28 de mar. de 2010

A mídia machista



Hoje,  no Fantástico passou no quadro "Detetetive virtual", o mau gosto dessa propaganda de uma agência de viagem nos EUA. Preconceito e machismo em um único comercial. Primeiro supõe-se que as negras brasileiras são putas, segundo que os homens traem e isso é engraçado.  Tadeu Shcmit fechou a matéria dizendo que havia preconceito e que o comercial era feio. Mas minutos antes, um senhor sapateiro, estereótipo típico de pessoa popular e bem humorada,  apareceu cantando música de sua autoria 100% machista e a edição do programa deve ter achado engraçado, pois foi exibido. Então pra mim, na mídia é muito comum a traição masculina ser vista como algo "engraçado", uma coisa "cafajestal" é sempre tratada como comédia, ou coisa natural. O programa "Os trapalhões" na década de 80 que o diga. Era recheado fartamente com cenas machistas. Eu era criança, mas já distinguia as coisas. O povo se acabava de rir. O programa era um sucesso. O mesmo não acontece com a traição feminina. Na novela "Caminho das Ìndias, Gloria Perez tentou e até que conseguiu um pouco. Mas é muito raro ver isso na mídia. Para ser sincera gostei da personagem Norminha, não por me identificar com ela, de jeito nenhum, pois não sou a favor de traições de nenhum sexo, mas gostei porque nas novelas, isso foi inédito, pois esse posto sempre ficou para o papel do homem que tem essa liberdade de traição muito maior e com isso até consegue uma maior representação de sua "masculinidade".

A capa da revista popular Tititi dessa semana está estampada com uma frase do ator que faz o personagem cafajestão Gustavo afirmando: "mulher gosta de homem cafajeste".  O pior é que já ouvi muita amiga minha confirmar essa proeza. Infelizmente as mulheres se adaptam com facilidade ao que vêem na sociedade de uma forma muito natural. Muita mulher é traída e se conforma: "foi só sexo".  Elas sofrem, mas esse argumento ainda é atual. Eu sinto muita pena que ninguém enxergue o machismo como um crime preconceituoso e que denigre à imagem da mulher na sociedade. Mas o pior do machismo, como já falei em outros posts por aqui,  é a contribuição da própria mulher.

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