família e meu namorado, dizem que tenho q mudar, senão, eu não vou ser ngm na vida. O rapaz é empregado de uma das construtoras de meu pai, e meu pai não se cansa de achar a "brutalidade dele" uma característica excelente para lidar com os peões. Vive o elogiando.

O convívio social, os eventos, tem sido uma tortura pra mim. Tudo me deprime, me faz perder o dia seguinte, fico sem vontade de trabalhar, fico improdutiva, com vontade de morrer e de uma maneira que me dá raiva de mim mesma, pois eu não queria sentir isso.

Apesar de ser mulher, sou privilegiada, pois sou cis, magra, meus pais são ricos (eu não usufruo disso como meus irmãos homens, vivo apertada, mas sim, tive ótimas oportunidades na vida por isso) e sou branca.

Eu devia ser mais otimista em vez de deixar a tristeza me dominar. Eu devia fazer terapia e sair do divã leve. Montar na minha bike, na ciclovia da minha cidade (considerada uma das melhores do Brasil em qualidade de vida) me sentindo ótima. Tb podia fazer yoga e usar mais roupas a ver com o estilo zen. Mas não, fico me preocupando com a imbecilidade alheia.

Eu só queria dizer, que, não queria, mas todo dia eu morro um pouco por dentro. Principalmente quando vem as provas de fogo: ter que me sociabilizar. Meus pais, minha família, ngm percebe, pois eu sou muito dedicada no meu trabalho, posto fotos lindas e sorridentes, no meu perfil real no Facebook e sempre falo de planos para o futuro.

Eu só queria dizer, que não sei se vou aguentar, pois não nasci para viver nessa época e não sei viver com os humanos.

Hoje só quero ficar sozinha, sentar, comer coisas nada saudáveis, mais do q posso até me arrepender e chorar. Só queria dizer a vcs, que o mundo é uma merda, mas queria pedir que não sejam fracos como eu sou.




26 de abr. de 2014

Sociedade das feministas vivas

Não estamos aptas para a vida em sociedade, ou a sociedade é que não está apta para viver conosco? 

Somos seres livres, não permitimos que discursem sobre como são as mulheres. Não achamos graça na sua piada medíocre, que ridiculariza e estereotipa nosso gênero. Vivemos à frente do nosso tempo. Sabemos que assim, as discrepâncias se evidenciam, mas nada impede que sejamos fortes e felizes.

Rimos de outras coisas da vida, temos senso de humor inteligente. Aliás, não só de humor, temos senso de realidade, consciência. Não nos sentimos superiores por isso, mas nos sentimos orgulhosas de não sermos apenas mais um ser humano imbecilóide nesse mundo permeado de mazelas. Quanto menos significado você dá a sua capacidade de pensar, mais conformação. Não precisa me dizer seu signo, sua cor predileta, , você faz parte do grupo que repete que devemos aceitar o mundo como ele é? Sinta-se um nada, mas não esqueça de agradecer os audaciosos, corajosos que se mexem por você. No mínimo, viva no passado e deixe em paz quem quer viver no futuro.

Qual a vantagem de ser mais um animal racional insignificante? Não ter a sensibilidade de enxergar as peculiaridades humanas, as diversidades, no que tange as esferas sociais, que inclui animais irracionais e racionais instintivos, torna teu cérebro limitado. A natureza é muito inteligente, é um quebra-cabeças. Se completa, se encaixa, sem ela não existiria vida. Sapiência é compreender a importância que cada peça tem nesse mundo. Permita seu cérebro formar novos encaixes, além dos aprendidos, esse é um grande passo para entender o real sentido da palavra RESPEITO.

Pessoas iguais não mudam nada, as que mudam são as diferenciadas. Somos pretensiosas! Queremos mudar tudo: A ciência, a política, as verdades absolutas. Queremos inovação, não uma sociedade manipulada que nos faz de marionetes. Mas, tudo bem, caso goste, continue no seu mundinho pequeno, naquilo que você conhece e fechou sua cabeça, mas por gentileza, saia do nosso caminho. Estamos construindo, ou melhor desconstruindo um novo mundo, que evoluiu - como uma criança que cresceu e suas roupas não servem mais.

Nada nos limita, nada nos prende. Nos chamamos LIBERDADE. Morram de inveja, destilem ódio, ou juntem-se a nós. 

19 de mar. de 2014

Radicalismo x feminismo



Partir de princípios que todo mundo é igual ( não no sentido de direitos iguais, mas de ter histórias iguais) trans são assim, mulheres assado, homens não sei como, é uma forma de exercer o preconceito. Cada um sabe de si, cada um sabe de suas opressões. Porém, eu acho que todo homem hétero tem obrigação de reconhecer seus privilégios ( ok, a cultura patriarcal tb o prejudica, é bom quando o macho tem essa consciência, mas não compare com as opressões vividas pelas mulheres, que são infinitamente maiores). Não é reconhecer para vitimizar as mulheres e gays, mas para deixar de ser babaca e parar de perpetuar ideias tão obsoletas.

Estou pouco me importando para debates longos entre pessoas letradas, cultas, que leram Beauvoir, formam grupos A, B, C e se acham melhores do q outras pessoas. Meu feminismo é como minha filosofia de vida para tudo: preza por democracia, justiça, inclusão. Conheço pessoas que sequer sabem o que é feminismo, mas que em meia hora de conversa comigo, refletem sobre seu discurso retrógrado, fazem cara de quem compreende que para mudar o mundo, é preciso mudar a si. Essa é a maior luta: desconstruir para reconstruir.

Está fingindo ser feminista pra se infiltrar em um determinado grupo? Dane-se. Tenho muito mais o q fazer do que me incomodar com isso. Meu protagonismo na luta, ngm tira. É como uma formiga tentando empurrar uma pedra de 1 tonelada. Quando nós mulheres nos unirmos e juntarmos todas as nossas pedras, construiremos nossa fortaleza. Machistas e mal intencionados, independente do gênero que carregam de nascença ou se identificam, não passarão. A barreira

Só assim, as questões menos importantes serão menosprezadas e o progresso feminino tão sonhado e merecido, irá brotar.

19 de fev. de 2014

Bruno Gissoni - será que você sabe mesmo o que é machismo?


Vamos lá. Primeira lição: O que é machismo?

O que seria machismo? A partir do movimento de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser usada para descrever os homens que mantém a crença na inferioridade da mulher.

O que seria monogamiaquando um indivíduo só tem um único parceiro durante um determinado período. Este termo usa-se também para referir a existência de um único parceiro sexual durante toda a vida de um indivíduo.


O que seria feminismo? o Machismo não é equivalente ao feminismo, visto que o machismo prega a superioridade masculina e a proteção feminina e dos oprimidos, e o feminismo busca em seu discurso ideológico a igualdade entre os dois sexos. 



Diante da explicações, concluímos que o ator Bruno Gissoni trocou " as bolas". 


O fato do ator defender a monogamia ( ou seja, a fidelidade na relação) não quer dizer que ele seja machista. Mas o fato dele defender o machismo, sim.

A afirmação dele " Um pouco de machismo é bom, senão vira bagunça", quer dizer: 


- Um pouco de inferioridade feminina faz bem.

- Um pouco de violência contra a mulher faz bem
- A mulher ser submissa faz bem
- A mulher ser estuprada, violentada e assassinada por ser mulher, faz bem.

Ok, fãs devem defender o rapaz, pois acredito que ele não sabe o que diz. (Já se foi o tempo que artistas tinham mentes abertas e tinham noção de filosofia, antropologia e sociologia. No curso de teatro deveria ter esse tipo de disciplina para evitar micos como esse agora). Agora só nos resta esperar que ele desfaça o mal entendido, senão a ignorância pega mal para ele mesmo.  As pessoas precisam entender que defender o machismo é a mesma coisa de defender o racismo. São mazelas sociais que precisam ser combatidas.


E para quem quer saber melhor o que é misoginia, um exemplo: 




"Dá vontade de socar". - Misoginia. Ódio escancarado a qualquer tipo de mulher que fuja o padrão do que ele considera " correto". É bom lembrar que diariamente, muitos assassinatos ocorrem por causa de pensamentos machistas como o dele. " socar", " violentar", "agredir", são verbos conjugados por homens machistas. É bom lembrar também que não existe mulher que "merece" apanhar. Meu caro/ minha cara, se você não curte o comportamento de sua mulher/homem, simplesmente caia fora da relação. A violência, nunca é justificável, embora em uma cultura ainda patriarcal como a nossa, já tenha sido por lei. Mas os tempos são outros. Ainda bem!

Homem que tem pegada, o que seria? Apenas homem que tem pegada. Não seria um homem machista, ok?

Violência doméstica, o que seria? Apenas violência. Tapinhas ( ou tapões, ou práticas sado, ou qualquer coisa) consentidos ( isso mesmo, CONSENTIDOS) durante o sexo, por exemplo, não é violência.




Querida Mone: homem não " vira gay" ou ele é gay, ou ele não é. Ele pode ser bissexual, mas aí é outra coisa. Mas se você não curte, não tem problema, mas adorar homem machista é dar um tiro no pé. É concordar com a desigualdade, com a submissão e violência. Sugiro que estude antes de sair fazendo comentários que queimam o filme de nosso gênero. Ahhh e não é "hoje em dia", homossexualidade, sempre existiu, mas só hoje em dia se busca direitos. Por isso a sua confusão.

Se ainda ficou alguma dúvida, vou tentar explicar melhor: Homem " másculo" não quer dizer necessariamente machista. Sim, ele pode ter a " tal pegada", vocês podem ter total liberdade na cama, para fazer o que quiserem. Mas se você diz adorar o machismo, você afirma que ele pode mandar em você, machucá-la, agredi-la. Acredito que assim como o ator, você não quis dizer isso. 






16 de fev. de 2014

Você precisa de quê?

Tem sido comum escutar por aí, que quem é a favor de cotas, Bolsa Família é "preconceituoso".

Vamos lá, ninguém precisa pensar igual, mas nós, (esquerdistas, socialistas, sociólogos, comunicólogos e etc) pensamos exatamente o contrário. Arrisco dizer que 90% das pessoas que conheço repete essa ideia) por isso, vou tentar elucidar o meu ponto de vista:

Sobre o Bolsa Família- Não conheço maneira melhor de tirar pessoas da miséria, dando um mínimo de dinheiro para que possam comer/sobreviver.

Sobre o sistema de cotas para negros, mulheres e estudantes de escolas públicas- Não conheço maneira melhor (e mais rápida) de equilibrar uma balança ( imagine uma balança com duas bandejas iguais), tirando parte do peso de uma bandeja e elevando-o para a outra bandeja. Quando ela ficar no meio, equiparada, aí sim, podemos partir do princípio de que qualquer medida que “privilegie” determinados grupos, são injustas. ( Por enquanto a balança tem pesos bem diferentes e o acesso até a parte melhor, é bastante difícil, quase impossível).


PS: Antes que alguém argumente que conhece negros ricos e mulheres na política, eu adianto: É claro que existem, mas estamos falando de MAIORIA. Falamos de desigualdade com raízes profundas na nossa história. Para nós, as minorias prejudicadas socialmente (não é vitimismo, é fato, a disparidade se mede com pesquisas e estatísticas) necessitam de políticas sociais urgente.

Também ouço com frequência, pessoas dizerem que a mulher não é igual, é "melhor". Não somos melhores. Não queremos ser.

Ah e tem outro argumento que ouço bastante: dizem que uma mulher na presidência do Brasil representa o poder feminino e o fim do machismo. Agora eu pergunto: nos EUA o racismo acabou por que o país tem um presidente negro?

Reflitam, discordem, mas não mais chamem de preconceituosos aqueles que pensam e analisam diferente de você.

A culpa é dos outros...

Diálogo entre duas pessoas.

Fulano - Sou contra crianças serem adotadas por casais gays, não por que tenho preconceito, mas por que as pessoas têm preconceitos. Essas crianças irão sofrer na escola e na vida.

Beltrano- Por que irão sofrer?


Fulano- Por que sofrem, oras.

Beltrano- Que pessoas são essas que as farão sofrer?

Fulano- As pessoas, oras. (semi-irritado).

Beltrano - Você por exemplo?

Fulano- Não, claro que eu não, são as pessoas! ( irrita-se pra valer).

Beltrano- E se as pessoas forem nós, podemos mudar isso?

Moral da história: As pessoas somos nós. Logo, a mudança somos nós.

#exerciteoprogresso

Postagem machista Gol

"Sabia que o polimento de janelas da aeronave é feito apenas por mulheres, para garantir sensibilidade?"


#machismonossodecadadia Quando eu digo que é machista ficar dizendo que somos mais sensíveis, mimimi e blablabla é por isso. Infelizmente vejo as próprias mulheres espalhando essas ideias imbecis sobre "biologia feminina". Queria entender porque, pois não ajuda em nada, só atrapalha e estereotipa.

https://twitter.com/VoeGOLoficial/status/403903711421812737


A tua lucidez é um convite à conformidade, a minha insanidade, um convite à felicidade.
O que mais sinto falta, da minha juventude, não é da minha aparência. É da cumplicidade das amizades da adolescência. A gente cresce e não pode mais contar nossos problemas, nossas angústias, infelicidades, incertezas. Também, não pode contar pra outro amigo (a) como fulano (a) foi injusto. Não podemos mais nos meter em confusão. Não temos mais idade. Temos que engolir todos e tudo. Temos quee fingir. Praticar a hipocrisia.

A gente tem que aparentar felicidade e sorrisos sempre, principalmente nas redes. Se conter, é a palavra da vez. Não pode reclamar, não pode lutar, não pode nada, afinal, tudo que foge dos moldes, que questiona, é exagero, loucura. 

O correto é "manter o equilíbrio". A adultescência é isso e muito mais: É também, competição. O melhor companheiro, os melhores filhos, os melhores restaurantes, o gosto mais requintado. O cabelo mais legal, o corpo mais em forma depois dos 30, 40. A família mais rica, a mais perfeita. Tudo ficção. A realidade é que felicidade não é somente dizer e demonstrar que se está feliz. Não passamos de robôs programados pra viver de acordo com o que nos exigem e não o que realmente queremos ser. Principalmente depois que crescemos e nos convencem que toda e qualquer rebeldia, é imaturidade.

Aceito minha idade física, mas minha cabeça quer estar eternamente com o frescor, a intensidade, insegurança, a verdade, os desafios, a sinceridade e os sorrisos da adolescência. E para vocês, seus adultos chatos, eu dou língua!



Qual é a tua, Maneco?




Começo de novela eu não sei ainda qual a intenção do autor Manoel Carlos com a novela " Em família", mas preciso questionar, como feminista e pesquisadora (amadora) de comportamentos de gêneros.

1- Heleninha se culpa toda hora por Laerte ter cometido um crime contra um cara que considera ser seu rival, Virgílio. Será que o autor quer mostrar que a mulher tende a se culpar ( indevidamente), ou realmente demonstra que ela tem culpa?

2- No ponto de vista jurídico, em um julgamento, de uma pessoa acusada de tentativa de homicídio, é possível o juiz levar em consideração as testemunhas que dizem que a mulher tem culpa, por ter " provocado" (não como cúmplice na tentativa de assassinato, mas por que amava a vítima e o tratava de maneira especial)?

3- A cena do estupro coletivo, ontem, teve a intenção de passar uma mensagem social, mostrando que a mulher ainda é vítima de crimes selvagens e injustificáveis como esse, ou simplesmente quis dizer que a mulher que anda sozinha a noite, está sujeita e por isso, não deve mais?

Eu sempre prometo a mim mesma que não vou mais postar nada e vou me preocupar menos com o conteúdo da mídia (consequentemente com a moldagem e reforço de nossa cultura atual), mas fico realmente reflexiva em relação ao papel e peso que uma novela tem sobre a formação de opiniões das pessoas...


12 mandamentos dos adolescentes que moram sozinhos com as mães:



1- Não pensais que tua mãe é empregada doméstica.

2 -Colabore com os afazeres domésticos para não sobrecarregá-la.

3- Coloque menos defeitos, proponha mais soluções.

4- Se não gostar da comida/arrumação, faça você mesmo.

5- Não queira tudo na mão, contribua com a execução de tudo que quer.

6- Não compare sua mãe com avó ou outras mães, aprenda a extrair o lado bom da que você tem.

7- Faça feira com ela, em vez de reclamar quando falta alguma coisa.

8- Entenda que falta tempo para a mãe que trabalha e sustenta seus filhos. Ela jamais conseguirá ser a mãe do comercial de margarina.

9- Queira dinheiro apenas se merecer. Exercite a empatia e o senso crítico.

10 - Não ignore suas responsabilidades, não culpe sua mãe por seus erros.

11- Seja sensível e tenha o hábito de se colocar no lugar dela.

12- Seja carinhoso sempre, não só quando precisar de alguma coisa.

Nós mães, que criamos sozinha, as vezes até assumindo responsabilidade emocional e financeira em dobro, agradecemos a compreensão.

Racismo, até quando?




O racismo não é só aquele explícito. É velado. Conheço um menino moreno, lindo que disse que gostaria de ser " mais claro". Mas o pior, o pensamento dele não é único. Já ouvi outras pessoas que comentaram isso. Por que será? Não basta ser lindo. Desde criança aprendemos que beleza está associada a brancura. Infelizmente, sim. Não é preconceito dizer isso, é consciência (antes que alguém venha com a ladainha de dizer q o preconceito está nos olhos de quem vê). As mensagens são subliminares, e a sociedade, em vez de progredir, estagnou. Antes o preconceito era escancarado, hoje é velado. São necessárias cotas, para que insiram modelos negros nos desfiles. E isso causa polêmica entre os estilistas " renomados" do Brasil. Isso mesmo, o que era pra ser natural, precisa de cotas. Tem quem diga que é questão de " gosto", escolher modelos brancos e com padrão europeu. Tem quem diga que achar cabelo afro solto, feio, também é questão de gosto. Eu, particularmente, acredito que é questão de racismo.

Sou morena, sou mestiça, sou nordestina, sou brasileira e a verdade é que a publicidade do Brasil (principalmente do Nordeste) não nos representa. Sugiro que as empresas comecem a inserir negros, morenos médios ou escuros em suas "escolhas". Não por cotas, ou por obrigação, mas pela beleza da cor da pele e dos traços. Exercitemos um novo olhar. Além disso, quer beleza maior do que admirar a luta de gente que merece ascensão?


Não nascemos feministas, nos tornamos.



Sou feminista, mas demorei pra chegar aqui. Sinto orgulho de minha evolução e gostaria de estimular outras mulheres a aderir à causa. Para começar, queria que todas entendessem que até muitas de nós, feministas, fomos machistas no passado. Nem sempre a gente fala ou age de forma machista por querer, mas por reproduzir um padrão que aprendemos com certo. Bora questionar certas frases naturalizadas?

Dos machismos que já falei (e já ouvi outras falando) no passado:

-Meninos precisam de uma referência masculina em casa.
-Não devemos provocar os homens, pois são mais violentos.
-Depois reclama quando leva uma dedada ou é estuprada (em relação as moças q gostavam de usar roupas muito curtas no carnaval por exemplo).
- Acho o aborto um crime, pois se ela fez, sabia o que estava fazendo ( percebam como eu culpava apenas a mulher).
- Toda mulher tem seu relógio biológico, vai chegar uma hora q ela vai querer ser mãe.

Dos machismos que já escutei de pessoas que conheço/gosto/amo/não sinto nada:

- A mulher tem que se dar valor ( no sentido de não poder ser livre sexualmente)
- Todo filho sente falta de pai
- A mulher é mais emoção, o homem mais visual ( quando se fala sobre sexo)
- A ciência comprova as diferenças comportamentais entre meninos e meninas
- Meu marido não deixa eu usar tal roupa, fazer tal coisa...
- A mulher é menos " tarada" ( não percebem q com essa, justificam até o estupro).
- A menina tem a natureza mais quieta, o menino mais agitado
- Toda mulher quer/gosta/sonha... ( alguma generalização, tipo quer casar...)
- Os homens não gostam de mulher que dá de primeira, isso é fato.
- A menina é mais difícil de limpar ( sobre quando são bebês)
- Querida, as outras eram todas vagabundas, amor de verdade, só com vc
- Como não quer ter filhos? Que insensível!
- O homem não se segura, é da natureza dele, a culpa é da vadia que deu em cima.
- Mãe é mãe! ( justificando pq ela sempre é mais presente na educação dos filhos).
- Ah, é diferente sim... ( sobre tudo em relação a gêneros)
- Quem gosta de homem é viado, mulher gosta de dinheiro.

Fique à vontade pra incluir mais itens na lista. A intenção é a gente se divertir com nossas falhas e tentar melhorar, em busca de um mundo mais igualitário entre os gêneros.

Bolsa Família

A campainha tocou agora e era uma mulher, de aparência muito maltratada, cansada, com 2 crianças, pedindo dinheiro. Arrumei uns trocados e dei a ela. Aproveitei e perguntei se ela trabalha e se ganha Bolsa Família. Ela disse que ganha, mas já tinha acabado e que por a identidade dela estar muito velha e rasgada, não admitiram ela no emprego, a última vez que ela procurou. Está aguardando sair a nova identidade para poder sair de novo em busca de um emprego.

É de cortar o coração.

Eu fico pensando: são essas pessoas que para os brasileiros da nova ou velha classe média, são chamadas de vagabundas? Uma pessoa q se submete a estar batendo de porta em porta, pra pedir dinheiro, é vagabunda? Será mesmo que é querer "se dar bem" pedir dinheiro, ou é uma humilhação necessária? O que uma criatura dessas sabe fazer? Digamos que sabe fazer faxina e esteja empregada, será que o que ganha é suficiente para ter uma vida digna? Será que tem vaga na creche, para que ela possa deixar os filhos e trabalhar? Será que ela teve ensino de qualidade durante a vida? Será que ela tem condição de fazer um curso e se capacitar em alguma coisa? Será que o pai dessas crianças assumiu os filhos? Será que basta ela se esforçar?

Eu, sinceramente, me sinto muito mal com isso. O que eu posso fazer, ainda não sei, mas invisível, para minha pessoa, pelo menos, ela não é. Essa sensibilidade, eu acho que já é um começo.



"Para evitar certos tipos de problemas, evite certos tipos de pessoas"

Li

Curso rápido sobre covardia

Como ser uma pessoa covarde:

- Não aceite soluções, permaneça achando que o mundo quer acabar com você.

- Espere dos outros a mudança, mas não seja você a mudança do mundo.

- Não encare as pessoas de frente, prefira falar sobre elas com os outros, sem que elas saibam.

- Não se comunique, não utilize o diálogo, se emburre e faça biquinho como se fosse criança.

- Não responda com raciocínio e contra-argumentos, apenas cale-se, ou no máximo chame o outro de " louco" e continue imerso em sua limitação.

- Aceite o mundo como ele é, não tente mudá-lo.
- Seja neutro (a).


- Acredite em todos os jornais, revistas, notícias e não cheque a veracidade.


- Tenha medo de exercer sua liberdade.


- Acredite que faz demais pelos outros.


- Não procure conhecimento por achar que tem demais.

- Acredite mais nos outros do que em você e na sua intuição.


- Desista da solução e foque mais no problema, assim todos reconhecerão o quanto você é um ser injustiçado. Ou finja que não existe problema.


- Siga um padrão jurando que tem "opinião própria" e personalidade.


- Seja acomodado e não batalhe pelos seus objetivos.


- Queira recompensas sem esforço.


- Não faça amizade com os diferentes.


- Não sorria, não seja humilde, tenha ar superior, cara de nojo e enxergue melhor os defeitos dos outros do que os próprios.


- Não mude sua vida, culpe sempre o próximo para justificar seus fracassos e más escolhas.


O que seria preconceito naturalizado?

Vou dar um exemplo: Um misto de machismo e homofobia naturalizados.

Estava conversando com uma costureira que está prestando uns serviços, ela pergunta de meus filhos. Eu respondi que são tranquilos, mas estão na fase da adolescência. Falei que um é mais caseiro e o outro é mais festeiro. Ela perguntou se já namoravam e eu disse que um deles, sim. Escutei um: " Ah, é até bom, com essa onda de gay que está surgindo, é melhor mesmo que goste de sair, beber e seja namorador, né? (risos)".

Eu queria lembrar que homofobia é um conceito abrangente. Não é só quem espanca gay. É também quem morre de medo de ter um filho gay. É quem transfere a culpa para os outros, do tipo: "não sou eu o preconceituoso, é a sociedade". A parte machista, é que se em vez de filhos homens, eu falasse de duas meninas, certamente, a resposta não teria sido essa, ela teria elogiado só a mocinha caseira.

Machismo não é só homem que espanca mulher. É quem contribui com os valores patriarcais. É também quem diz que um filho só é feliz quando é criado com referência paterna e materna ( ou seja heteronormativa). É quem acha que existem mulheres ( as " vadias" por exemplo) que merecem morrer, apanhar ou serem estupradas. É quem cria meninos e meninas de forma sexista.

Racismo não é só quem discrimina negro. É achar feio o cabelo crespo solto. É achar que boa aparência e beleza tem a ver com pele clara e cabelos lisos.

Sugiro que nós, seres humanos, exercitemos nosso senso crítico, revejamos nossos valores. Muita coisa está errada em nós. O grupo que comete o ato de violência final, faz parte só da ponta do iceberg. Imerso nele, estamos todos nós.

Enquanto a gente não rever nossas posturas, jogar fora " verdades absolutas", termos humildade para reconhecer nossos erros, continuaremos produzindo relações humanas, afetivas e profissionais, pautadas na desigualdade, violência e injustiça.



Piadas podem fazer rir, ou perpetuar preconceitos.

A obrigação de achar qualquer piada engraçada, me deixa desacreditada na humanidade. Não é uma questão de liberdade de expressão, isso é liberdade de opressão. Danilo Gentili mais uma vez atacou com seu senso de humor super-mega-hiper-demais! #SQN (Na nossa cultura é assim. Se não achamos o tal humorista engraçado, somos chatos, infelizes, amargurados e etc... ).

Minha psicóloga, uma vez, me disse uma coisa que mudou minha vida. Ela me disse: "Se vc se sente ofendida, é pq sim, vc foi ofendida e tem direito de se sentir assim". Me senti aliviada por saber que tinha esse direito, negado por tantos, e que já me causou tantos problemas. O mesmo penso sobre a doadora de leite, que foi a bola da vez, nas piadas sem graça de Gentili. Se ela não gostou da piada, tem todo direito.

Acho que o humor tem obrigação de ter limite. Não para tolher a liberdade de ninguém, mas para que façamos valer um capítulo importante na lição que todos nós precisamos aprender para viver melhor em sociedade: RESPEITO.



Dúvidas frequentes

Certa vez ouvi alguém me dizer que sou hipócrita. Fiquei indignada e reflexiva. Então resolvi me defender, pois apesar de saber que tenho inúmeros defeitos, não acredito possuir esta característica. Resolvi então, fazer um FAQ com as dúvidas mais frequentes, para que as pessoas entendam melhor algumas questões.

   1- Oras, se achas que a responsabilidade de criar os filhos é do pai e da mãe, pq vc cria sozinha? Não podemos obrigar outra pessoa a pensar como nós. O que podemos fazer é tentar alertar o mundo de que não somos as únicas responsáveis pelas crias. Mas os homens precisam, enfim, entender que se divorciar das mulheres, não é se divorciar dos filhos. O vínculo, quem cria e fortalece, é a parte interessada.

 2- Já vi você dizendo coisas machistas antes, então por que agora vem com esse papo de que é feminista? Sim, nós feministas, assim como a maioria das pessoas, também nascemos e aprendemos valores conservadores e somos influenciadas por uma sociedade desigual. Algumas de nós também já erramos no passado. Nós estamos sempre nos policiando e batalhando contra muita coisa que aprendemos e já foi natural pra gente, antes de questionarmos. Estamos sempre em busca de soluções para amenizar ou eliminar a cultura machista, na qual estamos inseridas.

 3- Mas por que não vai lutar contra corrupção ou fazer trabalho voluntário para as crianças com câncer, afinal, mulheres são adultas, sabem o que estão fazendo e sabem se defender. 

Na verdade, o sistema opressor, não diz escancaradamente que é opressor. O machismo é naturalizado, ou seja, há crenças enraizadas que não são verdadeiras em relação aos gêneros. O senso comum espalha as ideias do que é certo ou errado e crescemos com valores moldados pela nossa cultura. O hábito do questionamento não é tão comum. As pessoas questionadoras, acabam carregando estigmas, como fama de chata, infeliz, revoltadas e etc. Isso mina o aparecimento de outras mulheres que tenham "coragem" de lutar contra o que está errado. No passado, qualquer tese que contestasse uma verdade absoluta, era mal-encarada pela sociedade. Já acreditaram que a terra era quadrada. Quando um cientista disse que a terra era redonda, todos ficaram furiosos. O fato é que a diversidade é muito maior do que a que estamos acostumados a conhecer. Associa-se por exemplo, para a mulher a ideia de que sexo só é bom com amor. Para eles, associam o desejo sexual, independente do amor. Hoje sabemos que a nossa cultura interfere mais do que a biologia. Há mulheres românticas, outras não. Porém, a mulher tenta se enquadrar e se inserir de modo que seja aceita, por isso tende a se comportar como determina a cultura de sua nação. As que não seguem padrões morais que a sociedade determina, são chamadas de vadias, putas, safadas... As mulheres são adultas, podem ser felizes ou não em seus casamentos, mas o fato é que estamos em desvantagem nas empresas, na ciência e na política. Não é estranho que a mulher seja dona de casa, é estranho que quase sempre sejam as mulheres a exercerem essa tarefa, bem como, é estranho que quase sempre sejam os homens que pilotam aviões ou viram astronautas. Por mais que não percebamos, somos induzidas a acreditarmos na felicidade plena e realização através do lar e da família. É difícil se livrar desses valores, ou até mesmo, muitas acham "desnecessário", pois não querem carregar fama de infelizes.

4-  Mas você não acha que é chato reclamar do mundo?

Se as mulheres não tivessem "reclamado" no passado, não dirigíamos  não votávamos, muito menos tínhamos a opção de trabalhar. Esse conceito de que é impossível ser feliz " reclamando", nos é embutido há muito tempo. É totalmente possível ser feliz e ter consciência do que precisa mudar na sociedade. Ideias novas mudam o mundo, evitam tragédias. Antigamente, o brasileiro não tinha hábito de colocar o cinto, quem tem mais de 30 anos, deve lembrar. Desde que os publicitários criaram campanhas massivas, conscientizando as pessoas, o número de mortes no trânsito caiu consideravelmente. Com o machismo é a mesma coisa. Quanto mais consciência, menos mortes e violência contra a mulher. É comprovado que quanto mais machista uma nação, mais violenta. As pessoas acham que no Brasil, não existe mais, pois temos todos os direitos por lei. Mas enganam-se. A misoginia ainda é forte em nossa cultura e os números de mulheres que morrem, ou sofrem agressões físicas e verbais, vítimas de seus parceiros, ainda é alarmante.


5- Mas o caminho da revolta não leva a nada, não é melhor aceitar o mundo como ele é?

Na verdade, a revolta pode ser saudável. Quanto menos conhecimento, mais passividade. O conceito de revolta é intrínseco ao hábito da soberania masculina.

6- Mas se as mulheres são machistas, a culpa é delas, certo?

Quando os negros foram escravizados, a culpa não foi deles. A mulher se molda a sociedade da maneira que lhes

Mas não é exagero dizer que o sexismo atrapalha o desenvolvimento das crianças?

Na barriga ainda, o sexismo, por parte da família e dos amigos, começa. Quando a mulher descobre que é uma menina, começam os preparativos para a chegada da "princesinha". Espera-se dela um "comportamento adequado", recatada, mocinha, futura dona de casa, mãe e esposa. Há uma idealização. Com os meninos, há uma supervalorização contrária. Querem que ele seja forte, independente, astronauta, médico, engenheiro, pegador. É claro que as faculdades hoje em dia estão cheias e 50% são mulheres. Mas acontece que a mulher acumulou funções. Mesmo quando ela exerce uma profissão, ainda acha que é da natureza dela cuidar da família e do lar. Os comerciais estão sempre mostrando o papel da mulher na sociedade. Seguimos um padrão sem perceber e estamos em desvantagens em muitas profissões. Ainda é raro a mulher ser piloto de avião, pedreira, eletricista... desde criança nos ensinam o que podemos ou não ser. Isso advem dos brinquedos e do ambiente patriarcal que estamos acostumados. Isso precisa mudar, para que as mulheres evoluam e também tenham sonho de ser livres, independentes e realizadas profissionalmente.


Me considero uma pessoa do grupo de seguidores e admiradores dos grandes revolucionários. Me orgulho disso. Acredito que isso seja qualidade e não defeito. E acho que as pessoas têm direito de não serem assim, mas não tem direito de não respeitar ou rotular quem escolhe ser assim. Não sou vegetariana, mas admiro e entendo a luta deles. Ou no mínimo, se não admirasse, respeitaria, em vez de chamá-los de insanos, imbecis e outros xingamentos. É o que eu gostaria, de ser respeitada por ter escolhido ser feminista e por acreditar que isso ajuda outras mulheres a repensar sobre suas vidas, afim de serem mais livres e felizes.  Também já me disseram que não respeito os religisos. Não sou religiosa, respeito os religiosos. Porém, luto pelo estado laico e liberdade em todas as esferas sociais: instituições de ensino, relações profissionais etc. Não vou à igreja,

Esses dias me disseram que quero ser dona da razão e quero saber mais do que "toda e qualquer supremacia". Antes de qualquer coisa, quero pedir minhas sinceras desculpas se causei essa impressão. Não tenho pretensão de saber mais, porém acredito que no mundo científico e nas relações sociais, há várias vertentes, verdades e possibilidades, mas não nos dizem isso desde que somos crianças. Não somos estimulados a questionar, mas a reproduzir ideias e construções sociais. Toda e qualquer evolução, surge dos questionamentos. Nenhuma luta contra preconceitos naturalizados, foi fácil. Que o digam Mandela, Marthin Luther King e seus seguidores. Não é de hoje que existem pessoas inconformadas. E não é de hoje que consideram essas pessoas infelizes. Na tentativa de prosseguir o sistema sócio-capitalista-opressor-desigual, inventam isso de que não podemos ser felizes, quando estamos buscando novas alternativas para a que a vida em sociedade seja mais justa. É um estigma que precisa ser combatido. Cada pessoa desenvolve seus parâmetros de prazer e vida bem vivida. Não existe uma regra. Há quem goste de cinema, pizza, bar. Há quem goste de sorvete, filme em casa, ativismo de sofá.


 "O ódio ao criminoso, não é proporcional ao ódio ao sistema que o gera"

31 de jan. de 2014

Amor à Vida



Eu sei que muita gente não gosta de novela, mas essa transmitiu uma mensagem no final, muito boa: Ame seu filho (a) como ele (a) é. Aceite as diferenças, não passe uma vida inteira com ódio, tentando mudá-lo (a), criticando- o (a), falando mal dele (a), permitindo que os outros também falem mal de seus filhos. (É claro que se cometer um crime que pague por isso, não estou falando de apoiar nesse sentido, estou falando de aceitação no sentido desse filho (a) não se enquadrar em um padrão). Amor faz falta! 

No caso da novela, falaram da relação difícil de um pai conservador com um filho gay. Mas não são só os gays que sofrem, viu? Uma mulher que resolve peitar a nossa cultura machista, é frequentemente hostilizada em casa pelos pais, irmãos e é motivo de piada para muitos da família. (Eu que o diga! rsrs) Hipócrita, dona da verdade, doida... são muitos os " adjetivos" que nós feministas recebemos, por simplesmente não concordarmos com as imposições culturais pré-estabelecidas para os gêneros.

Eu teria muito orgulho de ver um filho (a) meu ativista, participando de manifestos, usando parte de sua vida, na tentativa de divulgar ideias de amor e igualdade. Mas eu sei que não são todos os pais que admiram e lidam bem com isso... pelo contrário, preferem chamar de louco (a), desmotivar e dizer que o mundo não se muda. Será mesmo que não muda? Comece você a mudar, que tudo muda! 

Por um mundo onde pais tenham mais amor no coração!