29 de jan. de 2015

Mais uma vítima de racismo. Até quando?

Hoje tivemos a triste notícia de mais uma vítima nas quadras. A jogadora de volêi Fabiana, da seleção brasileira.

"O preconceito está nos olhos de quem vê. Essa frase virou um argumento para justificar preconceitos.

Eu tenho coragem, eu venho aqui e digo: Sim, tive preconceitos enraizados, aprendidos, construídos. " Ah, mas são os negros que tem preconceito com eles mesmo e são as próprias mulheres que são machistas". São outros argumentos comuns. Se eu fosse negra alguém acha que quando criança teria discernimento para entender o que é ofensivo e o que não é? A cor da minha pele e meu gênero, não me isentam quando vivo em um molde social que promove a desigualdade. Pior, nos ensina que é assim mesmo e pronto.

Independente da cor que nasci, do genital que possuo, reproduziria os conceitos aprendidos do mesmo jeito. Eu assumo, falava tudo isso, tinha muito preconceito. Mas quando entendi o tamanho de minha ignorância, comecei a lutar todos os dias contra. E você prefere dizer que racismo e machismo não existem mais? Que o melhor é ignorar a cada grito de macaco dito nas quadras/estádios? Que o melhor é rir de piadas machistas e assim continuar naturalizando aquilo que é imposto como "natural"?

Dos termos que eu reproduzia e me lembro de minha infância: " Cabelo de empregada" ( quando meu cabelo estava desgrenhado. " Cheiro de nêgo" ( quando não gostava da fragrância de algum perfume). Cara de traveco ( quando alguém exagerava na maquiagem). Aprendia a lição direitinho com os adultos. Ou alguém acha que a criança inventa essas frases?

Ter espírito de criança é bom. Mas a ingenuidade, não. Está na hora de assumirmos nossa postura de adultos. Crescemos, não faz mais sentido repetir feito papagaios, frases, ideias prontas. Ainda bem que a gente muda, que a gente evolui. As vezes sinto vergonha e me sinto mal, pois essa criança que fui ( e olha que não fui uma das piores e ainda fui vítima de bullyng,embora, muitos afirmem que não, pois tem gente que acha que pode decidir por mim o que passei, né?). Mas penso que não devemos sentir vergonha de ser um ex reprodutor de bobagens. Sinta vergonha se ainda for.

Deixemos o orgulho de lado e vamos juntos assumir: quero largar o vício de ter preconceitos bestas.
Quero parar de falar coisas vergonhosas, de ser visto como uma pessoa retrógrada. Seja uma pessoa boba, leve, se quiser não levar a vida tão a sério. Até meio infantil, mas jamais imbecil. Bora progredir?



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