9 de mar. de 2010

Dia da mulher, nada pra comemorar.


Ontem foi dia da mulher, mas não temos muito pra comemorar. No Jornal Hoje, a matéria era: "As mulheres ainda fazem mais tarefas domésticas que os homens." Nenhuma novidade,como sempre entrevistaram as pessoas nas ruas e uma psicóloga. Já perceberam que sempre há uma psicóloga nesse tipo de reportagem, né? A mulher na rua disse: "É isso mesmo, temos que aguentar, afinal, fomos nós que quisemos isso, né?" Gente, como assim, fomos nós que quisemos? quando nossas queridas amigas feministas há algumas décadas queimaram sutiã, lutaram pelo direito de votar, trabalhar fora  e se manifestaram, não era isso que elas queriam dizer. Ser mulher moderna não significa adicionar afazeres. Significa querer igualdade aos homens. Igualdade também na divisão de tarefas como criar os filhos, lavar louça, cuidar da casa. Ser feminista seria burrice se fosse querer assumir tudo e centralizar tudo. E ainda tem mulher que se orgulha dessa sobrecarga, e diz: "somos umas guerreiras, cuidamos da casa, dos filhos, trabalhamos fora e etc..." Eu não tenho orgulho nenhum disso, teria se não fosse só eu essa guerreira, mas o homem também. Deve ter muito machão aí, pensando : "ah mas sou eu que coloco o dinheiro dentro de casa". Ué, mas será que vc estimula sua mulher a querer tarbalhar fora??? Se você é um desses machões, saiba que trabalhar dentro de casa é um dos mais árduos trabalhos. É ainda mais sobrecarga para a mulher! Se pelo menos quando chegassem em casa eles ajudassem... mas com a desculpa esfarrapada de que "está cansado", eles não ajudam. Ué, e a mulher? não cansa???

Depois pra piorar muito, com a palavra a senhora psicóloga: " Quando o filho fica doente, não tem o que fazer, é a mulher que cuida, educar os filhos, não tem o que fazer também, é a mãe. Tem papeis que cabem às mães" Ai, ai ai, fico abismada com esse tipo de psicologia. Entendo que era uma senhora vítima do sistema machista, mas ser uma pessoa mais velha não significa que você não deva se atualizar. Imagina o que seria de um médico mais velho que não se atualiza? As coisas avançam, e se a mulher hoje participa muito mais da economia e do trabalho fora de casa, porquê essa psicóloga afirma que é dever da mulher? Cadê o pai?

Eu queria saber porquê essa coisa de mãe é tão mais forte na nossa sociedade. Só porquê carregamos por nove meses temos mais vínculo? A natureza é linda, mas alguém tinha que carregar né? Se filho fosse feito só pela mulher tudo bem. Se fosse para o vínculo continuar, acredito que o cordão ficaria grudado pelo menos até os 18 anos. Mas não é o que acontece. Então, o que precisamos mesmo é de uma lei contra o machismo, classificá-lo como crime assim como o racismo.

Uma vez prestei consultoria de marketing para uma empresa, a dona do estabelecimento estava super estressada com a vida dela. Ela não sabe que sou feminista, muito menos da existência do meu blog. Ela estava super atarefada e em um certo momento desabafou: " Eu mato a mulher que começou essa história de que mulher tem que trabalhar fora. Estou eu aqui abarrotada de coisas e quando chegar, tem a casa inteira e ainda tenho que fazer trabalho escolar com minha filha". Eu perguntei: Você é casada? Ela disse: "sim, mas homem, tu sabe como é, né? não faz o que fazemos". Eu expliquei que não devemos querer matar quem criou o feminismo, mas sim quem acredita que esses papeis são só nossos e quem contribui com o machismo. Ou seja, na minha opinião, devemos exterminar as mulheres que pensam assim. E incentivar as mulheres que têm maridos machistas a educá-los ou, se não tiver jeito,  largá-los. Eu já larguei homem machista e fui muuuuito mais feliz.  Devemos mesmo é acabar com o universo mulherio que não se impõe, que não cobra em casa, nem da sociedade.

Enquanto eu escrevo esse post, Na band News, passou a mesma matéria e mais, ainda diz que uma pesquisa aponta que homem afirma: "lugar de mulher é em casa" e o pior: a maioria a responder essa pesquisa, são os jovens. Ou seja, as mudanças estão longe de acontecer e ainda dmorará algumas gerações.

O repórter e comentarista (não lembro o nome) disse que a famosa frase"O mais explorado dos ploretários tem sempre uma ploretária a seu serviço," ainda está em alta, infelizmente. Deu um discurso sobre a falta de colaboração dos homens e disse com cara de desânimo que tem muita coisa pra mudar ainda. É a pura verdade. Adoro ver homens feministas e que compreendem a ideologia. AMO! Fico super feliz mesmo. Fico aqui torcendo pra muita gente estar vendo aquele canal também e aquele homem indignado com o que está errado na nossa cultura.

Um domingo desses da vida mostrou no Fantástico no quadro "Liga das mulheres" uma mulher que comandava sua própria empresa e ainda se virava nos 30 pra cuidar de tudo, filhos, empresa, casa. O cara chegava do trabalho e só se esparramava no sofá. A liga das mulheres entrou em ação e meteu o pau no marido e disse que era machista o comportamento dele e a falta de colaboração em casa. Falaram que essa coisa cultural precisa mudar. Bravo! Também fiquei torcendo pra que muitas famílias estivessem vendo aquilo.

Conheço inúmeros casais (principalmente acima dos 30, aqueles que não se atualizam, feito a psicóloga) onde os dois trabalham fora, mas quando chegam em casa a cozinha, a roupa pra passar e todos os outros afazeres ainda são só dela. Centralizar nela é justo? Foi isso mesmo que as feministas quiseram pra nós quando fizeram manifesto nas ruas? Pensem bem!

Mulheres do meu Brasil e do mundo, sei que uma cultura não se muda de uma hora pra outra, mas é mudando nosso comportamento que nós mudaremos nossa história. Comecem a refletir sobre nosso papel e vejam se é justo.
Na revista Época dessa semana, na seção “Quem está brilhando” o destaque foi pro brilho de Crystal Reen, uma modelo americana fora dos padrões. Ela foi capa da Vogue, desfilou na semana de moda de Londres e está nos outdoors da grife espanhola Mango. Hoje, com 1,75 metro, 74 kg, manequim 42, não falta trabalho para a modelo “plus size.” Ela já foi anorexica e ao pesar 43 kg e continuar ouvindo que precisaria emagrecer, Reen resolveu “chutar o balde” e parar de viver de alface. Trocou as saladas por pratos normais com direito a sobremesa depois do jantar e declarou nunca ter ficado tão confortável dentro de sua própria pele.



Eu adorei, pois defendo que toda mulher tem sua beleza. Mas, claro, quando ter um pneuzinho aqui e ali, ou uma barriga que não consegue ser chapada por uma questão genética, e, óbvio, quando a gordura não interfere na saúde. A marca Dove e Natura já trouxe em suas campanhas belezas nada padronizadas com mulheres mais “cheinhas” e mais velhas. Na minha opinião, todas lindas. Na verdade, uma minoria no mundo todo consegue ser magra e dentro dos padrões. Então, porquê não as passarelas com pessoas mais reais, né? Tomara que essa moda pegue! E você, concorda???