29 de ago. de 2009

Amor e sexo, segundo a Rede Globo


Amor e sexo o novo programa da Globo. Alguém viu alguma novidade? Ate que eu achei engraçadinho, mas ta mais para entretenimento do que informação contemporânea. Pegaram uma sexóloga daquelas do tempo da minha mãe que não se atualiza faz pelo menos uns dez anos. Tudo que ela disse foram aqueles velhos conceitos que todos conhecem. Ela falou o que tenho mais pavor em relação ao machismo sexual: “ mulher é mais ouvido, homem é mais visual... homem basta ver um corpo nu, a mulher não...”

Ainda bem que pelo menos escutei uma coisa bem moderninha do Alexandre Borges, que era convidado do programa. Perguntaram para ele se ele acha vulgar a mulher a mulher que "dá" na 1º noite. Ele respondeu: " o cara sai com a mulher, tem uma noite maravilhosa, transa numa boa com ela e depois fala mal? para mim o cara que pensa assim é um mau caráter". Bravo! A partir daí achei que valia a pena ter esperanças. Amo pensamento de alguns artistas. Eles são super pra frente! Tem obrigação de ser! São eles os formadores de opinião.

 Mas voltando a sexóloga, ai, ngm merece viver antes de sua época. É dose você ver tudo isso na mídia e não poder fazer nada. Queridos leitores, existe uma sexóloga maravilhosa a laura Muller que sempre está no Altas Horas. Ela é uma mulher atualíssima e sempre deixa claro essa questão cultural a frente da questão “visual”. Sempre rola esse tipo de comentário quando o assunto é sexo. Ja vi ela explicando que isso não existe de que os homens são animais mais institivos que a mulher. Não só isso, ela é o máximo.... uma vez ela falou que nas pesquisas as mulheres dizem que transam a metade do que transam de verdade e os homens dizem o dobro... entao a partir daí que saem os resultados.

Logo se vê que não são verdadeiros... ou seja, só servem para perpetuar a mentira que sustenta o machismo. Ai, que assunto repetitivo nesse blog,não? Confesso que até eu acho um saco falar tanto nisso. Mas é que me sinto tão enfraquecida quando vejo que a luta das feministas ainda tem tanto chão contra o da mídia ... Eu realmente me incomodo em deixar as pessoas tomarem baldes de lavagem cerebral e aceitarem coisas sem lógica no ponto de vista biológico. Simplesmente porque sei que as verdades tidas como verdades durante um tempo só são verdades até quando são contestadas. Foi assim que descobriram Ainstein, Isaac Newton... O que mais me incomoda são as generalizações: homens são assim, mulheres são assado. Mas o povo adora! É tanto que os livros mais vendidos são: Mulheres são de Venus, homens são de Marte... Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? Por que os homens jogam e as mulheres compram sapatos? QUANTA PORCARIA! E para fechar com chave enferrujada (sim, não é chave de ouro kkk) "O que as mulheres inteligentes devem saber..." este último, sem comentário... a ditadura da cultura feminina está explícita nele com machismo implícito. Tipo: comporte-se de tal forma e assim agrada um macho...

Aaaaaaaaaaaaaaaa preciso de uma máquina do tempo...

queridas tataranetas,

Tudo bem? Queria saber se além de existir turismo na lua, a mulher e o homem têm os mesmos direitos... a tataravó gostaria muito de poder ser transportada numa máquina do tempo e ir fazer uma visitinha aí por 2080. Tenho certeza que vocês vivem tempos mais justos para nosso gênero. Dediquem-se, sejam grandes mulheres, abominem o machismo no mundo, riam do passado, aproveitem para semear justiça social de todos os gêneros... lutem e nunca esqueçam que eu fui uma das mulheres que contribuiu para a erradicação do machismo no Brasil! Já dizia, Marthin Luther King... "Se cada um for a semente que o vento espalha..."

Bjs da vovózona prafrentex,

Liana

27 de ago. de 2009

além do pornô


Finalmente um filme contendo cenas de sexo explícito com conteúdo. Eu nunca tinha visto, tava zapeando os canais num sábado de madruga e passei no Max Prime. Vi o filme todo, adorei. O que chamou minha atenção foi que as cenas de sexo eram reais, não tinha aquela coisa de novela das oito, onde as cenas dão a entender que os casais apaixonados fazem sexo no vai e vem do ritmo de um carrossel de parquinho infantil em câmera lenta.... No filme rola aquela pegada (me desculpem a expressão a seguir, mas no momento não consigo achar uma melhor para descrever) com... trepada! E daquelas! Isso, na minha opinião, tornou o amor dos atores mais crédulo, emocionante. Fui pesquisar o filme na internet para comentar aqui no blog e achei até comunidade no orkut. Achei o mais engraçado, o comentário de um cara em um tópico: "me desculpem, mulheres mas eu adorei a Leila. Ela é promíscua, mas mesmo assim eu adorei".
Como assim me desculpar? nao achei a Leila promíscua. Pelo que entendi do filme, ela apenas tinha optado por nao se envolver emocionalmente, pois, durante a vida, o exemplo que teve de relacionamento foi o de seus pais que era um modelo insuportável de casamento. Fachada, pessoas que estao juntas por aparência. A velha hipocrisia que existe até hoje... muita coisa avançou, mas a cultura feminista caminha a passos lentos no mundo. Mulheres ainda são submissas, e ambos ainda ficam em casamentos fracassados apenas para não carregarem o fardo de serem separados. Pelo que percebi, a moça optou pela liberdade sexual e por aflorar seus instintos até conhecer um homem que mexeu com seus sentimentos e a fez acreditar no amor, e, descobriu que sexo e amor podem andar juntos. Queria perguntar ao rapaz autor da postagem se no homem instinto é natural, mas quando se fala de mulher é chamado de promiscuidade?

O filme eh maravilhoso, eu amei. Gostaria de poder ver mais filmes assim, sem que o ato sexual seja retratado de forma pornô, com mulheres objetos, aquela suruba manjada ou aquelas blonds gritando artificialmente o clássico "fuck me". Aliás, fica aqui uma dica para os novos diretores de filmes pornôs: será que não tem um nicho no mercado para casais que apreciam ver filme com conteúdo? pq Lie with me é um sucesso? olha, acho que tem diretor de filme por aí comendo mosca... eu ate me arrisco a dizer que vai existir um nome novo para esse tipo de filme. Acredito mesmo que é um mercado latente e que chegou a hora de inovar... minha dica não é só para casais heteros não, viu... eu acho que os homossexuais também gostariam de ver histórias inteligentes misturadas com sexo explícito... mas a indústria pornográfica ainda é mais cruel com eles. Parte do pressuposto que se o cara ou as mulheres são homos gostam somente de putaria grossa. Luz, câmera, ação... está na hora de rever os conceitos!
segue abaixo comentário bem legal que achei em um blog de Portugal sobre o filme:
Leila (Lauren Lee Smith) vive segundo os seus instintos. O sexo é, para ela, animal, mas é também uma fonte de poder sobre os homens. Leila não abdica do controle na sua própria vida, mas o iminente divórcio dos seus pais vem abalar o extremo oposto em que ela se encontra, confirmando o seu descrédito na durabilidade das relações.
Nesse Verão em Toronto, Leila conhece David (Eric Balfour). A sedução é fácil e satisfatória. Leila sabe que quer David, e que David a quer, mas à medida que começam a perceber que existem sentimentos a sustentar o seu desejo um pelo outro, o seu analfabetismo emocional faz-se notar. Pouco articulados na linguagem do amor, Leila e David parecem apenas conseguir comunicar através dos seus corpos.
Sexo é comunicação e, cada vez mais, nas relações modernas, é a única linguagem utilizada. Conhecer o outro, entrar na sua intimidade e partilhar dela, dá trabalho, e também medo. Face a esse medo e à perturbação que a ligação emocional provoca no normal funcionamento da sua vida, Leila recua. Mas fá-lo tarde demais. A vida segura que construiu começa a desmoronar-se em torno desse sentimento recusado. Leila começa a questionar-se sobre se é verdadeiramente independente, ou apenas tem medo de sentir. E acabará por entender que o desejo pode tapar a possibilidade de amor e que uma das condições essenciais para ser feliz é tornar-se vulnerável.
Baseado no livro de Tamara Faith Berger, que escreveu também o argumento em conjunto com o seu marido e realizador Clément Virgo, “Lie With Me” é um filme sexualmente explícito, mas longe de ser chocante, feito com realismo e sem vergonha (a entrega dos actores é notória), sobre o dilema que se estabelece entre o sexo sem contexto e o compromisso emocional, e sobre a procura de uma solução em que um e outro vivam, e onde a espontaneidade e a profundidade se misturem.
“Lie With Me” contrasta cenas sexuais intensas com detalhes de vidas solitárias, uma duplicidade que se reflete no próprio título: entre o deitarem-se juntos (‘lie with me’) e o viverem juntos uma mesma mentira (‘lie with me’), pode esconder-se aquilo que todos - mesmo o que se negam a aceitá-lo - andam à procura: o amor.
Mas sexo não é amor. E não é amor aquilo que Leila e David começam por fazer. No entanto, o abismo entre um e outro é bem menos acentuado do que muitas das teorias pseudo-modernas nos querem fazer crer.
Fugimos de sentimentos só para ver se eles correm mais do que nós, mas querendo secretamente que eles ganhem, e nos apanhem já sem fôlego para lhes resistirmos.
para quem ficou curioso, trailer no youtube:

20 de ago. de 2009

A mulher maravilha por Martha Medeiros


A mulher maravilha


Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma histó ria de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em=2 0áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida. Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto. O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu...Um belo dia eu acordei tãoo bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???
Martha Medeiros
PS: adorei e vcs?

9 de ago. de 2009

ser pai por Pedro Bial



Ser pai por Pedro Bial
( o texto mais lindo que já vi sobre o que é ser pai! Um novo conceito sobre o papel de pai na sociedade. Vale a pena ler!)

Para começo de conversa, vamos esquecer a consanguinidade. No Dia dos Pais, celebramos um laço afetivo. E não há laço afetivo que nasça pronto. “Se não fosse seu pai, você seria amigo dele?”, eis uma pergunta que embatuca muito malandro e gente boa.Como diz Keanu Reeves, num filme maravilhoso chamado Parenthood, inacreditavelmente vertido no Brasil como O tiro que não saiu pela culatra“Nesse país, você precisa de licença para caçar, licença para pescar, licença para dirigir… Para ser pai, não, qualquer um…” Não estou falando em tentar legislar mais um aspecto da vida privada, nisso o Brasil já se esmera e supera. Falo do desejo de ser pai – da preparação que isso requer, do trabalho que dá, de como é caro –, falo da flor de estufa que é a ideia de pôr alguém no mundo, falo na tragédia de ser um filho indesejado, órfão de pai vivo.Olhe bem à sua volta, observe os novos pais, eles estão em todos os lugares. Quem tem mais de 50 anos, que se lembre do medo e timidez dos velhos pais, pobres provedores. Alguns podem ter dado sorte, mas a norma eram pais cheios de cerimônia com seus filhos e filhas, que mal ousavam carregar um bebê, que dizer usufruir da intimidade da criança ou ser aliado de uma pessoa em formação, solidário amigo, que sabe ouvir e, portanto, é ouvido.Taí uma grande contribuição da “emancipação feminina”: libertar o homem de uma couraça social e íntima, permitir a ele afinar a casca, alma cheirando a talco, entregue ao encantamento de tornar-se pai a cada dia.E quando reconhecer um desses novos pais, não ache que é elogio cacofonizar: “Parece uma mãe!”Não, é um pai.Tornar-se pai é a experiência mais transformadora que alguém pode viver. Alguns não conseguem. Ter um filho muda a nossa maneira de trabalhar, de dirigir o automóvel, de ver o filho dos outros, de lembrar a criança que fomos e os pais que tivemos, quando os tivemos. Nossa generosidade, mais que testada, nos é revelada. É absoluto: alguém por quem você é capaz de morrer, de verdade.Quando minha primeira filha biológica nasceu, ouvia choros noturnos inexistentes, alucinações de pai de primeira viagem. Escrevi, data venia, esse poema:quando gritas,em teus sonhos,escuto tua vozno meio da praçano meio da cabeça.cada desejo teuem mim treme:olhas o céu, vejo azul,pinto peixinhos na franja do teu banho.és a pastora, eu o rebanho.toda essa lã é tuae nada de mal pode te acontecer.dorme, sou colchão e travesseiro,sou o mundo inteiroe só tu existesalém disso.a eternidade é o nosso compromisso.(Dedicado a Francisco Daudt da Veiga e Atticus Finch)