27 de abr. de 2010

Teoria evolutiva, lendas urbanas e conceitos sociais

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Teoria evolutiva, lendas urbanas e conceitos sociais

Hoje recebi um e-mail alertando a população sobre o tráfico de órgãos. Aí onde vejo a inocência das pessoas em relação às informações que se recebe. Encaminhar e-mail sem verificar a veracidade do mesmo é a cara do povo brasileiro. Tem um montão de gente que ainda cai nos contos dos e-mails. Sou super fã do Dr. drauzio Varella  e lembrei que um dia ele foi no Fantástico esclarecer esse mito do tráfico de órgãos. Eu lembro que antes da internet essa história já circulava nos telefones sem fios sociais que fortalecem as lendas urbanas. Eu com essa minha mania de querer mudar o mundo,  para prestar uma boa ação, resolvi procurar no site  do Dr Drauzio sobre sobre o falso crime de tráfico de órgãos. Não é que além disso, achei vários artigos sobre a espécie evolutiva? Bom, você pode ta se perguntando o que tráfico de órgãos tem a ver com o machismo? Nada. Mas acho interessante que você desenvolva seu senso crítico em relação às informações que recebe e não questiona. Seja por e-mail, seja de sua mãe, sejam construções prontas de uma vida inteira. Sacou a relação agora? Bom, eu trouxe aqui alguns trechos para os que tem facilidade em acreditar em historinhas prontas sociais tentarem analisar as coisas com mais diversidade de parâmetros.

Pra começar, vamos falar de novo sobre sexualidade. Sim, é preciso bater na mesma tecla para que as pessoas parem de acreditar em teorias prontas e criem as suas próprias. Copiei um trecho de um artigo sobre evolução da espécie que mostra o quanto é relativa a monogamia nos macacos e desfaz a lenda de que os machos são os mais poligâmicos que as fêmeas. Na verdade, monogamia é inventada pelo ser humano, em todos as minhas pesquisas sobre o mundo animal, vejo que há relatos de ambos os sexos de várias espécieis serem monogâmicos ou poligâmicos. Naturalmente o universo do reino animal é predominantemente poligâmico. Isso é fato. Constatação.

Muitas pessoas machistas usam a teoria de que os machos humanos produzem espermatozóide todos os dias e a fêmea humana ovula apenas uma vez por mês, o que define o instinto no macho em se acasalar mais vezes para garantir a reprodução da espécie. Porém, se pensarmos por outro prisma, a coisa poderia se inverter se analisarmos que as fêmeas humanas são capazes de sentir orgasmos independentes de liberarem óvulos, ou seja, sua função de prazer pode estar dissociada da reprodução o que poderia torná-las mais propícias ao sexo por instinto e não por procriação. Nesse caso, não seriam, então, as fêmeas humanas mais promíscuas instintivamente? Se no mundo animal humano, boa parte dos machos pregam que a fêmea consegue ser mais fiel e menos instintiva do que os machos humanos, porquê será que ela tem a capacidade de sentir orgasmo diariamente tanto quanto o homem mesmo sem a função de engravidar? Curioso, não? Mas calma aê! Não estou afirmando que estamos em vantagem. Apenas trouxe aqui mais uma forma de reflexão. Como sempre, de novo eu digo: quanta babaquice igonorar o fato de que ambos os sexos têm a mesma capacidade de pensar, sobretudo!

Segue trecho do texto:

"Mesmo machos competitivos e violentos como os gorilas e os chimpanzés, por exemplo, que costumam punir com extrema agressividade o adultério, são ludibriados com freqüência muito maior do que a imaginada no passado. O grupo de Jane Goodal, a célebre primatologista americana, encontrou grupos de chimpanzés com mais de 50% dos filhotes concebidos fora da comunidade."

(Caramba, as macaquinhas são danadinhas então, hein? 50% delas não tem filhos com seus "maridos". E agora, fazendo uma analogia, se a safadeza masculina é pautada na teoria evolutiva e nos machismo do macaco, essa teoria cai por terra e mostra que fidelidade e instinto poligâmico é de cada pessoa e não de cada gênero.)

Outro trecho interessante:


"Descobrir a estrutura e as funções desses e de outros genes com mutações exclusivas da espécie humana, ocorridas ao acaso e submetidas ao crivo da seleção natural através da competição pela sobrevivência, permitirá conhecer a organização das moléculas que deram origem à condição humana. Não é mais instigante do que aceitar a idéia de que o homem seria fruto de um sopro divino e a mulher criada a partir de sua costela?"

(ixe, me desculpe, mas aqui tenho que concordar com a crítica e comentar uma coisa desagradável para os católicos: para mim, acreditar na bíblia é igual a acreditar em papai noel!!)


"Os genes que influenciam o comportamento não agem de forma isolada, como os que codificam a proteína responsável pela cor dos olhos azuis. Eles interagem com uma constelação de outros, localizados nas proximidades ou em áreas distantes dos cromossomos.

Para complicar ainda mais, o impacto do ambiente interfere com a expressão gênica de forma tão decisiva, que um mesmo acontecimento vivido por dois gêmeos idênticos, poderá ativar a expressão de determinados genes num deles e silenciá-la no outro."

A convivência social é capaz de induzir alterações gênicas de longa duração, fenômeno descrito em ratos, em 2003. "

Convivência social sempre pesa como fator mais determinante no comportamento dos indivíduos, já reparou nisso?
Se não pensou, então pense!

Para ler os artigos na íntegra, clique em artigos no site do Dr. Drauzio varella.