18 de out. de 2015

Quem sou eu e como são muitas feministas



Não vivo para ser admirada. "Sua inveja não faz minha fama" porquê muitos não gostariam de ser eu. Vivo com medo de desagradar em rodinhas de pessoas pois sou mega sincera, não tolero comentários preconceituosos que infestam os ares humanos. Sempre me arrependo de ter falado isso ou aquilo. Isso provoca meu isolamento. Não sou um poço de intelectualidade por isso. As vezes pareço criança de tanta bobagem inofensiva que gosto de falar e fazer. Sou feliz ,mas, na condição de patinho feio que sou, ainda busco minha lagoa.


Tenho esperança de ter amigos verdadeiros. Idolatro meu pai, apesar dele não me amar como ama meus irmãos. Sou muito exigente. Gosto de gente alto astral, anti hipocrisia. Na teoria, muitos se dizem ser assim. Mas na prática as velhas piadas estão nos trejeitos, nos vícios de linguagens e ainda rondam as mesas de bares dos que se julgam mais descolados.

Detesto gente fresca. Patricinha que se orgulha de ser chamada assim não é meu estilo de amizade. Não tenho vocação para burguesinha só o filé. Algumas pessoas me fascinam: Angelina Jolie é uma delas.

Sou feminista ativista e ateia.

Sou a favor do aborto. Você que é contra, deve não ser porquê é egoísta e ignora o fato de que o aborto mal feito em clínicas clandestinas traz mais prejuízos à saúde pública do que o câncer de mama e de ovário. Nao costumo julgar quem porventura necessite fazer um. Sou sensível e amo crianças, mas não me apego à um amontoado de células e chamo aquilo de bebê.


Apecio moda e estilistas com projetos sociais. Gosto de Isabela Capeto e Ronaldo Fraga. Aprecio a arte. Sou fã de Frida Khalo. Sou uma devoradora de artigos e pequenas leituras ( livros eu preciso ler mais, confesso, mas falta tempo). Leio tudo: até o que muitos não se importam em ler: a composição do xampu, letras miúdas de etiqueta de roupa. Sou fanática por artigos científicos na área dos gêneros. Sou anti-sexista e detesto a ditadura do rosa para as meninas. Lanço campanhas que pouca gente vê sentido.

Sou detalhista, mas se você me perguntar a roupa que esteve ontem, não saberei responder

Sei que tenho o poder de transtornar as pessoas e de irritá-las. Se eu pudesse teria sido beeeem diferente no meu passado. Tento reconstruir minha vida com personalidade 100% formada. Desejo o bem da humanidade e sua felicidade.

Vou pra frente do Congresso Nacional fazer manifesto, se preciso, pedir a criminalização do machismo pelo menos no meu país Quero continuar sendo louca, melhor do que ser apedrejada.

Quero um Estado laico para criar meus filhos e quero que eles cresçam e escolham (ou não) sua religião.  Aborto não é uma qeustão cristã. É o direito de decidir sobre nosso próprio corpo! Filhos indesejados, são futuros problemas sociais. Abaixo o machismo intrínseco às religiões.Viva o direito de ser mulher e de poder tanto quanto os homens!


Que não seja banal, mas que mais mulheres sejam assistidas se tiverem que optar pelo aborto


Essa sou eu. a blogueira, muito prazer. Se você me acha radical, louca, espero que você não tenha o desprazer de me conhecer na vida real.

Se identificou? Te entendo, amiga. :D

29 de mai. de 2015

Mãe, você não tem culpa!


Não sou psicóloga, mas o tempo me ensinou muita coisa. Por isso, me arrisco a refletir e dar um conselho para as mães, que como eu, as vezes passam por problemas em alguma fase da vida dos filhos (infância, adolescência) e se perguntam: onde foi que eu errei?

Não, não fomos nós que erramos. Convido a todas a exercitar a "desculpabilização".  Vamos tirar o peso dos ombros?

1- Nós mulheres não devemos achar que somos mais responsáveis que os pais.
2- Não é pq o filho de fulana só tira nota boa, estuda e tem um comportamento exemplar, que é melhor que o seu que fez merda, que tem algum trastorno psico ou emocional.
3- Ter dado uma educação rígida, ter batido por julgar necessário para uma " boa educação", não é motivo de orgulho. Seu filho pode se comportar como um soldado hj, mas pode ter se tornado uma criança limitada, que não questionou, e isso pode desencadear problemas no futuro: um cidadão bloqueado, sem criatividade, agressivo, estressado, clichê.
4- Queremos protegê-los, não sabemos os limites, se somos permissivas demais, de menos... não adianta ficar se torturando, se culpando por tudo. Não podemos proteger nossos filhos de tudo. As vezes eles precisam levar uns baques, perder uns jogos que é pra frustração prepará-los melhor pra vida.

Sei que as vezes nós mães estamos a beira de um ataque de nervos, sei que quando vamos pedir conselhos, mesmo as pessoas que nos amam, as vezes vão tentar nos culpar, dizer que foi pq não fomos rígidos, por isso ou aquilo e bla bla bla... Um dia desses me contaram que um pastor, na igreja, contou a história de um  rapaz que culpou a mãe dele por não ter tido limites na infância. Fico angustiada. Não concordo. Pq essa mania de culpar mães? #Pensemos

Já me disseram que " tiro" a autonomia do pai ( como se isso fosse possível, afinal, cada um que crie o seu vínculo! Até quando o cara é ausente, culpam a mãe??) Já me disseram que quero "vingança", quando quero só o que é de direito dos meus filhos. Enfim, já me disseram barbaridades. Antes eu sofria, agora tenho discernimento das coisas.

CHEGA DE CULPA! Eu não sou muita coisa, não sou pastora, não sou dona da razão, eu erro, mas sou humana, me sensibilizo e me solidarizo com suas dores, mães. Por isso, seja lá o que vocês estão passando, estou aqui para dizer: NÃO, NÓS NÃO TEMOS CULPA!

Amor é fundamental, mas diálogo é sempre um bom resolvedor de conflitos. Nunca deixe de se comunicar com seu filho, seja lá o que ele tenha feito/falado. Insista.  #Ficaadica.

Para meus filhos eu só tenho uma coisa a dizer: AMO vcs, confio em vcs
, valorizo mais as qualidades do que os defeitos. Vamos superar os problemas juntos? <3 p="">

1 de mar. de 2015

Da era farinha com feijão à gourmetização


"Agressão de verdade é você ser ensinado a aguentar calado uma vida de droga, esperando por um prêmio, em outra existência – que, até me provarem o contrário, não existe."
Leonardo Sakamoto
Ando aflita pensando nisso. Apesar de mtas vezes me sentir sobrecarregada, da tripla jornada q me submeto no meu dia a dia, sou privilegiada. Tenho o básico ( para muitos, isso é tudo). Mesmo assim, tem dia que penso que vou "pifar". Imagine quem não tem quase nada? Quem passa fome? Mtas pessoas estão em situação miserável e humilhante. A partir disso, penso: o que estamos fazendo nessa vida mesmo, senão reivindicamos o direito de viver e de termos direitos iguais? De que serve uma vida insignificante? E quando alguém passa do campo de oprimido para o opressor? Querer viver melhor não é feio, é necessário. O q acho feio achar que somos mais especiais e temos mais direitos que outras pessoas. Achar que a pessoa tem que se conformar e ser feliz comendo farinha com feijão em plena era da gourmetização, não entra na minha cabeça não. ‪#‎pensemos‬


19 de fev. de 2015

Artistas de meia tigela


A declaração do ator Marcello Melo Jr em seu Twitter, é a prova que muitos artistas são envoltos em um manto de estética e pouco conteúdo. Aquela ideia de profissão intelectualizada, rica em liberdade, cultura, sociedade alternativa e coisa e tal, só existe na nossa cabeça. E nem adianta culpar as novas gerações. É só lembrar dos velhos vídeos virais, preconceituosos de Suzana Vieira e as declarações infelizes de Claudia Raia sobre uma panicat.

Desconfio que artistas somos nós, livres pensadores que acreditamos em um mundo melhor e mais justo, apesar de tudo. Um bando de humanos que usam o argumento da "liberdade de expressão" para ofender, humilhar e ridicularizar outros, são pretensiosos quando falam que produzem arte. Pode até ser, afinal, há defensores da arte sem "limites", mesmo quando esta maltrata e sai rasgando histórias e vivências. Ok. É arte. Mas é notório que não é o tipo que promove e instiga, mas a que retrocede, se torna repetitiva e estagna. Pare o mundo que eu quero descer. Mas não para ir embora, para ajudar a levantar a bandeira do feminismo das mulheres negras.

Quando se tem mais de sei lá quantos mil seguidores, a responsabilidade é grande. Os holofotes são mais importantes do que a sensibilidade? Pensei que incorporar outras essências para dar vida a um personagem, exigia mais sentimento do que a mediocridade de postar algo na linha rasa e fútil do: "sou engraçado, politicamente incorreto e por isso, sou massa".

Sugiro que acordemos e despertemos a arte dentro de nós. Ela está em falta em muitos artistas brasileiros. Sobre meu senso de humor, antecipo: vai bem obrigada. ;)



A velha nova geração

Hj eu estava nos Correios, uma criança e uma mãe estavam na fila. A mãe pede uma informação sobre o tamanho da caixa que deviam comprar, pois iam mandar uma mochila da Barbie para alguém.
" A caixa pode estar um pouco amassada, não tem póbrema não, né?" Pergunta a mãe pra moça do cx. A moça responde que não.
A filha repete pro pai que acaba de chegar, pois estava estacionando: "tem póbrema, não pai, pode ser amassada."
Nesse momento lembrei de um vídeo que mostra as crianças reproduzindo exatamente aquilo que os pais fazem. Isso me faz pensar que nossa responsabilidade na criação de nossos filhos é gigante. Disso depende a evolução social da humanidade. É um erro grotesco impor "verdades" ou qualquer coisa que a gente passou a vida toda acreditando. As crianças são ingênuas, mas são inteligentes. Vamos deixar nossos rebentos livres pensadores. Quem doutrina, mina. É claro, que há coisas que dificilmente elas irão se livrar: nossos sotaques, gírias, palavras que falamos errado. Não estou falando disso, falo é de estimular a liberdade mesmo. Será que nosso amor é grande a esse ponto? Ou será que estamos produzindo em série uma paradoxal nova geração obsoleta?

               

Qual é a sua?



O fato de alguém estar em situação de privilégio, não a isenta de refletir sobre estes privilégios. Pelo contrário, o fato de estarmos em uma situação privilegiada, deveria ser motivo para acreditarmos que não somos especiais e nem mais merecedores do que outros. Uma boa iniciativa é apoiar políticas sociais que equiparam as oportunidades. (Por isso sou a favor de cotas, por exemplo, apesar de nunca ter precisado, me coloco no lugar de quem não teve as mesmas chances que eu na vida).

2- A luta não é para que todos morem embaixo da ponte, mas para que todos possam ter direito à educação, uma vida confortável, uma moradia digna. Assim como nós, que temos cobertores e camas limpas e quentes no inverno, seria interessante que todos tivessem. Em vez de julgar a pessoa que está dormindo na rua, que tal analisar o motivo dela estar ali? A desigualdade social (que vc continua apoiando na medida que é contra cotas e benefícios sociais) pode ser um deles.

É fácil chamar pessoas que lutam ( ou pelo menos tem coragem de se expor) de revoltadas e hipócritas. É fácil não querer sair da zona de conforto e debochar da cara dos outros. É  mais fácil ainda fazer isso por trás do que pela frente. Mas o mais fácil de tudo, é ser neutro, pra ser aceito (a) e querido (a) por todos. Aquele que justifica que preconceito todo mundo tem e pronto. Beleza, nesse caso, o mundo não tem nada pra mudar e quem ousa mudá-lo, não passa de louco. Ninguém precisa ser igual, ninguém precisa sair lutando por nada, mas tem um ditado muito bom que diz: " muito ajuda quem não atrapalha". Pois é, vocês que acham que todos que votaram no são doentes mentais e só você é intelectual,

Revejam seus conceitos antes de sairem atacando.

14 de fev. de 2015

Sobre Felipe Neto x misandria



Bom, vi o vídeo, não achei tão ruim e não me incomodei tanto quanto as companheiras de luta. Ele diz exato o que o senso comum diz. Ele é um ignorante, assim como a maioria que não entende que a luta é tb pra ser " vadia" e ser o q quiser. Na minha família/convívio social, todos repetem exato isso e todos tem asco da Marcha das Vadias, principalmente pelo nome. As pessoas ainda não entendem que o respeito não é condicional, não depende se a mulher é vadia ou não. Vou ver o que ele disse no Canal das Bee ( em vez de criticar o canal por isso) e acho até interessante o canal procura-lo, pois quem sabe ele compreende a luta em vez de repetir essas bobagens.

A solução é gritar pro mundo que nossos pais, tios, parentes, amigos são babacas? O certo é falar uma língua que todos desconhecem. Sim, vamos a luta, mas primeiro de tudo vamos desconstruir. 

Essa vivência feminista, só tem quem participa de um mundo a parte. Quem está debatendo em grupos feministas. Não são diálogos que fazem parte do nosso dia a dia, que são comuns a todas as pessoas. Não é porque nós percebemos nossa cultura como errada, que todos percebem. Pelo contrário, existem N justificativas, até a crença na biologia "diferente", que justifica porque o homem "pode" coisas que a mulher não pode, atrapalha o entendimento.


Sou uma feminista um pouco diferente das demais e muitas não curtem meus pontos de vista, mas vamos lá, vou dizer abertamente o que penso: O problema é que ngm aprende feminismo da noite pro dia. Quantas de nós no começo, sofremos sem entender o feminismo?Temos que ter paciência e discutir o tema, por isso acho interessantíssimo que oCanal das Bee traga essa reflexão pro público de Felipe Neto. ( imagino que ele tenha mtas fãs e nesse momento, imagino que com essa declaração, o feminismo espanta mtas meninas novatas no movimento, que são fãs dele). O feminismo não pode ser um movimento elitizado e intelectualizado. O "protagonismo" do homem branco ( cis ou não, hétero ou não) não deve representar medo pra gente. Não defendo nosso silêncio diante do vídeo, mas atacar sem argumentar, sem fazer o cara ( e os fãs do cara) entender do que se passa, não é uma boa saída. Ou vc acha que as meninas que seguem Felipe Neto ouvem no seu dia a dia palavras como " protagonismo feminino, mulher cis, sororidade, empoderamento"]? No mundo que eu vivo, estamos bem distante de popularizar tais termos.


11 de fev. de 2015

Ditadura da fé


A obrigação que a sociedade impõe nas pessoas para que tenham algum tipo de religiosidade/ crença, chega a ser cruel. Cruel sim, pois não dá pra ficar tirando nosso corpo fora e jogando tudo na conta da "espiritualidade". O pensamento positivo é importante. Nos traz vontade, garra, felicidade. Mas um pouco de pensamento negativo nos traz à realidade, à batalha, é quem nos traz medo.
Medo é importante. Medo pode prevenir males. É como a raiva que não pode ser abafada sempre, mas também não pode ser alastrada em nosso corpo. O equilíbrio é um bom caminho pra não morrer vivo, mas quem disse que esse caminho na corda bamba da vida, só se dá através da espiritualidade? Livros que humanos escreveram? Histórias que pessoas criaram? Não me fale em evidências para fatos que a ciência não explica, ou quando explica, é controversa. Quem tem autoridade maior do que nós mesmos para sabermos o que nos faz bem? Por que precisamos construir nossa felicidade em cima de um ideal, de histórias sobre deuses, de doutrinas e de como devemos ser?
A maturidade está intimamente ligada às nossas experiências negativas. Fingir que elas não existem, é continuar tendo um olhar infantil sobre a vida. É jamais evoluir. Ninguém precisa ser o tempo todo pessimista, mas viver uma falsa felicidade, agir para agradar mais os outros do que a si mesmo, é a maior das traições. A disforia faz parte, assim como a felicidade momentânea, pseudo-eterna. Ter fé não é defeito. Querer que todos sejam iguais, tenham o mesmo prisma e vejam o mesmo sentido na sua fé, é que é um grande problema. É aí que cabe uma análise filosófica, franca, pertinente e necessária.
Por favor, religioso (a), pare de determinar que precisamos de religiões para sermos felizes. Isso é uma grande mentira de vocês. A verdade é que quando dizem isso, querem agradar a si. Você, dono de tantas convicções absolutas e inflexíveis, não deixe que isso afete sua vida de maneira que só se sinta feliz quando os outros aderem.
A diferença entre o fanático e a pessoa que afirma que " todos precisamos de alguma crença religiosa" para sermos felizes, é nenhuma.
Por um mundo com menos dogmas, menos imposições, mais diversidade, divergências e mais liberdade.

31 de jan. de 2015



Estou impressionada com a repercussão da personagem de ‪#‎PaollaOliveira‬em ‪#‎Felizesparasempre‬. Teve homem que já fez até texto pra dizer que estava sentado no sofá, vendo as cenas da atriz semi-nua, quando pensou que mulher de verdade é a esposa dele em que tava casa, que rala no fogão, cuida dos filhos e bla bla bla...
Bora deixar de babaquice? Não bastasse ter nascido com um rosto perfeito, a mulher tem uma lapa de bunda, um corpo maravilhoso. Resumindo: é perfeita. E sim, é mulher de verdade.

A que fica no fogão, se sobrecarrega, chora, sofre mas não se separa, aguenta os machismos dos ogros, se anula, é que devemos duvidar se é mulher de verdade. ‪#‎Prontofalei‬ Aliás, se é um ser humano de verdade. Porque vou te contar, isso não é vida. Receber troféu de "batalhadora" não devia servir de recompensa, nem de consolo, como vejo que serve pra muitas mulheres.

Se você quer se sentir linda, se você quer ter mais tempo para você, mesmo não sendo uma Paolla da vida, sinta-se! Eleve sua ‪#‎autoestima‬ com aquilo que te faz elevar. Não colecione olheiras, malhe se gostar de se olhar no espelho com um corpo definido, ou ame-se se gostar do seu corpo como ele é. Se achar que comer bem vale a pena, mude seus hábitos. Pratique um esporte, yoga, meditação, faça arte, pedale, ou sei lá, qualquer coisa que a faça se sentir bem, independente, equilibrada e linda. Mas a dica principal é: se for pra ter um companheiro, case-se ( ou junte-se, amancebe-se) somente com um cara que divida tarefas domésticas. Não aceite babacas que ficam afirmando conceitos medievais sobre seu gênero. Duvide de um cara que fala mal da gata/gostosa da TV e te elogia por ser burro de carga. Mulher, esse papo de guerreira cansa. Principalmente sua beleza. 

Emoticon wink

29 de jan. de 2015

Mais uma vítima de racismo. Até quando?

Hoje tivemos a triste notícia de mais uma vítima nas quadras. A jogadora de volêi Fabiana, da seleção brasileira.

"O preconceito está nos olhos de quem vê. Essa frase virou um argumento para justificar preconceitos.

Eu tenho coragem, eu venho aqui e digo: Sim, tive preconceitos enraizados, aprendidos, construídos. " Ah, mas são os negros que tem preconceito com eles mesmo e são as próprias mulheres que são machistas". São outros argumentos comuns. Se eu fosse negra alguém acha que quando criança teria discernimento para entender o que é ofensivo e o que não é? A cor da minha pele e meu gênero, não me isentam quando vivo em um molde social que promove a desigualdade. Pior, nos ensina que é assim mesmo e pronto.

Independente da cor que nasci, do genital que possuo, reproduziria os conceitos aprendidos do mesmo jeito. Eu assumo, falava tudo isso, tinha muito preconceito. Mas quando entendi o tamanho de minha ignorância, comecei a lutar todos os dias contra. E você prefere dizer que racismo e machismo não existem mais? Que o melhor é ignorar a cada grito de macaco dito nas quadras/estádios? Que o melhor é rir de piadas machistas e assim continuar naturalizando aquilo que é imposto como "natural"?

Dos termos que eu reproduzia e me lembro de minha infância: " Cabelo de empregada" ( quando meu cabelo estava desgrenhado. " Cheiro de nêgo" ( quando não gostava da fragrância de algum perfume). Cara de traveco ( quando alguém exagerava na maquiagem). Aprendia a lição direitinho com os adultos. Ou alguém acha que a criança inventa essas frases?

Ter espírito de criança é bom. Mas a ingenuidade, não. Está na hora de assumirmos nossa postura de adultos. Crescemos, não faz mais sentido repetir feito papagaios, frases, ideias prontas. Ainda bem que a gente muda, que a gente evolui. As vezes sinto vergonha e me sinto mal, pois essa criança que fui ( e olha que não fui uma das piores e ainda fui vítima de bullyng,embora, muitos afirmem que não, pois tem gente que acha que pode decidir por mim o que passei, né?). Mas penso que não devemos sentir vergonha de ser um ex reprodutor de bobagens. Sinta vergonha se ainda for.

Deixemos o orgulho de lado e vamos juntos assumir: quero largar o vício de ter preconceitos bestas.
Quero parar de falar coisas vergonhosas, de ser visto como uma pessoa retrógrada. Seja uma pessoa boba, leve, se quiser não levar a vida tão a sério. Até meio infantil, mas jamais imbecil. Bora progredir?



21 de jan. de 2015

Ser mulher ou não ser?



Há alguns anos, eu ficava com um rapaz e tínhamos uma ótima compatibilidade sexual. Um dia, depois de transar, ele disse:" vcs mulheres não podem sentir o que um homem sente, gozar é maravilhoso demais! Não acredito que o orgasmo de vocês seja como o nosso"
A partir desse dia, em vez de eu questionar, passei a acreditar que tinha nascido com algum problema sexual, que tinha nascido com características masculinas, devido a minha facilidade de gozar (inclusive já aconteceu algumas vezes, em apenas uma noite, com um cara que conheci naquele dia). A sensação era física, muita lubrificação, orgasmo que contrai a vagina involuntariamente e prazer inenarrável. Não tinha como duvidar: gozo intenso. 
Em vez de questionar o que ele falou, questionei minha sexualidade, duvidei que eu era uma mulher comum. Cheguei a pensar: Será que nasci com hormônios masculinos, ou com os genital hermafrodita? Tinha alguma coisa errada comigo, pois o sexo por sexo, me encantava.
Pra completar, muitas amigas diziam que só gozavam com amor, com emoção, e, que não eram como os homens. E quando diziam que existiam mulheres que nunca tinham tido um orgasmo? Eu achava aquilo muito anti-natural, já que descobrir o orgasmo sozinha, na minha cabeça era instintivo. Isso me trazia angústia. Como eu podia ter genital híbrido ( ou sei lá o quê) se já tive filhos e meus exames dizem que tenho ovários, útero e etc?
Depois de muito pensar concluí: as pesquisas estão erradas. A ciência está errada, não sou como dizem que é uma mulher, mas sou mulher.
Foi assim que percebi que a sociedade impõe um comportamento para meu gênero. Foi assim que comecei a lutar contra tudo e todos que explicam a mulher através da biologia. Foi assim que o feminismo fez sentido em minha vida.
Dane-se a ciência. Não dou o direito de ninguém descrever o que sinto e o que sou.

14 de jan. de 2015

Prazer feminino tão rápido quanto o masculino




"A vaidade masculina inventou que mulher, quando diz não, quer dizer sim." Disse certa vez, Carmem Silva.

Não só isso foi inventado a respeito do prazer feminino. O pensamento do envolvimento emocional necessário para se obter um orgasmo, é generalizado. Fora isso, ainda temos textos e muitos"especialistas" como Regina Navarro ( fui tirar satisfação com ela no Facebook e ela respondeu toda arrogante reafirmando o que disse... podia pelo menos ter a humildade, afinal eu relatei que comigo não era assim e não sou um ET, muito menos uma aberração da natureza) que afirma por aí que mulheres precisam de mais tempo para se excitar do que os homens. ( Anham. Machismo, fia! Tudo machismo. Até Regina que é " moderna" reproduz esse conceito idiota, afinal, me digam como é capaz de testar isso? Só se existisse um termômetro de prazer e isso fosse feito com todas as mulheres desencanadas do mundo... sim, desencanadas, pois o machismo TRAVA que é uma beleza!)

Gostaria de deixar registrado aqui, nesse blog, o que acontece com MEU CORPO, minha vulva, minha vagina ( Sou mulher cis). 

Não faz sentido nenhum isso! Conheço homens que demoram para se excitar. Eu, particularmente, dependendo da fase que estou ( de férias, com menos preocupação é batata!) posso me excitar em menos de 8 segundos, dependendo dos estímulos visuais e táteis ( em masturbação ou em uma relação sexual) e já aconteceu ( e aconteceria várias vezes se eu não me controlasse) de eu atingir o orgasmo em segundos em uma relação sexual. Menos de um minuto, eu juro! Não foi apenas uma vez. Então, pesquisas, pesquisem melhor pois sou mulher e não sou exceção! Não criem regras para meu prazer! Me explique, como afirmar que homens são mais rápidos? Cada um é cada um!  Claro que quando falo isso, falo de sexo com estímulo clitoriano, não acredito em ponto G ( é uma lenda!), é claro que a vagina tem sua participação, mas não é a mesma coisa do clitóris. Portanto, homens leigos que estão lendo isso aqui, entendam de uma vez: vcs gozariam pelos testículos? Pois é. É a mesma coisa de dizer que existe orgasmo vaginal e clitoriano. É claro que nosso cérebro produz o estímulo e que o pensamento, um vídeo ou qualquer coisa ( muito pessoal o que excita cada um!) ajuda. Só estou dizendo que: qualquer sexo, anal, vaginal ( nas mulheres) e nos homens anal, podem resultar em orgasmos com origem em seus pontos físicos de prazer. Querer orgasmo sem estímulo no clitóris, é como querer acender a lâmpada sem tocar no interruptor, sacou? É como estimular seus testículos, sem tocar no seu pênis! Os homens precisam entender que a escola pornô ensina as piores posições e que estimular o clitóris não é sexo de lésbicas!

O que é verdade que sempre vejo nos textos, e sinto é que realmente minha vulva fica inchada, minha cavidade vaginal lubrifica lindamente, aumenta de tamanho, acomoda o pênis confortavelmente. 

Não, não somos complexas, como a maioria dos textos dizem. Temos um órgão extremamente sensível, (tanto quando a cabeça da glande nos homens) e podemos gozar rapidamente, contanto que percamos a vergonha e deixemos o tesão fluir!

Tomando as rédeas dos movimentos sexuais, para gozar mais rápido:

O sexo oral é muito bom e eficaz para isso. Mas não podemos ficar dependentes só dele para obter um orgasmo. ( uma amiga minha disse que só atingia assim... claro, os homens concentram toda energia na vagina, quando não é só lá!)




Posições que ajudam:

1- Fique em cima, sentada de frente ou de costas, friccionando seu clitóris ( massageie com seu corpo) e peça ao seu parceiro para ficar paradinho. ( isso ajuda em sua concentração, mas se gostar que ele se movimente, deixe).

2- Quando ele estiver em cima, peça para você movimentar o seu corpo e não ele. Caso ele movimente, você pode perder a concentração, mas caso goste, peça que movimente também. 


3- Em posições que não são favoráveis ao estímulo clitoriano, como de 4 ou qualquer outra, aproveite para fantasiar e prolongar o prazer ( direto lá é mais fácil de gozar!). Veja vídeos eróticos. Sinta-se vulgar sem ser sexy. Foda-se qualquer coisa, o mais importante é seu prazer. ;)

Ahh tenho uma teoria: o orgasmo ajuda a fortalecer o músculo da vagina e assoalho pélvico. Não existe nenhum artigo sobre isso, é apenas a lógica que me diz isso, já que mandam a gente fazer aqueles exercíciozinhos de contrair e descontrai. Ora, o orgasmo faz isso sozinho, involuntariamente, então, moças, força na peruca, ou melhor, na vagina, botem ela pra trabalhar!

Ah e sobre pompoarismo, acho uma grande bobagem. Me desculpem as adeptas e me perdoe quem discorda de mim. Vamos tonificar o músculo com uma vida saudável, com exercícios e muitos orgasmos!

Mulher, se você faz parte daquele grupo das envergonhadas, das que servem mais o prazer do parceiro do que o próprio, perca a vergonha! Você é capaz!

Beijos