31 de ago. de 2013

Vai um sexo com ou sem culpa, aí?



Alguns homens praticantes de sexo casual, podem até curtir "mulheres fáceis", mas sentem uma mistura de prazer com ódio ao mesmo tempo. O que não faltam são depoimentos de homens que dizem comentários do tipo: "comi, por que a mulher tava insistindo muito". Ou tem também aquele que, com tanta crença na soberania fálica masculina, sai com comentário do tipo: " não comi porque não quis, mas tava de graça". Ou então, tem aqueles que acreditam que você queria dar de todo jeito, pois dançou de maneira "provocante". Você estava meio alta, acabou que deu vontade. Mas e aí, é sempre bom, ou as vezes bate aquela culpa?

As mulheres não assumem, mas a realidade, é que muitos, depois da transa, só faltam cuspir na cara delas de tanto desprezo e ódio. Muitas delas, não dizem essa parte quando vão contar pra as amigas. É que fere um pouco a autoestima. Algumas chegam até a se sentirem culpadas: Será que fui eu que disse algo que não era pra dizer? Será que não fui muito vadia em fazer isso ou aquilo, logo no primeiro dia? Muitas são as opressões que carregamos na bagagem.

"E aí amiga, se deu bem, pegou um gostoso na balada ontem, hein?" Ela responde dizendo que foi ótimo, que transou a noite toda e que o cara era uma delícia. E ainda suspira. Mas a realidade é bem diferente, na maioria das vezes.

Muitos homens não respeitam mulheres que gostam de sexo casual. Foram lá, fizeram, gostaram, mas não as trataram com carinho. Não foram gentis. Não fizeram um pingo de esforço pra agradar, para proporcionar prazer, realmente. Na cabeça deles, só mais uma "vadia". Ainda tem os que se vitimizam: " As mulheres de hoje em dia são todas cachorras".

Infelizmente ainda vivemos em um mundo onde a mulher não tem o mesmo direito sexual que os homens têm. Reconhecer isso, é um passo importante para nos amarmos, nos valorizarmos e sabermos distinguir os tipos de homens. Se você transou, mas ele foi um idiota, babaca, problema dele, você é maravilhosa e estava afim de uma noite agradável. Vista sua roupa, saia linda e pense que o mundo está mudando. Sexo sem culpa é um exercício. O próximo parceiro pode ser bem melhor.

Tentando decifrar a cabeça do homem machista



O mundo ideal, na cabeça do machista, é cheio de regras. Elas não podem "dar de primeira". Depois de namorar um certo tempo, elas já podem gostar de sexo. Ela já varia as posições, já faz de tudo, fala até sacanagens. Mas ele continua sendo o " visual", o que vê revista de mulher pelada... afinal, ele continua com "instintos sexuais" e pensamentos eróticos fora do relacionamento. Ela não ( ou pelo menos, não tanto quanto ele). Ela já casou, está feliz com seu relacionamento monogâmico. Levanta as mãos pra cima, de ter sido presenteada com um homem tão decente. Dá tapinhas nele quando estão na praia e ele olha para as mulheres gostosas de biquíni. O mesmo não acontece com o bonitão passando de sunga, pois ela é mulher e acredita que se segura facilmente. Cultiva a elegância e vira de costas se preciso. Qualquer olhar, por mais discreto que fosse, seria um ato vulgar.

Ele acha que é da natureza dele ter que viver se controlando a cada oportunidade. Aquela colega de trabalho que ele comeria facilmente, mas não come pois é casado, traz para ele uma sensação heroica, to tipo: "faço muito por minha mulher". No máximo "bater uma", ou uma próxima transa com a esposa, pensando nela. Mais que isso, seria ultrapassar um limite. Caso aconteça, aquela oportunidade que ele acredita que nenhum homem aguentaria, aquela vez que a safada trancou a porta da sala depois do horário e o encurralou, bico calado, foi só uma vez e deu. Ou quem sabe umas 5 x e deu. Mas ninguém mais precisa ficar sabendo. Só o outro colega confidente, naquele happy hour, a partir de agora saberá que a colega fulana, solteira, é uma vadia. Ele não se segurou e contou tudo ( afinal, que homem não faria a mesma coisa, reflete cheio de convicção) e contou, inclusive, detalhes sórdidos.

Enquanto isso, a companheira dele acha que pode perceber quando o colega de trabalho é bonito, mas jamais pensa em transar com ele, pois seria uma sacanagem incrivelmente fora do comum. Imperdoável. Ela está mais preocupada em dar aquela passada no shopping para comprar uma lingerie nova e fazer uma surpresa, afinal, segurar homem não está fácil, frase que escutou trocentas vezes, desde que se tornou adolescente. E caso ela descubra algo sobre a " safada do escritório", o bicho vai pegar...  mas perder o macho pra outra vulgar, qualquer, nem pensar. Já ele, não olharia na cara dela, caso ela chegasse ao ponto absurdo de o traí-lo. Dois pesos e duas medidas: a traição masculina dói, mas é justificada na biologia do macho. A feminina, não tem perdão.

E assim eles vão vivendo, fingindo que machismo é coisa do passado...