2 de abr. de 2010

Entrevista com uma ex feminista. Agora machista. (vamos analisar?)

Apenas mais um livro machista no mundo...

Você já ouviu falar em ex gay? e ex feminista? Nãoo? Eis aqui uma! Gente, é incrível como o mundo odeia as feministas. Antes eram os negros. Agora, mais que nunca, nós, pobres feministas. Uma tal psicóloga americana resolveu "virar a casaca" e largar a bandeira do feminismo que levantou há anos para afirmar que o paradoxo do sexo é real e que chegou à conclusão que nós mulheres não somos tão capazes quanto os homens. Se eu fosse burra, eu acreditaria simplesmente e não questionaria tudo que essa mulher disse. Outro dia conheci um homem que adorou as ideias dela e defendeu com unhas e dentes. Quem é essa tal autora? A detentora da verdade? Respeito o que ela pensa, mas gostaria que ela respeitasse o que outros cientistas pensam acerca do assunto. Uma coisa é certa: a violência moral, psicológica e física contra a mulher cresce a cada dia no Brasil pois nosso governo misógino ainda não criminaliza o machismo como criminalizou o racismo contra os negros por exemplo.

Não que eu queira que ela vá presa por escrever tanta asneira. Sou contra a censura, e acho que cada um acredita no que quer. Por isso, o tal livro tem todo direito de estar nas prateleiras das livrarias. Mas veja a entrevista dessa senhora que diz que nós somos biologicamente feitas para não ter os mesmos direitos e a mesma capacidade de pensar... é estranho que ela se baseie em fatos da teoria dos ancestrais, pois, se o comportamento das nossas antepassdas é fator decisivo para determinar nossos genes, porquê existem exceções à regra? Porque algumas mulheres se sentem  inteligentes e aptas para liderar empresas, pilotar aviões ou fazer coisas tipicamente masculinas? Todas exceções? Todas com "defeito" genético? Quem sabe hermafroditas cerebrais... As mulheres precisam de uma escritora para vir conformá-las e confortá-las de que o mundo é assim porquê é? Ou as mulheres precisam de mais justiça? Tudo bem que a cientista defenda sua tese baseada em estatísticas e na maioria. Mas e a minoria feminista? Tem que se sentir excluída? Dia desses vi uma reportagem de como é a vida de um cadeirante. Dificílima porquê a sociedade está habituada com pessoas que andam com as pernas e não em cima de uma cadeira de roda. É a sociedade da exclusão, que escreve livros para pessoas "normais" e que não aceita pessoas e pensamentos divergentes.

Gente, a nossa luta é só por querer direitos iguais!!! Precisa mesmo disso tudo? Precisa dessa briga como se existisse uma competição dos gêneros? Quem é capaz de ser mais aguçado sexualmente, quem é mais família, quem é mais inteligente? Tudo por causa de hormônios ou ancestrais... Acho isso ridículo! Como alguém escreve um livro para justificar a exclusão? Como uma pessoa consegue enxergar as mulheres no Afeganistão e simplesmente explicar que é "genético"?

A entrevista  foi postada na comunidade feminista do orkut, e uma pessoa respondeu uma coisa que achei muitíssimo interessante:

"Se a autora do livro fala de estatísticas, se a maioria dos crimes é cometido por homens (cerca de 95%), então os homens são naturalmente criminosos?"

Bom, eis aqui mais um texto reflexivo. O que acho pior é quem lê o negócio e simplesmente alfineta as feministas, como quem acha toda lógica em um livro que simplesmente diz a mesma coisa que todo mundo já diz há décadas... tudo baseado na cultura, como sempre... exatamente como eu cansei os dedos aqui questionando essas tais deduções no post anterior sobre Darwinismo e machismo... Vou copiar aqui a entrevista dela e de vermelho farei alguns comentários e perguntas que eu gostaria de fazer a ela. Como não tenho oportunidade e meu blog não tem tamanho alcance, eu gostaria de pedir à você, caro leitor para responder se for capaz e debater comigo.

Segue entrevista com a autora do livro "o paradoxo dos sexos":


Mulher é mais feliz quando reconhece diferenças de gênero, diz cientista



RICARDO MIOTO

da Folha de S.Paulo


Após abandonar o feminismo, a psicóloga Susan Pinker adotou um novo olhar sobre as diferenças biológicas que existem entre os sexos. Para ela, o movimento foi bom por ter dado liberdade de escolha às mulheres, mas errou ao afirmar que todas as distinções de gênero eram socialmente construídas. Em seu novo livro, "O Paradoxo Sexual", ela defende que salários de homens costumam ser maiores hoje não por discriminação no mercado, mas porque eles priorizam mais isso. Ou seja, socialmente construídas!!!kkk Alguém mais achou redundante?

Professora da Universidade McGill, de Montréal, a canadense Susan Pinker segue a mesma linha de pesquisa que seu irmão Steven. Ambos buscam entender a mente humana no contexto da evolução. Em entrevista à Folha, ela conta por que sente pena de Lawrence Summers, reitor da Universidade Harvard que perdeu o cargo acusado de machismo.

Folha - Seu livro fala sobre mulheres em empregos com bons salários, mas que as afastavam dos filhos, tornando-as infelizes. Por que elas quiseram anonimato? (será mesmo que toda mulher só é feliz quando gruda no filho de forma que se anule e esqueça as outras coisas?)

Susan Pinker - Acho que as mulheres que fazem essa escolha ainda estão envergonhadas de não estar agindo como homens. Mas não podemos esperar isso delas. Elas não são homens.

Folha - Como assim?

Pinker - Existe a expectativa, no Ocidente, de que mulheres devem voltar a trabalhar normalmente quando seus filhos ainda são pequenos sem que se sintam mal por isso. Mas essa angústia tem razões biológicas. Se você der liberdade de escolha, mulheres vão querer trabalhar menos enquanto seus filhos forem novos. Na América do Norte e na Europa, entre as empresas que oferecem aos seus funcionários trabalhos em meio período, 89% dos que aceitam são mulheres. Isso oferece às mulheres mais tempo não só para os seus filhos, mas para seus outros interesses.  (Por acaso existe licença paternidade para o homem ter esse tipo de direito à escolha? Será que um funcionário que acabou de tornar-se pai não gostaria de ficar com suas crias um pouco mais também? Se eles fossem estimulados a brincar de papai quando crianças (como as meninas são estimuladas a serem mamães de suas bonecas, será que não valorizariam mais suas crias? Supondo que existisse esse tipo de brincaedeira para os meninos, o seria fator determinante para ele ser gay como a sociedade machista acredita?)

Folha - Ganhar um salário menor é o preço que as mulheres pagam para satisfazer seus sentimentos?

Pinker- Sim. Fui entrevistada por uma jornalista na Holanda, onde há leis que dizem que, se você quer trabalhar só meio período, não pode ser demitido. A maioria das mulheres na Holanda não trabalham o dia inteiro, tendo filhos ou não. Essa jornalista trabalhava só quatro dias por semana. Ela dedicava as sextas para tocar piano, e achava que não seria feliz sem isso. Então não se trata apenas de cuidar dos filhos, mas também de ter uma vida mais equilibrada. Para as mulheres, a vida não é apenas trabalho, salário e promoções, ao contrário do que pensam muitos homens, que acham que tudo isso vale a pena quando compram um novo carro. Incomoda a muitos deles pensar que outras pessoas estão ganhando mais dinheiro, que moram em um lugar mais legal. São mais competitivos, gostam mais de assumir riscos. Não todos, mas eu diria que 75% dos homens são assim. (Será que 75% são assim exatamente por ainda viverem em uma cultura patriarcal onde o peso da responsabilidade de colocar dinheiro em casa é muito maior para eles? Até agora o paradoxo em todas as respostas me parecem mais culturais do que biológicos... ou seja, voltemos à mesma tecla de como seriam as coisas se não fossem culturais... esse tipo de ciência não deveria ser considerada ciência...)

Folha - Ou seja, não é regra.

Pinker - Eu sempre deixo claro que cada pessoa é um indivíduo único. Ciência é estatística, pessoas são únicas. (ué, então há uma contradição aqui? então a ciência que ela se baseia é a velha ladainha da fusão da conduta cerebral com  a biológica determinante para continuar o machismo na nossa sociedade? Então a culpa é dos meus ancestrais? Eu sou obrigada e codificada a agir mais ou menos como eles eram na época das cavernas? Até onde a ciência é capaz de associar essa capacidade aos cérebros femininos?) Então, quando você estuda ciência, está analisando probabilidades. Sempre existirão exceções. Compare com a altura. Em geral, homens são mais altos, mas existem várias mulheres mais altas do que muitos homens. (certo, então com exceção das feministas, a maioria nasceu para ter menos aptidões e isso é assim e acabou-se?)

Folha - Mas ainda existe muita resistência à ideia de que as diferenças entre os gêneros não são apenas socialmente construídas.

Pinker - As mulheres foram discriminadas por tanto tempo que as pessoas têm uma aversão à ideia de que existe uma diferença natural, biológica. Acham que falar sobre diferenças é voltar a pensar como antigamente, quando, na verdade, não tem nada a ver com discriminação. É bobo ignorar as evidências científicas porque você tem medo do que elas vão dizer. (Não tenho medo de nada, mas quero saber de diferenças cerebrais comprovadas entre homens e mulheres, quero saber onde meus hormônios femininos entram nessa questão de não ser apta à algumas funções... ao contrário de sua afirmação, as pessoas não tem aversão às ideias que existem diferenças, as pessoas acreditam e muito nas diferenças e por isso a sbmissão, a violência doméstica e etc... )

Folha - Mas pode soar como "acabou a festa, todas de volta para a cozinha, os afazeres domésticos"...

Pinker - Estou muito longe dessa mensagem. (Como assim? Então o leitor é burro? Qual o propósito desse livro? ser comercial? Foi escrito por ser mais fácil de vender suas verdades do que verdades menos aceitas socialmente? Há algum outro interesse além de polemizar e ganhar $$$? )O que acontece de bom quando as mulheres aceitam que existem diferenças biológicas naturais é que elas se sentem muito menos isoladas com seus sentimentos. Se ignoramos as diferenças, estamos forçando mulheres a assumir cargos e trabalhos nos quais boa parte delas não serão felizes, talvez como executivas ou engenheiras. (Não seria partindo do que você pensa quando fala isso?) Muitas mulheres me disseram: "Graças a Deus você fez esse livro. Eu achava inaceitável aquilo que eu sentia". (Será que elas sentiam tanta coisa por serem vítimas das famosas "dobradinhas infernais, onde a mulher tem que ser mãe, esposa, trabalhar fora e ainda ser linda? Sérá que elas diriam graças a Deus se seus machos participassem com os filhos tanto qto elas? Ou será que o problema não seria a sobrecarga e a pressão psicológica que a mulher moderna é essa super heroína fazedora de tudo? Se essa sua "ciência" tivesse realmente validade, eu não seria uma mãe que prefere trabalhar fora a passar um dia inteiro criando filho...) É difícil para elas gostar de trabalhar com pessoas, mas saber que empregos assim não são tão bem pagos quanto os que envolvem lidar com "coisas", como engenharia. A maioria das mulheres gosta de trabalhos como assistência social, pedagogia, profissões na área de saúde, mas salários nessas áreas costumam ser menores. (Mais uma estatística fruto da cultura machista... se as coisas fossem diferentes o preconceito delas não seria menor para cursarem cursos tipicamente de"machos"? Novamente faço a pergunta: onde está a diferença científica cerebral? Onde está a comprovação que meus hormômios de mulher me fazem ser uma mulher mais feliz reconhecendo os "gêneros" se não é assim que me sinto feliz? )

Folha - Mas, se as mulheres gostam de áreas que pagam menos, não há nada a fazer, então?

Pinker - Precisamos remunerar melhor as mulheres pelos trabalhos que elas preferem. Ou seja, começarmos a pagar aos professores tanto quanto pagamos aos engenheiros. Muitas mulheres esperam que as suas conquistas sejam reconhecidas sem que tenham de pedir aumentos. E, por isso, têm menos chances de ver os seus salários subindo. Se eu sou um chefe e recebo um homem em meu escritório dizendo "veja o que estou fazendo, eu mereço um salário maior", tenho mais propensão a oferecer um aumento a ele do que a outra pessoa que faz o seu trabalho sem reclamar. (outros estudos na área empreendedora dizem que é exatamente ao contrário... quando você é bom no que faz, seu chefe irá perceber sem que você peça aumento... e serve para ambos os sexos)

Folha - O que a sra. pensava sobre as diferenças de gênero quando era jovem? Leu Simone de Beauvoir?

Pinker - Sim, claro, como todo mundo naquela época. Estamos em um ponto alto do movimento feminista. Quando eu estava na universidade, no final dos anos 1970 e começo dos 1980, a expectativa era que homens e mulheres fossem idênticos, que nós deveríamos fazer as mesmas coisas, trabalhar a mesma quantidade de horas, no mesmo tipo de emprego, ter o mesmo tipo de vínculo emocional com o trabalho doméstico e com as outras pessoas. Eu acreditava muito nisso, li todos os livros das principais feministas.(Você nunca foi realmente feminista, fez isso porque estava na moda ser revoltadinha, ser reviolucionária, do contra... nunca quis isso no fundo!) Foi só quando eu fui trabalhar e quando meus filhos nasceram que percebi que havia um buraco entre a minha abordagem intelectual do assunto e os meus sentimentos. ( que egoísta de sua parte escrever um livro se dizendo cientista quando o fator psicológico pessoal pesou em você... e os homens que quando têm filhos sentem essa mesma sensação única de ter um filho? Eles então são incapazes de ter esse mesmo sentimento que voce teve? Eu sou mãe e não aconteceu nenhum buraco em mim, nenhuma vontade de abandonar tudo e prevalecer só o instinto maternal, muito menos acredito que é prova de menos amor não ser mãe em tempo integral)

Folha - Então deveríamos agora esquecer "O Segundo Sexo" [livro de Simone de Beauvoir, de 1949, marco do feminismo]?

Pinker- "O Segundo Sexo" era interessante em sua época, mas está ultrapassado. A ciência avançou muito desde então. Não tínhamos ressonância magnética nem o mapeamento do genoma humano, não sabíamos metade do que sabemos hoje. Hoje estamos entendendo como os hormônios afetam os comportamento humano. (Por mais evoluída que seja a ciência, não é novidade a teoria evolutiva e os papeis das nossas ancestrais. Por isso, querida autora, não é porque você foi mãe e padeceu no paraíso que seu ponto de vista mudou e você pode usar a ciência para justificar seus parâmetros pessoais... em mim e muitas outras mulheres empresárias, cientistas que são mães não aconteceu buraco nenhum, podemos sentir falta de nossas crias, assim como os pais sentem também. Se eu ganhasse na Mega-sena e não precisasse mais trabalhat não seria minha primeira opção passar o dia inteiro grudada nos meus filhos. vale enfatizar, que eu amo meus filhos! Muito!)

Folha - Como foi a experiência da sra. em um kibutz?

Pinker - Eu tinha 19 anos e fiquei um ano num kibutz porque eu era socialista. Era um lugar interessante para perder noções irrealistas. Existiam trabalhos que a maioria das mulheres não queriam fazer, que exigiam muito esforço físico (ok, força física somos biologicamente inferiores, isso é fato! Mas força cerebral não pode ser justificada por isso) ou eram perigosos. Existia uma divisão natural de trabalhos por sexo, ainda que os kibutzim tivessem sido planejados para que isso não existisse.

Folha - Quando Summers perdeu o cargo em Harvard após dizer que a falta de mulheres em ciência é questão de aptidão, o que a sra. pensou?

Pinker - Foi assustador, porque eu tinha acabado de decidir escrever o meu livro quando vi o que aconteceu a esse pobre homem. Ele foi atacado simplesmente por comentar as evidências que a maioria das pessoas que trabalham com biologia e antropologia evolutiva vêm dizendo há anos. (gente, tá na cara que isso deveria ser crime! Imagina a autoestima das cientistas lendo isso agora? Tantas mulheres fizeram grandes descobertas e pesquisas importantíssimas no campo científico, como alguém pode chegar e simplesmente ser a favor do preconceito? Meus hormônios não me fizeram me anular como pessoa depois que fui mãe, meus hormônios não me fizeram desistir de gostar de sexo mesmo sem amor quando não amava um homem, meus hormônios não me impediram de querer minha independência financeira, meus hormônios não acham justo meu namorado pagar a conta do restaurante sozinho quando nós dois ralamos para conseguir as coisas.... eu falaria mais mil coisas, mas enfim, acho que já consegui me expressar... a sociedade molda muito mais o nosso cérebro do que nossos ancestrais... se a ciência afirma que não, como explicar que as pessoas são únicas como você falou outrora? Um teste de paternidade sempre será exato, já um cérebro humano nunca será... indepemdente de seus ancestrais! Na atualidade, um cérebro humano depende muito mais do meio que vive... isso é pensar de acordo com a lógica! A marginalidade é um grande exemplo... se a criança é pobre, foi estuprada a mãe espancou, ela tem muito mais facilidade de virar marginal. Não sou cientista, mas sou uma grande estudiosa do movimento feminista. Por isso acredito que assim acontece com as mulheres. Se a sociedade induz e instiga ao sentimento de culpa em uma mulher que é mãe mas quer sair para trabalhar deixando um filho no berçário com apenas 6 meses, e dando a desculpa de que estamos contrariando nossa 'biologia" e nossos ancestrais, ela terá muito mais chances de se sentir pressionada e sentir essa culpa. Muitas mulheres não pensam sozinhas, pensam com a cabeça do mundo. É muito mais difícil ser diferente, ter o poder de questionamento, do que simplesmente ser um ser que se sociabiliza e aceita tudo.  

Continuemos nossa luta, queridas leitoras feministas! Mesmo sabendo que o machismo é um preconceito socialmente aceito... um moderador da comunidade feminista disse o seguinte: "homofobia e a mulher como submissa e dona de casa tem uma base bíblica, então vai dar bem mais trabalho mudar". É verdade... mas vamos começar os trabalhos! Desistir jamais!

Bjoss e voltem sempre!
Liah