17 de jun. de 2013

Matéria sexista na revista Época


Quando a gente pensa que a moda do sexismo passou, aparece mais uma matéria, fresquinha, sexista na revista Época dessa semana. Me dá um desânimo triste. A cada linha lida, uma reflexão: ainda vivemos no passado. Não reconhecer que a cultura nos molda muito mais do que os genitais e hormônios que nascemos, é uma ignorância sem fim. 

Prova do que eu digo são as religiões seguidas em cada nação. Ninguém mais acha estranho que 90% dos Brasileiros sejam de cristãos, e 90% no Japão não sejam? Ninguém acha estranho que na Suécia e outros países Nórdicos a desigualdade entre os gêneros seja beeeem menos evidente que no Brasil e outros países desiguais??? Os genes das pessoas na Suécia são diferentes? Por favor, né! Provas óbvias e concretas de que a cultura faz as pessoas e não há "estudo neurocientífico" sensacionalista que possa provar ao contrário. Simplesmente pq contra fatos, não há argumentos.

Queria entender o motivo que faz alguém acreditar em cérebros masculinos e femininos.

Só me lembro da cientista que escreveu um texto " ciência preconceituosa" se referindo a tais " pesquisas" e " estudos".

Fico me lembrando dos diversos absrudos que ouvi ao longo da vida: "negros suam mais", "brasileiro nasce com samba no sangue", "italiano gosta de massa por que está no sangue", mulheres já nascem com facilidade pra gingar ( essa pérola foi de Carlinho de Jesus) e outras baboseiras... essa gente nunca ouviu falar em cultura??? Nunca pensou que somos animais racionais e que a nossa tendência é agir conforme o fluxo?


Queria muito entender o intuito de pessoas que escrevem livros cujos títulos são: "criando meninas", ou "criando meninos". Por que na minha cabeça, só pode ser para ajudar a estereotipar e alienar ainda mais os pais. Ou para vender mais brinquedos e perpetuar uma cultura desigual, em nome do capitalismo.



Sobre os manifestos...

Será que é pedir muito que dentro desses manifestos para mudar a saúde, segurança e transporte público no Brasil, as pessoas incluam de "vale-brinde" a consciência de lutar por uma sociedade mais justa entre os gêneros, contra o femicídio e homofobia? 


Gente que luta por tudo isso só agora, gostaria de lembrar que outros já lutavam antes de vocês, por dignidade e respeito. Nós, ativistas veteranos, já fomos as ruas, já saímos de nossa zona de conforto e tentamos mudar as pessoas ao nosso redor há tempos. Que o digam os movimentos feministas e LGBT. Não estávamos dormindo, muito menos alguns tinham direito de nos dizer que nossas lutas eram menos importantes (e foram muitos os que riram do nome " Marcha das Vadias" e os que disseram que nossos protestos não eram válidos...). 

Que o gigante acorde, mas que o pacote de luta, seja com tudo que temos direito!!


" Sem contestação, não há revolução!" Li oak

Avante, Brasil!