1 de fev. de 2010

Parto natural, e, em casa? Tomara que essa moda pegue!



Uma prima minha optou pelo parto humanizado e deixou muita gente escandalizada. "Ohhh! Parto em casa? isso é coisa de doido! Em tempos de hospitais? porquê isso, pra quê isso?" Patrícia Arouca, dentista, pessoa informada e determinada, preferiu contar so depois de ter sua filha na casa do seu irmão, pois sabia que seria alvo de críticas e preconceito. Acompanhada pelo marido, cunhada e as parteiras preparadas, deu a luz à Nina. Uma linda menina que hoje tem 4 meses. O que  Patrícia e a top Gisele Bundchen tem em comum? as duas tiveram seus filhos em casa.

O parto humanizado é uma alternativa saudável quando a gravidez é assistida e tem indicação para tal, ou seja é uma gestação de baixo risco. Não é uma atitude enlouquecida e hiponga como muita gente pensa.  É um ato de amor e que tem inúmeras vantagens, dentre elas a interação mamãe e bebê imediata.

Isso não significa que o parto cesárea ou com intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe para salvar vidas, mas não deveria ser a grande maioria dos partos como acontece hoje e sim como em último caso. O problema é a consciência das mulheres em relação a isso. Com medo da dor, elas optam pela cesárea.

 Eu particularmente acho que a mulher que tem tudo para ter um parto natural e faz uma cesárea tem uma atitude covarde. Sim, me desculpe se você que está lendo agora se doeu e acha que eu estou julgando. Mas não tem como não julgar. Sinto muita pena do sexo feminino interferir e enfraquecer diante de um ato que faz parte da nossa natureza. Se algumas têm medo de ter um parto normal, ressalto novamente, com tudo ok para tê-lo, imagina a capacidade dessas mulheres de enfrentar a vida.

Me surpreendi com Bundchen. Ela sempre foi simpática, mas tinha aquele jeito meio "crianção". Quando vi a chamada no Fantástico dei nota mil e vi que ela faz jus ao título "mulherão. Comemorei, deixei recado no orkut da minha prima que também comemorou. "O movimento pelo parto humanizado está em festa por causa da entrevista dela", foi a resposta que recebi  no orkut. Até me arrepiei porquê eu sou uma grande defensora do parto normal, sempre quis ter filhos assim. Me identifiquei muito quando a Gisele falou: "eu queria sentir tudo e foquei o tempo todo nele que estava saindo."

 Eu também gostaria de ter sentido e de não ter a cicatriz que tenho hoje. É pequena e discreta. Mas não gosto dela.

 Meu filho nasceu de um parto cesárea, vítima da minha ignorância há 11 anos quando a médica me informou que teria que ser cesárea por ele estar "laçado". Na hora eu fiz o que ela mandou. Depois senti muita dor, MUITA! Eu nao conseguia colocar minhas pernas sozinha na cama. Eu sentia coceira por todo corpo. Eu passei muito tempo com aquele corte formigando, meses. Senti enjoo. Tive gases em excesso que me constragiam e me faziam sentir uma sensação de inchaço como se eu fosse um balão gigante. Ui, que triste! Fazer curativo no corte para mim era momento doloroso. Tomava injeção anti-inflamatória mesmo depois de 20 dias. Sentia fisgadas dentro de mim que me deixavam louca de dor. Odiava fazer o curativo. Até hj sinto agonia pra depilar em cima do corte. Nao conseguia me abaixar e calçar meu sapato sozinha por semanas. Eu andava devagar. Bundchen estava felicissima, se abaixava normalmente e fazia panqueca um dia depois de ter seu filho.

Segundo meu tio que também é obstetra, não ter filho por ele estar laçado é uma boa desculpa para os médicos que não tem tempo para fazer um parto normal. É muito comum o bebê se laçar no cordão e isso não interfere na maioria dos casos. Pesquisei depois melhor sobre minha médica e soube que no currículo dela não constava partos normais. Ela era conhecida na cidade e tinha dia que ela fazia mais de 3 partos por dia. Era cômodo e mais lucrativo partos cesareanos.

Fica aqui o meu registro como mulher que teve um parto cesárea e que tinha tudo para ter um parto normal. Eu fui pra maternidade com 6 cm de dilatação, meu filho estava completamente encaixado e chegou a nascer com um "v" na testa da marca do encaixe.


Depois engravidei em seguida, e para mulheres com parto cesárea há pouco tempo, não há indicação para parto normal, por ser recente há risco de ruptura. Por isso, nao pude novamente. Hoje, meu filho mais novo está com 9 anos e já planejo com meu namorado um filho mais pra frente. Não tenho mais indicação para parto humanizado por já ter tido cesárea, mas a notícia boa é que se tudo correr bem agora, com esse intervalo grande, tempo suficiente para o útero estar "zero bala", posso ter um parto normal.
Então quem sabe mais pra frente, volto aqui no meu blog dirigido ao universo mulherio, para contar como foi?

Quanto à Giseli, nota mil patra ela. Tomara que pessoas famosas continuem trazendo contribuições sociais para divulgar assuntos relevantes como esse. A top mostrou que está na moda ser informada e não ter preconceito. Fora que ela ja voltou a trabalhar com o filho com 6 semanas e mostrou que quem quer mesmo e tem ajuda da família, ou assistentes, consegue ser mãe e continuar trabalhando. Esse negócio de "ah, não da para ser mãe e trabalhar" é outro papo furado.

 Agora quando alguém optar pelo parto normal e humanizado, beeem menos gente irá dizer "ohhh!, porquê???"

Bjos!!!
Liah

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