4 de mai. de 2013

Dia das mães está chegando e com ele...

.. os comerciais de eletrodomésticos que induzem ao pensamento: Mãe feliz e realizada é mãe que cuida da casa e do lar!!!

Conselhos da tia Li, a titia "chata" ( mal amada também, né? :P) feminista: 
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- Recuse compartilhar imagens que naturalizam a nossa escravidão ( por exemplo, onde vc tem tentáculos e não mãos, e dá conta de tudo: criança, comida, casa, trabalho e etc.)... Não, isso não é felicidade, isso é exploração feminina.

- Recuse imagens que dizem que a felicidade e realização de uma mulher é ser mãe. (essa questão é pessoal, não podemos generalizar e nem contribuir com esse pensamento machista que diz que TODA mulher precisa querer ser mãe pra poder se sentir mais mulher, realizada, sensível e blá blá blá).

- Recuse comerciais de eletrodomésticos que acham que a realização da mulher é ganhar um jogo de panelas, fogão, ferro de passar, liquidificador, geladeira e tudo mais relacionado a casa... muita gente gosta de casa renovada e equipada ( não só as mães, esse tipo de presente é para usufruto e felicidade de todos da casa, o mundo moderno pede donos de casas tb). 

- Caso seu marido seja folgado, recuse ganhar medalha dele, que passa o ano inteiro fazendo menos da metade do que vc faz (em casa e com os filhos), mas no dia das mães e datas especiais ele chega com um buquê de flores ou um belo presente. Não aceite gratidão como "presente", mas colaboração e igualdade de direitos. ( se ele fizer biquinho, cara feia e afins, ignore, uma hora ele vai ver como está sendo antiquado).

- Se puder arrume um emprego e recuse ser sustentada. Faz bem pra sua saúde mental e independência emocional.


Não, não sou radical, juro que estou pensando no seu bem, no nosso bem. 

Abraços!

EPR - Estatuto dos Pais e Responsáveis




Bater não pode, dialogar não funciona, punir, muito menos... Nós mães de adolescentes rebeldes, estamos tão cansadas de filhos mimados, que se acham vítimas do mundo... Estão sempre culpando as mães ( principalmente, afinal são as que mais criam os filhos) por tudo e por todos os seus erros... olha, padecer no paraíso é ir para as piscinas naturais de Maragogi, não é ser mãe, viu.

Acho muito válido o Estatuto da Criança e do Adolescente, afinal eles têm direitos. Tem responsáveis que não respeitam seus filhos, os obrigam a trabalhar e os exploram. Mas na boa, pq ainda não inventaram o EPR - Estatuto dos Pais/ e Responsáveis? 

Muitos pré e adolescentes estão sempre se achando vítimas. Colaborar em casa deveria ser obrigação! Precisamos de leis para nos amparar quando adolescentes de mais de 11 anos são respondões, mimados, não organizam seu próprio quarto, acham que podem sair de casa na hora que bem entender e ainda se consideram explorados quando a gente manda ajudar a secar uma simples louça. Não podemos bater e eu acho certo não educar na base da violência. Mas nem sempre punições caseiras funcionam. 


Uma criança de 11 anos as vezes já é maior do que a mãe, já tem mais força. Deveria sim, ser obrigação participar pelo menos com o básico. Eu sugiro algumas regras para o estatuto dos pais de pré e adolescentes:

- Urinou fora do vaso, limpe
- Levou copos e pratos para o quarto, leve-os de volta
- Roupa suja deve ser colocada no cesto de roupa suja
- Roupas não devem estar no chão em nenhuma hipótese, muito menos pacotes de biscoitos e etc
- Abriu, feche
- Derrubou, apanhe
- Quer comer e não tem empegada (o)? contribua com a execução da comida
- Falta algo na geladeira? Ajude a fazer lista de supermercado, em vez de culpar sua mãe.
- Apesar dos comerciais induzirem ao pensamento que mães são empregadas domésticas, elas não são.
- Passe o próprio uniforme escolar, caso não esteja passado
- Nunca diga que não tem nada para comer, se esforce, se ofereça para ir até a padaria ou mercado próximo (se sua cidade permitir tal segurança).
- Entenda que tudo que vc quer, tem um preço. Se quer um livro novo, um jogo novo, um tênis novo, precisa pagar por isso, sendo no mínimo um bom filho, que respeita os pais e sabe o que é gratidão.
- Não confunda colaboração com exploração. Trabalho infantil é uma coisa bem distante de vc lavar o próprio prato que come e ajudar sua mãe com a louça depois do almoço.
- Tenha direito a mesada, presentes, jogos e etc, somente se cumprir as leis estabelecidas pelos responsáveis. Entenda que quem recebe também tem que dar em troca, SEMPRE.

Caso a criança ou adolescente não respeite as regras, deveríamos ter direito a visita de um assistente social que o multa com serviços comunitários obrigatórios, como por exemplo, visitar abrigo de menores para colaborar com os serviços pelo menos por umas 2 horas. Acho que o adolescente que passa por isso sairia fortalecido e muito mais maduro.

O que vcs acham???

Ajudar é suficiente?




Estava aqui pensando sobre os papeis sociais femininos e masculinos. A mulher culturalmente tende a centralizar tudo e consequentemente se sobrecarrega. Ontem mesmo no Globo Repórter uma psicóloga falou isso.

É comum acharem que os homens não são capazes e que a função da casa é delas. São papeis pré-estabelecidos convencionados há décadas e que ainda fazem parte de nossa cultura. Se eles fizerem algo, estão " ajudando". Me lembrei de uma tirinha de Mafalda onde um vendedor bate numa porta e pergunta: "o chefe da casa está? E ela responde: aqui so
mos uma cooperativa, não existe chefe de família"

Na verdade, acho que as duas partes precisam ceder: eles precisam reconhecer que foram criados em uma sociedade ainda machista e patriarcal ( que só vai mudar se nossos filhos/netos não forem criados assim também) e elas precisam ter paciência e ensinar. É claro que como crescemos acreditando que somos " multi-tarefas" conseguimos desenvolver nosso cérebro para executar muitas funções e mais rápido que eles. Acabamos nos satisfazendo com pouco: se somos gratificadas com o reconhecimento do resto da família ( fulana é uma ótima mãe, ótima esposa, excelente filha... pode ter certeza que essas qualidades são sempre relacionadas a maneira que elas agem perante a casa e os filhos), já é suficiente e seguimos nossas vidas, continuando atoladas em serviços, muito mais que eles.

Já no caso deles, eles acabam acreditando que "ajudá-las" é muito e que elas são umas chatas que pegam no pé deles.

O verbo " ajudar" precisa ser analisado. Pensem bem:

Eles para serem bons pais, só precisam " ajudar". Nós não, precisamos assumir uma fatia muito maior, quase nos anular em nome dos filhos.  Eles para serem bons maridos, só precisam " ajudar" em casa. Nós, não, temos que assumir a casa. ( Afinal o termo dono de casa nem é usual).

Outro dia, estava na costureira ( independente e divorciada por sinal) e ela estava assistindo um programa religioso sobre dicas no casamento. A apresentadora aconselhou que elogiássemos os maridos quando eles lavassem a louça, em vez de achar que é pouco. Na minha humilde concepção, isso deve ser feito com crianças, para incentivá-las, não com os homens da casa. Os homens precisam entrar no século XXI de uma vez e entender que essa função é de todos da casa.

Como resolver esse impasse: dizendo:

a) Ah, eles não sabem fazer mesmo, ir lá fazer e depois ficar estressada?
b) Evitando casamentos?
c) Ensinando com paciência e conscientizando sobre o sistema defasado do patriarcado que ainda é vigente na nossa sociedade?

Fico com a letra C, apesar de toda dificuldade que é conviver com pessoas que foram estimuladas a viver em planetas diferentes. Casais e famílias só podem ser felizes, quando morarem no mesmo planeta. Não, eles não são de Marte. Elas não são de Vênus. Todos são do planeta Terra, todos são capazes. Inclusive, estudos dizem que homens que partilham as tarefas domésticas, são mais felizes no casamento. Meio óbvio que dividir as tarefas faz bem, não? :)