24 de abr. de 2009

A mulher que desafiou o Islã e a cultura machista

Ayann que é mulher de verdade
Eleita pela revista Time como uma das cem personalidades mais influentes do planeta e premiada por seu trabalho a favor da liberdade de expressão e dos direitos das mulheres, Ayaan teve uma vida de revezes e sofreu na pele as brutalidades do fundamentalismo religioso. Sofreu excisão do clitóris aos cinco anos de idade, na maturidade rompeu com o Islã e fugiu do seu país para a Holanda, onde conseguiu asilo político para não ser casada a força pelo próprio pai. Em 2004, teve seu companheiro de trabalho, o cineasta Theo van Gogh, assassinado por conta do filme Submissão, que ela roteirizou e que criticava a situação da mulher no Islã.

É incrível saber que no mundo ainda se pratica, em alguns países, a circuncisão feminina. Parece coisa do passado, mas o problema ainda é contemporâneo. Na verdade, acho mais apropriado usar o termo mutilação feminina. Circuncisão nos homens é a retirada de uma pele do pênis para ajudar e não para prejudicar o órgão genital. No caso da mulher, há uma retirada total do clitóris, grandes e pequenos lábios. A vagina é costurada, ficando apenas meio cm para a saída da menstruação. Tudo para deixar a mulher completamente submissa ao homem e para garantir sua "virgindade".

No dia da noite de núpcias, e,  para sempre, a mulher sentirá terríveis dores durante o ato sexual.
E ainda tem homem (aqui no Brasil também ñ se iludam) que acredita que o prazer sexual é instintivo e inerente ao homem. (Não, nós mulheres fazemos exclusivamente por amor...jamais por instinto!) Pudera, um mundo onde ainda a submissão é uma realidade, alguns machos da espécie humana só podem crescer pensando isso mesmo. Mas eles deveriam raciocinar que se fosse da natureza só deles nós já teríamos nascido sem o clitóris, não?

No Oeste da África, a prática da circuncisão é mais comum. No Egito, a prática já era proibida, mas só em 2007 a morte de uma garota de 12 anos desencadeou apelos de grupos dos direitos humanos para o governo e médicos para cessá-la.

“Minha mãe e meu pai juntos me seguraram. Eu gritava de dor e me cortavam, cortavam, cortavam. Demorou tanto..." A "operação", em seu caso, foi feita com uma tesoura de alfaiate -normalmente são usadas facas ou lâminas de barbear, sempre sem anestesia. Depoimento de uma mulher submetida à prática de circuncisão na Somália, Nifda Mohammed, 29 anos se referindo a época que sofreu o procedimento, aos 9 anos.

Minhas netas ou bisnetas ficarão horrorizadas quando souberem que isso acontecia no mundo ainda quando eu era viva. Do mesmo jeito que eu fico quando lembro que meu bisavô ainda nasceu na época da escravidão.

A humanidade é mesmo absurda. Enquanto bilionários e corruptos estão usufruindo de uma vida regada a egoísmo, ganância, compra de pessoas e objetos, outras morrem de fome. Mulheres são mutiladas e condenadas à dor, ausência de prazer sexual e vida completamente submissa. Ainda tem gente que acha que ser"nobre"é ter luxo e sobrenome de família rica. Não sou contra ser rico, acho o dinheiro necessário, gosto e viagens e festas dentre outras coisas que o maldito proporciona, mas acredito que tem muita coisa no mundo que poderia ser resolvida se mais pessoas se engajassem nas lutas pelos direitos humanos. A ignorância é o maior mal de todos os tempos.

Ainda bem que no mundo existem pessoas como Ayann Hirsi que não se calam diante da perplexidade de viver uma cultura onde ainda fazem uma prática tão bizarra como esta. Como se explica uma mulher de origem pobre que nasceu na Somália, foi circuncidada aos 5 anos, comeu o pão que o diabo amassou mas mesmo assim desfiou o Islã com seu ativismo político e luta pela insubmissão das mulheres?

No programa Roda Viva que ela participou aqui no Brasil, a repórter comentou que não entende como ela pode ter se transformado numa pessoa tão tranquila sem ter tido nunca nenhum tipo de terapia nem apoio dos pais nem nada.

PS: Enquanto isso, menininhas são criadas mimadas sem saber as coisas reais do mundo. Provavelmente são as que no futuro viverão a base de anti depressivo, terapia, drogas... tudo bem, eu sei que depressão é um problema sério. Mas em muitos casos, as meninas estão atravessando uma fase. Os pais na tentativa de acertar, já ficam nervosos enviando suas crias para psicólogos que nem sempre são competentes. Acredito que muito diálogo e pouco alarme poderiam ser úteis antes de qualquer outra medida. As vezes o problema é simples: as “burguesinhas” vivem num mundo cor de rosa. Quando percebem que é de muitas outras cores entram em choque.

Taí um livro que toda mulher ( homens também, mas se nós mulheres não formos as mais conscientes, nada mudará) devia ler: “Infiel” de Ayann Hirsi Ali.

22 de abr. de 2009

Licença paternidade já!


Uma reflexão sobre licença maternidade



Uma vez eu estava no escritório há uns dois anos e nos corredores o papo era sobre a mudança da lei dos 4 meses de licença maternidade para 6 meses. Eu me meti e disse: sou contra. Todas as mulheres me olharam com aquela cara de repressão. Mas calma, não que eu seja contra porque não acho justo. Acho justo ate demais. Mas so acho quando o pai também puder tirar os 4 ou 6 meses de licença maternidade. Porquê? Porquê enquanto só nós mulheres nos afastarmos do cargo haverá discriminação. Se já não querem contratar por nos afastarmos por 4 meses, que dirá por 6? Me lembro bem que meu pai era empresário há alguns anos e quando estava procurando uma vaga para um certo cargo comentou: “não vamos contratar mulheres, pois quando ficam grávidas têm que se afastar e é aquele pepino”. No ponto de vista empresarial ele têm razão. Até eu pensei assim quando tive minha empresa. Você treina a pessoa, deixa ela apta para o cargo e quando ela está indo bem, puft! Uma gravidez no meio. Não estou sendo preconceituosa, mas sim pragmática e realista. Já fiquei grávida duas vezes e me afastei. Mas pensa bem, é mais prático contratar os homens, não? Quando as mulheres deles ficam grávidas, só elas têm a incumbência de cuidar do baby em casa. Mesmo quando trabalham fora. Isso é justo? A única maneira para se fazer justiça é que ambos se afastem. Assim, na hora de uma empresa contratar qualquer pessoa ela terá direito ao afastamento. Os empresários não terão mais esse argumento como desculpa. Se isso acontecesse, as empresas saberiam que é um direito assegurado por lei dos pais cuidar do bebê e não só da mãe. Quero ver ainda um empresário (a) dizer que homem “é mais prático”.

E por falar em licença maternidade, pelo amor de Deus, que complô foi aquele contra a Claudia Leitte? Maria Paula (aquela la do Casseta e Planeta) andou dizendo por aí que era “desnecessário” o afastamento dela do filho, se referindo ao episódio do carnaval onde a cantora continuou trabalhando após o primeiro mês de vida do seu filho Davi. Segundo a atriz, "foi feio". Quem é ela para achar isso ou aquilo da vida dos outros? Quem é ela para saber o que a cantora ou filho dela precisa? Que mania que as pessoas têm de julgar os outros! O que Claudia Leitte faz ou deixa de fazer não é da conta de ninguém. Cada mulher é de um jeito. Quem se sente segura para trabalhar com um bebê recém nascido trabalha, quem não se sente não trabalha. Simples assim. Ela tem contas para pagar e tem a empresa dela a zelar. O filho dela não sofreu nenhuma maldade, pelo contrário! A cantora se virou para cuidar da criança e não se afastar da profissão. As pessoas da equipe dela tem famílias também e muitos dependem dela. Na minha opinião, ela foi muito responsável e trabalhadora. Uma tal jornalistazinha que falou mal também mereceu a resposta bem dada pela própria Claudia Leitte no blog dela. Eu nem tinha visto essa postagem, e estava comentando exatamente isso com uma amiga (que achava ridículo esse julgamento) e ela mandou o link no qual eu vi a própria artista se defendendo.

Quando tive meu bebê voltei para faculdade após um mês. Podia ficar em casa por lei, mas eu queria assistir aula e eu tinha minha mãe que me ajudou nessa decisão ficando com o bebê. Como não sou famosa, ninguém falou nada. Se falaram não chegou nos meus ouvidos. Mesmo que chegasse eu fteria ficado indignada, assim como a Claudia ficou. Fui porque era uma aula que eu queria. Era uma cadeira de antropologia e eu adorava. Ah vc acha q fiz mal? Quem é vc para me julgar!!! Meu bebê não teve nenhum problema. Aliás sequer sentiu minha falta pois não dava tempo dele sentir. Logo que eu voltava pegava ele nos braços, amamentava e dava muito amor e carinho.

Enquanto escrevo esse post , um amigo entrou no MSN com o seguinte Nick “Campanha pela vida, cada um cuida da sua”. Nessa eu já sou engajada, tô dentro! E, Claudia se um dia você ler meu blog, quero parabenizá-la pela guerreira que és e pela resposta inteligente que deste a jornalistazinha. Não pense que todas as profissionais do meu ramo são assim, hein? Eu não sou. Ah se eu fosse amiga dela... só para ligar e dizer: é isso aí, mulher! Extravasa saúde e competência!

Para quem quiser ler a resposta dela para a jornalista, aqui está o link: http://blogdaclaudinha.claudialeitte.uol.com.br/blog_claudinha/

18 de abr. de 2009

Violência doméstica, tudo a ver com o machismo




Um problema antigo, mas ainda atual.


http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI67936-15223,00-VANESSA+RIBEIRO+MATEUS+UMA+MULHER+APANHA+DENTRO+DE+CASA+NO+BRASIL+A+CADA+SE.html


Será que a violência doméstica está la no fundo enraízada ao machismo? porque será que as mentes doentes dos homens são assim? porque será que é tao comum crime contra a mulher? A revista Época dessa semana (13/04/2009) traz uma reportagem muito interessante sobre esse tema. Eu estava conversando esses dia em uma roda de família, onde meus tios contavam algumas histórias do passado. Um irmão deles tinha um caso com uma mulher casada e se matou depois que soube que sua amante tinha sido morta pelo marido que soube do caso. Eles comentaram que na época ouviu- se muito alguns homens dizerem: "Mulher safada merece morrer mesmo". Como se algo justificasse o crime. Como se só a mulher errase ao trair o marido. O que sei é que ela nao conseguia se desfazer de seu casamento por ter um marido machista e que a ameaçava e foi corajosa assumindo para si mesma seus desejos se entregando para o homem que ela amava. Não sou a favor da traição, porém também não gosto de julgar ninguém. Sabe - e lá naquela época as dificuldades e medo que essa mulher passou. Mas isso nem vem ao caso, independente do porque nada justifica um crime. Acontece que as coisas não mudaram muito. E os crimes dessa natureza geralmente acontecem por homens machistas e que não suportam o fim do relacionamento por saberem que a mulher terá nova vida, novas possibilidades como encontrar um novo homem. Apesar de todos os avanços, a mulher ainda é vista como propriedade do homem. Nao faz tempo e me lembro que minha mãe me dizia: "minha filha vc quer mudar o mundo?" Os homen são diferentes das mulheres, eles são muito mais bichos, é da natureza deles." Isso deve fazer uns 15 anos mais ou menos. Lembro que numa conversa sobre traição ela disse: "porque só existe o termo corno para homem? e não existe corna?" com isso ela queria justificar que a dor no homem era muito maior que na mulher. Minha mãe é uma ótima pessoa. Apenas segue padrões culturais que aprendeu. Já eu nasci com um parafuso a menos...(ou a mais) e estou sempre conversando com minhas amigas e mulheres que conheço sobre o que é ser feminista, pois percebo que na nossa geraçao a coisa ainda está muito atrasada.

Eu me arrisco a dizer que a violência contra a mulher está para o machismo assim como o machismo está para a violência. As bases culturais das sociedades são as grandes culpadas. Vamos dar as mãos e mudar essa situação! Os homens precisam ser reeducados e a nova geração depende de nós.


Lei Maria da Penha neles!!!

17 de abr. de 2009

100% feminina e feminista


É possível ser Feminista e feminina?

Nunca pensei que chegaria aqui no meu blog e colocaria essa pergunta. Parece preconceituosa? Tb acho! Ser feminista é seguir uma ideologia, um movimento anti machista que ainda impera em pleno século XXI, independente de gostar de se arrumar, ser contra o consumismo ou não. Eu particularmente não sou contra porque acho que consumo gera economia. Eu não curto muito grifes caras de roupas, até uso quando amo uma que vejo na vitrine, mas não acho isso a coisa mais importante. Prefiro priorizar meu dinheiro para outros valores como doar, viajar, comprar coisas necessárias para minha casa, livros, investir no meu negocio... realmente não sou de gastar exageradamente com moda e nao tenho essa necessidade de ser linda a todo custo. Mas já comprei algumas coisas induzida pela mídia ou pelo impulso. Não nego. Já fui mais bobinha quando era mais nova. 


Hoje sou consciente que a indústria da beleza vende um padrão utópico e sou contra.Gosto de moda pq acho que moda é arte. Adoro o Ronaldo |Fraga (aliás um estilista que traz sempre reflexões sociais às suas coleções) e outros. Mas nao sigo à risca. Respeito o meus estilo e meu corpo sem silicone (por falta de oportunidade pq assim que eu puder colocarei). Acho que sou uma mulher que se preocupa sim com a aparência, mas que não faz disso o centro de sua vida. Gostaria que mais mulheres pensassem menos nessas coisas e se dedicassem mais à luta pela igualdade. Mas não posso impor nada e nem querer que uma mulher que goste de ser "mulher objeto" deixe de ser.


Luto contra esse estereótipos de feministas que são contra o consumo, a maquiagem e coisas do gênero porque sou contra o preconceito em qualquer situação. A imagem das feministas ainda estão associadas (por alguns ignorantes) à mulher macho ou descuidadas. Não sou contra quem quer ser assim... quem quiser que use cabelo curto, comprido, roxo, vermelho, arrumado, descabelado, gravata ou lenço... não tô nem aí. Mas não acho legal estigmatizar.


Em um dos tópicos de um grupo feminista do orkut, o debate era sobre beleza e eu postei minha opinião: "deixo claro que nem sempre as revistas femininas me agradam, inclusive tenho uma comunidade “eu odeio as crônicas de Danuza Leão” (acho importante esclarecer q odeio as crônicas dela, não ela e nem os livros dela que nunca nem li) Meu motivo de não gostar, como dito anteriormente nesse blog, é por trazer em sua maioria conteúdos machistas. Gosto muito da revista, exceto as crônicas que tenho aversão e sou obrigada a ver a página dela quando folheio uma Claudia. É possível também que eu não me identifique com algumas matérias, mas é normal, claro. Ou as meninas da comunidade acham que eu absorvo tudo que leio?Não, não... sou mais crítica do que leitora incondicional.

Depois postei na comunidade num tópico sobre beleza a seguinte frase: "o editorial de moda da revista sao os piores, se fosse editiorial da Capricho eu até entenderia as modelos de 15. Mas abro a Marie Claire e estão la roupas que nem combinam com os rostos ninfetos. Nao condiz com a realidade. Qdo será q vai acabar a ditadura da beleza padrão? Sonho com o dia em q terão modelos de todas as idades e todos os tipos". Aí uma mulher respondeu: “Sonho com o dia que não houver modelo de nenhum tipo”. Fico pensando, será q não é melhor começarmos com os pés no chão? O mundo seria muito mais belo se a diversidade e as mulheres mais velhas servissem de modelo, sim. Esse radicalismo de algumas feministas tira minha esperança de poder começar a mudar as coisas. Ela só quer ser feminista na vida? Já pensou no emprego das estilistas? Como elas fariam os desfiles se não existissem modelos? Só acho que as modelos deveriam ser pessoas como nós. Cada uma com sua beleza. A Natura tem um pouco dissso e eu acho que seus anúncios quebram regras. Mais empresas do segmento deveriam repensar isso. Mas sem essa coisa de beleza perfeita. Outra disse que leu meu blog e que o texto a indústria cosmética e os homens se resumia a aplicação de botox em homem e era sem conteúdo. Pelo amor de Deus! Cada um interpreta de um jeito. Respondi o seguinte: “ nao se resume a isso, acho que vc ficou presa à essa interpretação e não leu todo o conteúdo. Eu apenas acredito que o e-mail q eu recebi reforça o machismo e o preconceito com homossexuais. Meu intuito é informar as mulheres que as feministas nao são contra os machos, nao querem ser superiores, apenas visam igualdade. Meu intuito é não formarmos uma geraçao machista dizendo que homens que praticam tal tipo de esporte sao gays. Nada contra os gays, pelo contrario, defendo a igualdade sempre. Meu intuito é quebrar paradigmas e fazer cair os rótulos dos estereótipos.

Depois mais um post e mais uma critica agressiva... a moça me disse q eu deveria desenvolver programas para a classe baixa em vez de pregar nas classes que sabem disso. Como sabem disso? Respondi que grupo minoritário de mulheres de classe média-alta, de nível universitário e carreiras bem-sucedidas (ou nem sempre) ainda ignoram o termo feminismo. Muitas mulheres de uma geração de uma década atras ainda estão presas à conceitos da vovó e ainda estao repassando esses conceitos para as filhas. Isso nao acontece só na favela. Na escola (particular) dos meus filhos, quando vou nas festinhas de dia das mães ainda são feitos aqueles teatrinhos onde a mãe esté em casa fazendo bolo e o pai no trabalho. Acredito que temos que mudar primeiro as classes altas... Não é todo mundo que questiona! É mais fácil seguir as regras do que ir contra.

Fiquei chateada com a grosseria em relação a tudo que eu falava e o ódio que algumas têm aos homens. Uma delas que estava sendo grossa e usou palavras como excluam esse tópico idota” se referindo ao meu tópico. Outra que me criticou, fui ver o perfil dela e ela está numa comunidade “homem é tudo palhaço”. Como assim? Defendemos o feminismo ou o femismo? Femismo sim é o contrário de machismo. Desse jeito, nada mudará. Além de radicais, não têm percepção entre o que as mulheres ainda pregam na sociedade (em sua maioria) independente da classe social.

8 de abr. de 2009

A indústria cosmética e os homens



Existem as regras de graduação para saber se um homem é macho?


Querida, não estou pedindo para vc se vestir masculinizada. Não, também não sou a favor de você abandonar sua coleção de Victoria’s secrets. Pelo contrário, eu como uma boa feminista venho aqui defender os homens. Proponho igualdade nos direitos, certo?

Consumir é tudo de bom. Mas óbvio quando o consumo não é a coisa mais importante da sua vida. Quando comprar é uma prática com uma freuencia saudável. Principalmente se os produtos fossem fabricados por empresas com consciência ecológica e todo mundo colaborasse com a reciclagem. Mas isso é outro assunto, não vou sair do foco.

Esses dias recebi um e-mail cujo título era: “tabela de graduaçao para machos”. Um texto escrito por algum machista em potencial e super preconceituoso. O que mais me intrigou foi a quantidade de mulheres que estavam em cópia no e-mail e que responderam com todos os tipos de risadas daquelas de linguagem de internet. “kkkkkk” “hsuahsuashsua”. Fiquei impressionada com a quantidade de mulher que achou graça. E cada uma que recebia que encaminhava mais para outras.

De acordo com o e-mail, existe uma tabela de graduação para saber se o cara é macho mesmo. O homem que usa sabonete líquido é gay. O que prefee voleyboll em vez de futebol tem tendências fortemente gays. Nunca vi tanta porcaria num e-mail só. O que usa hidratante entao... bichona louca.

Os homens não tem pele? Não precisam de hidratante? Porque as propagandas de cosméticos em sua maioria falam com nós mulheres? Hidratante previne várias doenças como urticárias, cotovelos e joelhos cheios de bolhas devido ao ressecamento e etc. Então qual a graça no e-mail?Teu marido não usa nada disso, coça o saco na tua frente e tu acha o máximo? Jamais ele pinta o cabelo mesmo sendo entupido de fios brancos aos 25 anos? Prefere ficar de cabeça branca aos 30 pois se considera macho mesmo no fundo não achando bonito? Ele também é desses que chamam a vizinha de puta porque ela é solteira e já flagrou ela com homens diferentes pelos elevadores do prédio em menos de um mês?Ele diz que abrir as pernas no primeiro encontro é coisa de puta de maior grau? Saiba, querida amiga, que seu marido é machista. Tudo bem, você gosta dele e não quer fazer confusão. Ok, não precisa brigar com homens antiquados, apenas saber lidar.
Ser homem de verdade é ter personalidade. É assumir o que gosta sem se preocupar com o que os outros vão pensar. É ser homem dentro de casa. É ajudar na criaçao dos filhos e dividir as tarefas com a mulher, mãe, irmã, seja la quem for. É ser honesto consigo mesmo. É ser a favor da licença maternidade para os homens também poderem ajudar em casa. Não tem nada a ver com o tipo de sabonete que ele gosta ou se ele passa creme no corpo, pinta o cabelo ou acha que está na hora de colocar um botox ou fazer uma lipo na pança. Minha luta não é mudar os antigos, é com a maneira que você cria seus filhos para não criarmos uma nova geração machista.

7 de abr. de 2009

Mulher x homem e a mídia

Que diferença da mulher o homem tem?


Mulher ainda é muito diferente de homem. Infelizmente. Mas isso é mais na mídia do que na cabeça das mulheres. Na verdade, a ciência nunca provou nada a esse respeito de quem é mais inteligente, quem pensa mais em sexo, ou quem sente mais isso ou aquilo. Se pararmos para pensar e pesquisar a fundo o assunto, o que existe de concreto mesmo são argumentos culturais. Na última década, muitas meninas (aquelas que não eram tão ingênuas e tinham a cabeça aberta) não tinham coragem de admitir que por volta dos 13,14, 15 anos, virgens, o sonho delas era transar. Que por amor que nada! Para saber como era fazer sexo mesmo. Nessa idade dificilmente elas ja têm seus príncipes e as coisas não acontecem como nas novelas. Só não compravam “playwoman” porque alem de só existir a revista playboy, não faz parte da cultura dizer que a mulher se excita com imagens de homens nus. As pesquisas dizem que nós, mulheres, nos excitamos com um “Eu te amo”. Enquanto os homens se excitam com a imagem de uma mulher bonita nua. Claro que amar é importante e eu sou completamente a favor. Óbvio que transar com amor é mais excitante. Mas acredito que ambos os sexos têm essa preferência, não seria apenas um privilégio da mulher.

Hoje, como todos os dias andei lendo revista e jornal e, é claro, que sempre sou atraída por temas relacionados à cultura feminina. No Diário Catarinense encontei no caderno Dona DC o absurdo tema “ Mulheres da nova geração decidem entre ter filhos ou carreira”. Acho engraçado quem encomenda tais pesquisas. Como se filhos fossem uma responsabilidade de criação apenas da mulher. Depois do nono mês de existência na barriga, o cordão umbilical será cortado e a responsabilidade será dos dois. Sou feminista com orgulho e só admito frases que leio por aí que quando invertemos os sexos, ela cabe perfeitamente. Não imagino: “Homens decidem entre carreira ou filhos”. Se é um direito deles terem filhos e carreira porque não nosso também? Já era a época que só a mãe tinha papel fundamental na criação dos filhos. Independente de com quem os filhos moram, se é com alguém de terno e gravata ou sapato alto. É incumbência dos que os puseram no mundo. Se a mulher ficou com os filhos, o pai que a ajude a manter uma pessoa na casa onde eles estão para auxiliar essa mulher que não pretende interromper sua carreira profissional. Ser mãe não é ir pra cozinha fazer o almoço, nem estar em tempo integral com os filhos. Ser mãe é dedicar qualidade aos poucos momentos que estão juntos. È saber ter todo dia um tempinho para as crianças. Assim como é ser pai também. Nada contra a mulher que resolve ser dona de casa.Contanto que ela tenha optado por isso por prazer. E o pai em casa e a mulher trabalhando fora? Porque não? Não tem nada de feio nisso. É questão de opção.

Já foi o tempo que cozinha era associada ao papel feminino, as universidades de gastronomia estão repletas de homens. Já foi o tempo que a mulheres cuidavam sozinhas da casa porque hoje os homens ajudam. O homem que acha que esse papel é da mulher(mesmo quando ela também trabalha fora) parou no tempo e ta com a cabeça bem atrasadinha... qualquer hora ele será trocado por outro, pois muitas mulheres mudaram e não toleram mais esse tipo. Tomara que existam muitas separações mesmo, caso o motivo seja esse. Quanto mais mulheres agindo contra o machismo, mais teremos chance de mudar o mundo.