4 de abr. de 2011

Racismo x machismo

Resolvi fazer um post explicando porquê comparo machismo ao racismo. Comparo pq um dia ja foi muito naturalizado. Hoje a mídia ajuda muito no combate, mas ainda existe. Também virou moda a mídia combater o bullyng. Já contra o machismo não temos apoio da mídia, pelo contrário, temos propagandas que esteriotipam a mulher de todas classes, temos novelas que os personagens ainda falam machismo pra la e pra ca, como por ex. vi um dia desses: "mulher e carro não se emprestam". Não acho engraçado, me ofendo. Assim como os negros se ofendiam com piadas racistas. "bco correndo é atleta, negro correndo é ladrão". Ser negro não é ser ladrão. Nem toda mulher se sente bem com a objetificação.


Não sou um objeto pra ser comparada a um carro. Sou uma pessoa que inclusive posso trabalhar e comprar meu próprio carro, apesar das  propagandas automobilisticas serem qse sempre direcionadas para eles. E apesar de estatisticamente ganharmos menos que eles nas empresas, exercendo o mesmo cargo. Tenho vida própria, posso votar, vestir o que eu quiser, usar calças (graças a madame Chanel) posso ser empresaria, posso entrar pra política.

Nossas leis permitem tudo. Mas nossa cultura ainda nos faz maioria donas de casa e rainhas dos lares. Na novela das nove, uma mãe estava procurando um "bom partido" pra filha. Nada contra donas de casa e rainhas do lar, sou contra mesmo é sermos maioria. Donos de casa são execrados socialmente. "fulano é desempregado", só a mulher dele trabalha. E daí se ele quer se dedicar aos filhos?

Porque só as mulheres tem q optar por carreira ou filhos? E pq algumas sogras costumam medir a "eficiência" das noras conforme cuidam da casa e dos filhos? Aí vem uma pseudo-ciência feita por homens e me diz que a culpa é dos nossos ancestrais...da biologia. Me poupe! Ta na hora dessa ditadura de papeis pre-estabelecidas, cair por água abaixo.

Não se muda uma cultura assim, rapidamente. Um dia lutaram por nossos direitos. Agora temos meio caminho andado. É uma ingratidão falar mal do feminismo. Não fosse por elas,minhas  caras, não poderíamos ser quem quiséssemos e sim o que os homens e o Estado queriam. Fica aqui a dica de reflexão: se policie. Cuide de suas atitudes, reme contra a maré se preciso, em nome da justiça. Sejamos guerreiras, independente de sermos ou não donas de casas. Para ser uma revolucionária, não precisa sair com faixa no meio da rua. Basta revolucionar a si mesma. Só depende de nós, da maneira como criamos os nossos filhos e exigimos do Estado, para termos uma cultura mais justa, entre os gêneros, nas próximas gerações.