25 de fev. de 2010

Posso errar? Por Leila Ferreira.

(Essa charge é real, as pessoas estão sempre querendo ser iguaizinhas umas as outras!)


Posso errar?
"Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos soltos e brilhantes – tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi ai que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa – e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou certa por quê?

O homem certo, por exemplo, existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada – e feliz – com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez, você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão – da traição ou do cigarro -, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando poe cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.


O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios – tem um punhado de coisas que eu não faço.” Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, a agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso."




(Revista Marie Claire nº227 - Fevereiro 2010 - Coluna Final Feliz)

Eu sou suspeita pra falar, né? não conheço ninguém que mais tenta quebrar regras de comportamento na sociedade do que eu! Não que eu ache que devemos mandar tudo pra pqp e sair arrotando pra todo lado. Óbvio que não! Sou uma pessoa que preza por educação, mas certas regras acho a maior idiotice. Uma vez li um texto da Fernanda Young onde ela disse que odiava essa frescura de vinhos e quem cheira rolha. Concordo. Tem muita gente aí que nem deve apreciar tanto a bebida, mas para ser "chic" aprende as regrinhas do que é um bom vinho, de como pedir e como degustar a bebida. Eu não suporto vinho seco, e sou corajosa em admitir. Não sinto vergonha em não entender por simplesmente não me interessar pelo assunto. Se alguém rir de mim, não me importo. Faço uma pergunta parecida com a do título desse texto: posso não gostar?

Usufruto


Lúcia Veríssimo traz em cartaz a primeira peça teatral que escreveu, intitulada Usufruto. Nele, a atriz aparece de roupa, no maior amasso com um rapaz bem mais jovem que ela e... nu.


Além de escrever, Lúcia também estrela o espetáculo ao lado do jovem ator Raphael Viana, que teve estreia no dia 20 de dezembro de 2009, no FITA (Festival Internacional de Teatro de Angra dos Reis, no Rio). O conceituado José Possi Neto assina a direção.


“Quais caminhos a mente humana é capaz de percorrer, para alcançar seus propósitos? Até onde esses caminhos são sadios ou ultrapassam as fronteiras da moralidade? Baseada nessas questões, escrevi Usufruto. O inusitado encontro entre uma mulher de quase 50 anos e um homem de seus trinta e poucos, em um apartamento vazio de frente para o mar. Dois desconhecidos com um único objetivo, onde o vale tudo é pouco para alcançar seus desejos”, contou a atriz.

Eu adorei a ideia, pois é óbvio que sou a favor de mulheres que se permitem. Se os cinquentões podem ter mulheres bem mais novas e usufruir disso, porquê as mulheres não? Poder todo mundo pode, né? Estou falando de poder sem ser apontada ou tachada de ridícula isso ou aquilo.












Nova campanha: mais homens objetos no carnaval!

O carnaval e a cultura do nu feminino


Lindos carros alegóricos,  sua beleza no entanto é formada também pelo nu feminino. Já vi muita mulher machista e homem machista comentar que o corpo masculino é feio ou que quem cultua os músculos masculinos são os gays. 
Por isso lanço a campanha: queremos mais corpos masculinos feitos de objetos decorativos no carnaval. Exatamente como o que nossa sociedade faz com os corpos femininos. Esse negócio de que o corpo masculino não é tão bonito quanto o feminino é conversa de gente conservadora. Não sou contra a exposição exacerbada do corpo da mulher no carnaval pois para algumas isso pode ser o ganha pão. Sou contra  nós mulheres sermos os objetos decorativos na sociedade. Sou contra a mulher não ter os mesmos direitos. Se for para existir pessoas objetos, que existam para ambos os sexos. Alguém concorda?