Até quando seremos vistas primeiro como "mulherzinhas" antes de exercer qualuqer profissão?
Sou uma feminista que AMA moda, cultura, viagens e até mesmo o mundo capitalista. Já declarei isso por aqui. Pra mim, o capitalismo só é problema quando as empresas não têm compromisso com a natureza. Porquê consumir é bom e eu gosto! Mas claro que sem exageros e doença!
Estou dizendo tudo isso, novamente porquê sei que recebo novos leitores que nem sempre leem minhas postagens mais antigas. Por isso, antes de trazer uma crítica ao site "chic" da Gloria Kalil aqui, acho necessário enfatizar que AMO moda. Mas acho que nossa colega pegou beeem pesado com essa matéria sobre as mulheres na política. ( Aliás tem um termo que anda permeando os sites de moda que é: "coisas de mulherzinha", gente, eu não suporto esse termo! Mulherzinha??? Eu tenho um blog de moda, sou apaixonada, mas escrevo para mulherão!)
Sobre a matéria da Gloria, foi o seguinte, ela fez uma análise do "humor" das mulheres através de seus looks. Aí voltamos aquela velha história: será que mulheres são esse poço de instabilidade emocional mesmo? Será que nossos hormônios nos fazem frageis ou instaveis? Ou será que esse é um problema do ser humano, independente dos seus hormoônios serem masculinos ou femininos?
Bom, hoje eu fui dar umas pedaladas e esbarrei sem querer em um homem de meia idade. A rua estava bem lotada. Só encostei o pedal de leve na perna dele, eu não estava na bike, estava carregando ela. O homem começou a falar altíssimo, gritando, foi grosso e eu pensei que ia apanhar, juro! Sabe aqueles com jeito machão? E ainda disse: saia daqui, vá pra la, va! E eu feito uma idiota preocupada, pedindo mil perdões. Não aconteceu nada com ele, sequer um arranhão. Mas nós é que temos TPM e somos irritadiças e frágeis, não?? Pelo menos é assim que a cultura popular dita!
Bom, sou totalmente contrária a essa versão do senso comum, me sinto um ET nesse mundo de robôs que repetem o que ouvem. Mas eu vou morrer dizendo que as pessoas são diferentes, mas não só pelo que carregam entre as pernas!
Por isso, nossa amiga Gloria foi muitíssimo infeliz ao analisar nossas ministras pelos seus looks, como se homens não estivessem sujeitos a dias instáveis. Se eu fosse ela, pra consertar esse tremendo mau gosto, faria uma matéria com o mesmo sentido para os homens. (Se é que há como contornar tamanha deselegância!)
Enfim, meus queridos leitores, leiam e tirem conclusões por si só:
http://chic.ig.com.br/alo-chics/post/aviso-a-imprensa-masculina-empresarios-politicos-em-geral
Bom, vou dizer porquê acho machista a matéria:
1- Porquê não houve análise de looks de pessoas, mas sim das mulheres
2- Porquê as mulheres estão em condições inferiores aos homens na política, por isso não é "chic" analisar o que elas vestem antes de analisar sua ascenção na política
3- Há várias maneiras de se fazer uma matéria sobre moda no trabalho e na política, não necessariamente a abordagem deveria ser aglo que associe o estilo com o humor da mulher.
4- Eu achei o fim!!! Me desculpem fãs de Gloria Kalil, mas pra ser guru de estilo no Brasil, é preciso muito mais elegância e criatividade!
Ah gostaria de deixar outro recadinho aqui:
parem de chamar nossa presidente de "machorra"! Ela é uma mulher elegantéeeeerrima, não tem nada de jeito masculino nela. Conformem -se, temos uma mulher de verdade na presidência, ok?!!!
Me contem o que acharam da matéria.
4 comentários:
Segundo a matéria da Glória, a partir de toda quarta-feira, sou uma relaxada porque as minhas unhas começam a perder o esmalte e só penso em ir a manicure e mais nada. Aliás, meu cabelo às vezes também fica "esquisito",então é sinal que estou muito nervosa! E, se eu preferir usar roupas escuras para trabalhar é sinal que vou torturar meus alunos.
Toda mulher que leva a sério seu trabalho é "machona." Como se não fosse da natureza a da mulher trabalhar com eficiência...
Aff...triste demais estes paradigmas!
pois é! kkk Hoje é sexta e o Bombrill já comeu todo meu esmalte, sou dona de casa, fazer o quê, oras? Agora imagine essas mulheres que mal tem tempo pra parar em frente ao espelho! Bom, achei infeliz também a ideia da analogia entre suas competências e seus looks. Espero que mais mulheres se deem conta que ta na moda ser alguém e ser independente!
A matéria de Glória Kalil me fez voltar à adolescência pois sinceramente, me senti lendo um conteúdo digno da revista Capricho. Matéria digna de quem não tem o que escrever no dia.
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