24 de mai. de 2013

Na prática, o que é ser feminista? Homem pode?


"Moça, você é machista". Essa é a página no Facebook que agora virou alvo de crítica por parte de algumas feministas. Alegam que não podemos oprimir ainda mais, a mulher que já é oprimida. Concordo em partes. Ficar apontando o dedo, não resolve. Porém, por outro lado, não conheço um jeito mais " meigo" e sutil, de mostrar a uma mulher/homem sobre seu machismo, sem dizer claramente.

Será mesmo que há algum outro jeito de lutar contra a cultura do patriarcado, sem avisar as pessoas,"ei, você está sendo machista, já pensou nisso?!" Já é difícil dizendo com todas as letras, imagine sem dizer.

Bom, desconheço, mas deve haver. Não acho totalmente sem sentido essa "nova onda do feminismo" em criticar as mulheres que criticam as machistas. ( Ex. se acha ruim que critiquemos o machismo, vá lavar louça e coisarada assim!)  Acho válido pensar sobre. Mas em compensação, por que motivos apontar o dedo para os homens dizendo,"ei, você é machista", se ele também vem da mesma cultura? O argumento me parece meio pasteurizado e padronizado, quase um consenso dentro do feminismo: "Simples, por quê eles é que são opressores".

O opressor tem consciência até que ponto? Que diferença faz ser mulher ou homem que produz o machismo, se nenhum dos dois têm consciência?

Exemplo na prática: A família é unida e feliz. Janta todos os domingos. Acabaram de comer. Elas lavam louça, eles tomam cerveja no sofá. Elas reclamam, eles se fazem de desentendido. Elas desistem e sempre acabam com um: " Ah, não adianta, eles não fazem mesmo!". As vezes, até com sorriso no rosto. Como já falei outras vezes, pode ser até que fique feliz, por sentir-se valorizada quando ele diz que tem uma esposa maravilhosa e a recompensa com presentes.

Ele é machista, ela é mais vítima, mas é no mínimo conivente e submissa por aceitar o machismo no seu lar. Ok, vamos mudar a estratégia, mas qual? Como fazer essas pessoas pararem de acreditar em " naturezas biológicas?".

Imagem divulgada na página "Moça você é machista"

Bom, como falei em outro post, minha mãe é machista e é feliz. Não aponto mais o dedo pra ela. Cansei Uso a lógica de que ela não tem culpa de seu machismo. Ontem, conversando com ela, discordando sobre ela dizer que todo filho sente falta de pai, ela me disse: " Homem é homem, mulher é mulher, pai é pai, mãe é mãe e acabou-se!", em tom de irritação. Não foi a primeira vez. Eu só disse que não discutiria mais aquilo, pois as pessoas eram diferentes e ela não entendia.

Para meu pai também não aponto meu dedo. Se não mais aponto para minha mãe, não vejo sentido continuar no ringue agora só contra ele. Foi aqui que eu quis chegar.

Certo, dizem que essa nova onda contra a repressão das mulheres machistas, aceitam homens como "aliados", mas não como "protagonistas". Até agora, baseada nesse novo pensamento, não vi nada que fosse apoiado para com os homens feministas. Sempre, qualquer texto, qualquer coisa que um homem tenha escrito, em qualquer lugar, aparece uma feminista pró esse novo movimento, para dizer: " O duro é que é um homem branco e hétero, não deveria estar aí!". Não ficou claro para mim, onde exatamente elas querem que eles estejam e o que é protagonizar e o que é " ser aliado". Segundo essa nova ordem que vem da "liga feminista oficial".

 Para mim, ser aliado é estar junto onde quer que esteja, em espaços públicos. Para elas não. Como controlar no meio da rua? Nos grupos, é totalmente possível, visto quê, cada grupo tem um perfil, para atender as demandas de pessoas feministas. ( só para homens, só para mulheres, só para trans, gays e etc). Mas o negócio complica dizer onde eles devem estar. Se somos contra a ditadura de se apossarem de nossas identidades e dizerem o que devemos fazer e onde nós devemos estar, por que vamos dizer o que eles devem fazer? Essa é a complicação número 1, vamos em frente.

E reclamar da página que é feita por mulheres, dizendo que elas não podem apontar o machismo de outras, porém, pensando bem, atacam essas mulheres que fizeram a página? As machistas, não pode, as feministas que mostram onde tem machismo, pode? Complicação número 2.
Imagem divulgada na página Feminismo na rede

Então outro argumento entre as feministas defensoras dessa nova onda é: "Homens não podem ganhar mais visibilidade que a mulher!"

Ok, não soa meio Feliciano ( o medo dele "liberar" os gays, é que a raça humana toda vire gay e o mundo pare, pois as mulheres não iriam mais procriar) achar que meia dúzia de homens feministas ou mulher trans, para cada cem ( acho que a proporção é mais ou menos essa) cause pânico geral e dê medo que um dia todos virem feministas, donos da história, menos as mulheres?? Pouco provável, não?

Enfim, não estou aqui jamais para dizer que eles tem direito de protagonizar nada. Não, somos nós, mulheres, principalmente, que temos que nos dar as mãos. Isso é indiscutível  Mas como manter nossos laços? Como conviver em paz e harmonia com os homens? Supondo que a gente os delete dos movimentos e pelas mulheres machistas, que perpetuam o machismo sem querer, continuemos a luta, resolve? Complicação número 4.

E supondo que todas entendam e virem feministas, como, agora como convencê-los, já que não participaram dos movimentos e não foram devidamente conscientizados? Complicação número 5.

Expus 5 problemas e nenhuma solução. Ah se na vida fosse fácil como a proposta da Elseve...


Enfim, o que proponho é apenas uma reflexão. Não sou dona da razão.Faço perguntas, por que eu também, não sei responder e busco ajuda dos universitários.










Na boa, mudando de assunto, só eu acho que o photoshop em excesso, praticamente, descaracterizou a Grazi, ou vocês também acham? Eu fico pensando que não é só do machismo que a gente vai rir no futuro... essas propagandas super artificiais tb! :P