15 de nov. de 2017

Se o conceito de meritocracia não fosse tão enraizado, se fossemos criados para sermos mais colaborativos, termos mais empatia e compaixão, teríamos outro país e menos problemas de relacionamento com as pessoas. A questão é que a cultura do brasileiro ainda é atrasada. A desigualdade social é ignorada e só é bom quem "se esforça". O capitalismo tem uma forte ligação com os preconceitos: machismo, homofobia, transfobia e racismo. Esse esforço muitas vezes é bem menor pro homem hétero, branco do que para negros e mulheres. As oportunidades para eles são mais amplas. A moral nas empresas (as vezes ganhando mais q uma mulher exercendo a mesma função, segundo pesquisas), a postura de provedor, a maneira como se comporta quando uma mulher se cala e ele toma sua voz. Mas ele continua esbravejando que "basta querer", que mulheres são vitimistas quando tentam se equiparar. Mesmo sabendo que são milhões que deixam de trabalhar quando não encontram creche para os filhos, não recebem regularmente pensão, ou não recebem nada. A disparidade está em qualquer esfera social, até mesmo dentro da família. A mulher aceita a submissão e nem sempre é só de marido, mas de irmão, pai, tio, parente que sempre falam em posição superior a ela, sem que seja um sentimento perceptível. É tudo sublime e naturalizado. O empoderamento assusta. Quando um negro ou uma mulher fala de igual pra igual, os preconceituosos não aguentam e logo se munem de armas e artifícios para o combate. Perder (ou rever) a posição privilegiada, nunca é a meta de uma pessoa que não tem parâmetros sobre a realidade cruel para as minorias. E com isso, a sociedade perpetua cada vez mais uma padronagem comum: homens egocêntricos e infantilizados.