16 de out. de 2011

Nelson Rodrigues x Iriny Silva


Iriny, somos felizes por ter você!

Na minha opinião, Nelson Rodrigues foi um cara contraditório. Ontem mesmo eu vi um documentário, na TV Câmara, sobre Abdias do Nascimento, o negro que criou o grupo de teatro negro e revolucionou a cultura negra no Brasil. Morreu, em 2010, afirmando que brasileiro, em sua maioria, ainda é racista. Mas abriu os olhos de muita gente.


Segundo ele, Nelson, foi um de seus melhores amigos e lutou contra a desigualdade racial. Mas como crer em um homem que se diz a favor da igualdade, mas que era machista convicto, como Nelson Rodrigues? Que tipo de igualdade ele pregava? Porquê algumas pessoas enxergam que o racismo precisa acabar, mas o machismo não?
Foi-se o tempo que piadas contra negros era pra quem tinha senso de humor, pra quem acreditava que rir era melhor do que ser politicamente correto. Não que tenha acabado esse tipo de humor, mas hoje, pelo menos, racismo é crime previsto por lei. Nós temos a lei Maria da Penha, que é mal interpretada. Tem gente por aí, que diz que ela só serve pra mulher ser "coitadinha." A lei contra racismo não chega aos pés da lei Maria da Penha. Digo, em relação a interpretação da massa. Não tenho medo de dizer que os negros estão melhores amparados do que nós, por lei. A Ministra Iriny Silva, veio pra ser a nossa salvadora, o Abdias das mulheres. Anda rodando a baiana a favor dos nossos direitos, enquanto a legislação brasileira não toma vergonha na cara. Ainda bem. Eu fico muito feliz em ver uma mulher inteligente defendendo meu direito de não ser estereotipada, rotulada e julgada, por ser uma pessoa que preenche os documentos com o quadrinho:" sexo feminino". Porquê ainda existe gente que não quer que as coisas mudem? Porquê é que precisamos aceitar tudo que dizem? Quem inventou que ser feliz é aceitar tudo, menos a desigualdade racial? Nelson Rodrigues? 
 


Ser feliz, minha amiga, é muito mais amplo. É ser consciente, é ver que estamos mudando, que a guerreira Iriny Silva nos representa, pensa no nosso bem estar. É saber que a violência doméstica e banalização do humor agressivo contra mulher, precisa acabar. Felicidade é desenvolver sua capacidade intelectual, saber que a vida as vezes é injusta, mas é boa de se viver e pode ser melhor. Felicidade, com certeza, não é simplesmente aceitar ser vítima.


Entrevista muito interessante, aconselho a todas as mulheres felizes:

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/166065_NENHUMA+MULHER+GOSTA+DE+APANHAR+.htm?addCommentary=success&pathImagens&path&actualArea=in