20 de mai. de 2013

Saúde mental, como anda a sua, cara amiga?


E por falar em saúde mental, ( vide post abaixo), eu quero fazer um desabafo. Tem gente que suga as energias da gente. Eu costumo ser realista demais, ser cruel comigo, pois acredito que resultados a gente só consegue, indo a luta, mesmo quando a gente é vítima ou sofreu algum tipo de injustiça, trauma, depressão, qualquer coisa. E luta pra mim é uma palavra muito forte, é dedicação de verdade.

Sou um (a) "soldado" ( qual o feminino disso, hein?) e acabo querendo que todos sejam exigentes tb (o que é um grande defeito meu). Fico indignada com as pessoas que não olham ao seu redor e veem que o mundo precisa de mais gente lutadora.
Mas meu desabafo hj é outro. Posso dizer, que nesse meio que convivo, entre ativistas e pessoas engajadas, tem uma minoria (ainda bem que não me representa) que não faz da luta um motivo para ser feliz e promover a felicidade.

Tem gente que age e fala como se a luta fosse sempre um fardo, mais difícil ainda do que parece. Isso é irritante. Não vou dizer que minha filosofia é "usar a vida com leveza", não eu já tentei, isso não é pra mim. Eu uso a vida com minhas armas e com meus objetivos e dou vazão aos meus sentimentos. Sou muito densa, intensa. Jamais deixaria as injustiças contra as mulheres ocorrerem debaixo do meu nariz, (é meu jeito de ser minha essência e meu karma) e fingiria que isso não existe. A crítica, é claro, é importante demais. Mas não me considero uma pessoa enjoada. Que por isso, nunca sabe sorrir. Que só observa o lado ruim de tudo; paranoica, radical, como dizem por aí sobre pessoas da minha tribo. Não, eu e muitas outras não somos assim!

Há algum tempo, ando me incomodando com alguns pensamentos, neste meio, e pensei o seguinte: Vale a pena lutar se for pra estar sempre com a sensação de estar competindo, de ser dona da verdade? Há divergência dentro dos movimentos sociais. É normal, ninguém precisa ser igual. Mas impor pensamentos, tentar diminuir outros, por isso, não acho legal. Onde está a democracia tão sonhada? Acho contraditório, pois lutamos justamente contra as verdades impostas, queremos ser livres pra sermos quem queremos, sem regras, sem manual social do que é família e sobre os papeis culturais pré-estabelecidos para os gêneros ( que a pobreza intelectual do senso comum jura que é biologia e ciência).

Então, para todos que lutam por alguma causa social, eu só queria aconselhar (espero que não pareça pretensiosa por isso, mas é que acho que, nós pessoas envolvidas nessas causas, acabamos tendo mais tendência a sofrer pq nos envolvemos demais com os problemas dos outros):
Que a gente até perca tal ternura, sim ( no dia da mulher, vi Sandra Annenberg dizendo que muitas mulheres estão se inserindo no mercado de trabalho que era tipicamente masculino, mas que não podemos perder a ternura nunca, por isso... Blargh!), mas não a firmeza e nossa personalidade, em nome de um pensamento "tendencioso tribal"*. 



Que a gente perca a mania de entrar na guerra para atacar, mas tenha a mania de usar as armas certas para passar o conhecimento adquirido, informar. Que a gente perca o medo, mas não o escudo. Que a gente cuide da gente, pq acho que acabamos pensando tanto em mudar o mundo, que acabamos esquecendo de melhorar o nosso mundo. Vamos regar amor de dentro pra fora. Mas de fora pra dentro também!


Boa semana! Paz e amor! (E sororidade, claro!)

* pensamento que se difunde com facilidade e vira lugar comum dentro de algum grupo sociológico. (acabei de inventar! :P)

Será mesmo que sua tristeza é doença?



Estava lendo o texto de Eliane Brum, " Acordei doente mental hoje" e parei pra escrever um pouco sobre isso aqui.

Acho o trabalho da psicologia e psiquiatria muito importante dentro da medicina. Está provada a relação do cérebro com o bem estar, bem como da fé com a melhora de doenças. ( sou ateia, minha fé é diferente, baseia-se na filosofia budista, mas enfim, acredito no poder da mente). Todavia, pra mim, é último caso, depois de tentar auto-terapia ( ser mais auto-crítica), me policiar mais; fazer mais coisas que gosto, meditar, mudar meus hábitos negativos e coisas assim, que exigem uma força muito grande de pessoas que estão em momentos de profundo desânimo e tristeza. Como nada funcionava, as vezes, busquei ajuda e foram experiências positivas. Porém, a última vez saí do consultório de psiquiatria, saí com vários diagnósticos ( TAG, bipolaridade) gastei horrores em remédios e comecei a tomar e me sentir muito pior. Alguns remédios me davam enjoo e diarreia  era terrível. Parei tudo. 

Depois descobri que tenho hipertireodismo, então a relação do nervosismo, stress e desânimo que oscilava com euforia, com a doença, era muito forte, segundo artigos que li. Acho que os psiquiatras as vezes esquecem de passar um hemograma ou check up e ver se não há doenças que já existem nas pessoas que alterem seu humor/comportamento. No meu caso, apenas psicoterapia e uma receita médica com os remédios do endocrinologista, já era um tratamento. A psicoterapia, eu gosto, mas não faria mais do que uma vez por mês. É meu estilo. Acho que cada um tem que desenvolver suas necessidades de acordo com o que sente, mas todo vício é perigoso, inclusive esse de psicólogo. Tem gente que além das seções, liga com frequência pro piscólogo e pauta sua vida nisso. Já conheci gente viciada demais que tomava remédio demais e acaba vivendo de menos.

Hoje, como Eliane Brum, procuro não ver minha alteração frequente e humor, como uma patologia que precisa ser curada, mas como uma característica de minha personalidade. Meu pai também é assim. Não sei se é herança genética ou se há uma relação na educação que enquanto criança, absorvi e levei para vida adulta. 

Sempre digo que o planeta tudo azul da rede social, não costuma nos mostrar o lado triste das pessoas. Isso ajuda muita gente pensar que vive muito mal, pois todos os outros estão sempre felizes.

A felicidade é uma conquista e não é uma constante. 


Abraços e uma ótima semana!